terça-feira, 7 de junho de 2011

Evangélicos do Acre miram o gay e acertam o ceguinho

Primeiramente, peço desculpas pelo título politicamente incorreto deste texto, propositalmente provocante para chamar a atenção ao ridículo inconstitucional da censura promovida por deputados estaduais da bancada evangélica da Assembleia Legislativa do Acre, que, na obsessão antigay que grassa no meio evangélico brasileiro (esquecidos que estão de pregar a mensagem da graça redentora da cruz de Cristo), impediram a exibição, naquele Estado, do curta-metragem "Eu Não Quero Voltar Sozinho" (2010), de Daniel Ribeiro, um filme que ganhou vários prêmios nacionais e internacionais, sob a alegação de que integraria o material que compõe o kit anti-homofobia patrocinado pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC). O problema - além da censura prévia sem ter visto a obra - é que o filme NÃO consta do mal-afamado kit que causa arrepios em movimentos evangélicos ao redor do país, e nem conta uma história assim tão erótica, se bem que a gente nunca sabe até onde vão os fetiches alheios. O personagem central do filme é um adolescente cego que conta com a ajuda dos amigos (principalmente uma garota apaixonada por ele) pra ser feliz na escola e na vida, e que, nas dificuldades do dia-a-dia, termina se interessando por um colega recém-chegado na classe, o que é aparentemente correspondido, mas - pedindo perdão por contar o fim do filme - a história singela termina aí, sem maiores frescuras, a não ser um selinho secreto no ceguinho, mas fica a seu critério conferir quem é que o dá no vídeo abaixo. Duvido muito que vá te ofender, independentemente do que você creia ou não. A censura provocou forte reação de cineastas que se expressaram através de uma carta de repúdio à tesourada acreana. Agora, se depender do quanto enxergam os deputados evangélicos do Acre, o ceguinho não vai ser feliz nunca...

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