A história de Caim e Abel é uma das mais conhecidas da Bíblia, mas também umas das menos exploradas em seu significado.
Há muito mais lições ali do que a nossa vã filosofia consegue captar.
Independentemente de se considerar esta história como fato histórico, mito ou símbolo, não se pode ignorar que é o primeiro assassinato registrado na Bíblia.
É também o primeiro registro do sacrifício ritual de um cordeiro (Gen 4:4), depois que Deus matou um animal para fazer vestes para cobrir a nudez de Adão e Eva (Gen 3:21).
Há aí uma estranha ligação entre o sangue e a relação com o divino, algo que está marcado indelevelmente na humanidade.
No homicídio cometido por Caim há uma indiferença, um alheamento, um "nada" existencial, muito ligado à ideia ainda nascente de liberdade.
Não há empatia dele para com o irmão. A morte de Abel não lhe significa nada, a ponto de, indagado por Deus sobre o paradeiro do irmão, respondeu-lhe sarcasticamente com outra pergunta: "Não sei; sou eu o guarda do meu irmão?" (Gen 4:9).
Caim não havia percebido que era SIM o guardador do seu irmão, que a vida de outro semelhante devia ser importante para ele, que tinha uma noção deturpada da liberdade, como se fosse livre para fazer o que quisesse, sem nenhuma implicação moral. Devia, sim, buscar o equilíbrio entre a sua liberdade e o cuidado com o outro.
Segundo o relato bíblico, Deus então lhe responde: "Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão está clamando a mim desde a terra" (Gen 4:10).
De novo o sangue está presente, não só como um sacrifício de um ser humano, praticado morbidamente pelo próprio irmão, como também um grito por justiça.
Justiça é este misterioso conceito que nenhum filósofo conseguiu definir com precisão até hoje, talvez porque tenha a ver com a empatia que temos em relação ao outro, na possibilidade da indiferença para com o sofrimento alheio.
É interessante, também, que o sangue derramado na terra tenha esse poder de clamar por justiça, e a Bíblia faz questão de declarar isto.
Infelizmente, o tempo passou e a história da humanidade vem sendo escrita com muito derramamento de sangue e muita indiferença quanto ao outro.
Não cuidamos dos nossos irmãos desde o início, talvez por isso mesmo jamais cessaremos de clamar por justiça.
Há muito mais lições ali do que a nossa vã filosofia consegue captar.
Independentemente de se considerar esta história como fato histórico, mito ou símbolo, não se pode ignorar que é o primeiro assassinato registrado na Bíblia.
É também o primeiro registro do sacrifício ritual de um cordeiro (Gen 4:4), depois que Deus matou um animal para fazer vestes para cobrir a nudez de Adão e Eva (Gen 3:21).
Há aí uma estranha ligação entre o sangue e a relação com o divino, algo que está marcado indelevelmente na humanidade.
No homicídio cometido por Caim há uma indiferença, um alheamento, um "nada" existencial, muito ligado à ideia ainda nascente de liberdade.
Não há empatia dele para com o irmão. A morte de Abel não lhe significa nada, a ponto de, indagado por Deus sobre o paradeiro do irmão, respondeu-lhe sarcasticamente com outra pergunta: "Não sei; sou eu o guarda do meu irmão?" (Gen 4:9).
Caim não havia percebido que era SIM o guardador do seu irmão, que a vida de outro semelhante devia ser importante para ele, que tinha uma noção deturpada da liberdade, como se fosse livre para fazer o que quisesse, sem nenhuma implicação moral. Devia, sim, buscar o equilíbrio entre a sua liberdade e o cuidado com o outro.
Segundo o relato bíblico, Deus então lhe responde: "Que fizeste? A voz do sangue de teu irmão está clamando a mim desde a terra" (Gen 4:10).
De novo o sangue está presente, não só como um sacrifício de um ser humano, praticado morbidamente pelo próprio irmão, como também um grito por justiça.
Justiça é este misterioso conceito que nenhum filósofo conseguiu definir com precisão até hoje, talvez porque tenha a ver com a empatia que temos em relação ao outro, na possibilidade da indiferença para com o sofrimento alheio.
É interessante, também, que o sangue derramado na terra tenha esse poder de clamar por justiça, e a Bíblia faz questão de declarar isto.
Infelizmente, o tempo passou e a história da humanidade vem sendo escrita com muito derramamento de sangue e muita indiferença quanto ao outro.
Não cuidamos dos nossos irmãos desde o início, talvez por isso mesmo jamais cessaremos de clamar por justiça.