sábado, 3 de janeiro de 2009

Anacronismo

Já que estamos iniciando um novo tempo, é sempre bom nos situarmos nele e não nos colocarmos na posição de julgar os tempos passados pelas nossas experiências atuais. Algumas pessoas questionam certas práticas do Velho Testamento, que aos olhos do homem do século XXI, realmente parecem despropositadas, como as leis do Levítico sobre usos e costumes do povo judaico. Entretanto, se analisarmos ceticamente, o mundo tem 6.000 anos de história registrada, de explosão da inteligência, por assim dizer. Desses 6.000 anos, faz apenas 64 que saímos da Segunda Guerra Mundial e publicamos a Declaração Universal dos Direitos Humanos, e mesmo assim eles continuam sendo desrespeitados em vários lugares do mundo. Admitamos, entretanto, que há 60 anos tá tudo bem em relação ao respeito dos direitos humanos, ou seja, 1% apenas da história da humanidade. Em 99% dessa história, a prática (dos homens) não foi essa.

Logo, quem examina o passado remoto com os olhos de hoje incorre num erro chamado anacronismo. A história revelada de Deus é compatível e condizente com a história do homem. As regras de conduta do passado dependem de cada época, de cada cultura e de cada civilização, individualmente consideradas. Querer julgá-las pelos nossos olhos atuais é, no fundo, um ego-sócio-centrismo disfarçado de preocupação social. Mesmo no mundo de hoje, se julgássemos os costumes de cada povo e cada civilização, é muito provável que terminássemos nos matando uns aos outros, e isso seria obra do homem, não de Deus.

Afinal, como mostra a ilustração acima, ainda não incrustaram astronautas nos umbrais das catedrais...

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