domingo, 4 de janeiro de 2009

Quem tem medo do ecumenismo?

De vez em quando, aparece alguém dizendo que o ecumenismo é a grande ameaça final à igreja evangélica, como se todos fôssemos de repente abduzidos pela nave-mãe Vaticano pilotada por Bento XVI. Criam-se teorias da conspiração que comprovam, segundo quem afirma, o Armagedom ecumênico.

Entretanto, me parece que a questão não é essa. O buraco é mais embaixo e mais pé-no-chão. O fato é que há tantas heresias se espalhando pela igreja evangélica, e a coisa está desandando tanto, que as igrejas históricas estão fazendo um esforço para se diferenciar dessas "teologias" novidadeiras de quebra de maldições, prosperidade absoluta, além dessa sanha arrecadadora de alguns "pastores" que estão dirigindo empresas em vez de igrejas. Então, é natural que haja uma união maior entre as igrejas históricas, o que não significa que vão concordar em tudo. Além disso, é preciso alguma ordem e hierarquia nas igrejas cristãs, já que hoje qualquer obreiro que brigue com o pastor, abre a sua igreja no dia seguinte. Ortodoxia e obediência, valores tão caros aos apóstolos e pais da Igreja, hoje são artigos de segunda-mão, desprezados e abandonados nas prateleiras do mercado da fé.

Por outro lado, o que pouca gente percebe é que o ecumenismo já está instalado nas igrejas evangélicas, na sua face menos visível, mas talvez mais perversa. Antes, elas criticavam os católicos por fazerem novenas, por exigirem penitência, sacrifício, e hoje o que mais se ouve falar em algumas igrejas evangélicas é novena, campanha e sacrifício. Em vez de velas, algumas igrejas acendem fogueiras. As indulgências modernas, quem diria, são praticadas pelos chamados "evangélicos". Então, são eles que estão mais próximos dos usos, costumes e tradições católicos que tanto dizem combater, embora "jurem de pés juntos" que não é bem assim. Ou seja, nessa confusão toda, salve-se quem puder!

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