quarta-feira, 8 de junho de 2011

Divulgado o primeiro documento anti-semita de Hitler

Até hoje pouco se sabia sobre os primeiros passos anti-semitas de Hitler, a não ser que ele havia abordado o tema diretamente num discurso de 1920, conforme a biografia de Ian Kershaw destaca, mas agora vem à luz uma carta assinada pelo então soldado Adolf Hitler em 1919, onde ele prega não exatamente a "eliminação" dos judeus, como diz a matéria do site Terra abaixo, mas a sua "remoção" como a isto se refere o blog CNN Belief. Claro que "remoção" já era apenas um eufemismo para o genocídio judaico que perpetraria duas décadas depois. Já se sabia da existência e do conteúdo desta carta através de uma cópia não assinada que havia sido encontrada nos arquivos nazistas de Munique, mas pairavam dúvidas sobre sua autenticidade, já que só agora, com a assinatura alegadamente confirmada no original, se poderia atestar que foi o próprio Hitler que a escreveu. Entretanto, dado o ineditismo da "descoberta", bem como a história um tanto quanto fantástica sobre a sua circulação ao longo das últimas décadas, seria de bom tom aguardar maiores investigações científicas para chancelar o documento como absolutamente autêntico e inquestionável, sobretudo diante do farto material falsificado que alimenta o mercado de relíquias fraudadas no mundo. Confira a matéria do Terra:

Primeiros comentários anti-semitas de Hitler serão expostos

O fundador de uma associação em defesa dos direitos humanos dos judeus anunciou nesta terça-feira que a instituição adquiriu o documento real com os primeiros comentários anti-semitas realizados por Adolf Hitler, informou a imprensa local. O rabino Marvin Hier, do Centro Simon Wiesenthal, de Los Angeles, explicou que a entidade pagou US$ 150 mil a um comerciante no mês passado para obter o documento, que data de 1919 e é conhecida como "a carta Gemlich".

"São seus primeiros comentários escritos sobre os judeus (...)Demonstra que este tema era o núcleo da paixão política de Hitler ", disse o historiador Saul Friedlander, vencedor do Prêmio Pulitzer em 2009 por seu estudo sobre o Holocausto publicado no jornal The New York Times. Hier afirmou que a carta de quatro páginas foi escrita por Hitler quando era apenas um soldado. Naquele momento, o alemão se destacava por sua oratória e suas mensagens anti-semitas, algo que não passou despercebido para um de seus superiores, que o encorajou a escrever suas ideias.

O rabino declarou que o centro não tem nenhuma dúvida sobre a autoria do documento, encontrado originalmente por um soldado americano nos meses finais da Segunda Guerra Mundial. Hier lembrou que a carta foi certificada como autêntica em 1988 pelo especialista em caligrafia Charles Hamilton.

Em um trecho da carta, Hitler escreveu que um governo poderoso poderia reduzir "a ameaça judia" se lhe fossem negados seus direitos, mas "seu objetivo final, no entanto, deve ser a eliminação sem dificuldades de todos os judeus juntos". O centro planeja mostrar o documento ao público pela primeira vez a partir de julho no Museu da Tolerância, de Los Angeles, como peça principal de uma exibição sobre o Holocausto.

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