Na sua coluna na Folha de S. Paulo de 19/11/09, Mônica Bergamo reproduz os resultados de uma pesquisa feita pelas sociólogas Mary Castro e Miriam Abramovay.
Foram entrevistadas 1.854 pessoas entre jovens militantes, integrantes de ONGs, movimentos sociais e religiosos e partidos políticos que estavam reunidos na Conferência Nacional para a Juventude, realizada de 27 a 30 de abril de 2008.
Entre os muitos temas abordados na pesquisa, um deles era o grau de confiabilidade das instituições brasileiras.
Eis um resumo dos resultados, das instituições mais confiáveis às menos confiáveis:
1) Família - 68,3%
2) Igreja Católica - 15,3%
3) Igrejas Evangélicas - 11,3%
4) Candomblé - 4%
5) Polícia - 1,7%
6) Assembleias Legislativas - 1,6%
7) Câmaras de Vereadores - 1,6%
8) Congresso Nacional - 1,5%
Obviamente, trata-se de um universo restrito, que não espelha a totalidade da população, mas trata-se de um grupo jovem e formador de opinião.
Chama a atenção o fato de que os jovens brasileiros de hoje têm seu maior alicerce de confiabilidade na família, num contraste com os anos 60 e 70, em que, ainda não houvesse uma pesquisa de igual conteúdo para ser confrontada, a família parecia se dissolver como instituição.
Convenhamos que 68,3% de confiabilidade é um percentual consideravalmente alto. Por outro lado, o mesmo não acontece com a religião, tida e havida como o outro sustentáculo da sociedade ao longo dos séculos, ao lado da família.
A Igreja Católica, que ainda detém ampla maioria na população brasileira, tem 15,3% de confiabilidade, enquanto as Igrejas Evangélicas gozam de 11,3% no mesmo índice.
Como católicos e evangélicos praticantes geralmente não se bicam, é de se imaginar que, do universo de quase 2.000 entrevistados, algo em torno de 26,6% deles não eram cristãos nominais, mas de alguma forma estavam envolvidos com a sua prática religiosa.
É claro que há pessoas não religiosas que têm algum apreço pelas igrejas, mas de qualquer maneira é de se notar que tanto católicos como evangélicos gozam de um prestígio tão baixo num grupo formador de opinião que, dentro de alguns anos (ou décadas), estará no comando do país em suas mais diferentes áreas.
Outra leitura possível da pesquisa é que o pequeno índice de confiabilidade das igrejas evangélicas mostra que seu crescimento dificilmente se dá, ou se dará no meio de pessoas mais instruídas e envolvidas em trabalhos comunitários organizados.
Não deixa de ser um retrato do processo de alheiamento da sociedade por que muitas igrejas evangélicas passam, mais preocupadas em se transformar numa espécie de clube privado de serviços, em que o sucesso de alguns é garantido pela colaboração induzida dos demais.
Deste jeito vai ser difícil "dominar" o Brasil, como alguns "bispos" e "apóstolos" pretendem, com fins muito mais político-econômico-ideológicos do que espirituais.
Foram entrevistadas 1.854 pessoas entre jovens militantes, integrantes de ONGs, movimentos sociais e religiosos e partidos políticos que estavam reunidos na Conferência Nacional para a Juventude, realizada de 27 a 30 de abril de 2008.
Entre os muitos temas abordados na pesquisa, um deles era o grau de confiabilidade das instituições brasileiras.
Eis um resumo dos resultados, das instituições mais confiáveis às menos confiáveis:
1) Família - 68,3%
2) Igreja Católica - 15,3%
3) Igrejas Evangélicas - 11,3%
4) Candomblé - 4%
5) Polícia - 1,7%
6) Assembleias Legislativas - 1,6%
7) Câmaras de Vereadores - 1,6%
8) Congresso Nacional - 1,5%
Obviamente, trata-se de um universo restrito, que não espelha a totalidade da população, mas trata-se de um grupo jovem e formador de opinião.
Chama a atenção o fato de que os jovens brasileiros de hoje têm seu maior alicerce de confiabilidade na família, num contraste com os anos 60 e 70, em que, ainda não houvesse uma pesquisa de igual conteúdo para ser confrontada, a família parecia se dissolver como instituição.
Convenhamos que 68,3% de confiabilidade é um percentual consideravalmente alto. Por outro lado, o mesmo não acontece com a religião, tida e havida como o outro sustentáculo da sociedade ao longo dos séculos, ao lado da família.
A Igreja Católica, que ainda detém ampla maioria na população brasileira, tem 15,3% de confiabilidade, enquanto as Igrejas Evangélicas gozam de 11,3% no mesmo índice.
Como católicos e evangélicos praticantes geralmente não se bicam, é de se imaginar que, do universo de quase 2.000 entrevistados, algo em torno de 26,6% deles não eram cristãos nominais, mas de alguma forma estavam envolvidos com a sua prática religiosa.
É claro que há pessoas não religiosas que têm algum apreço pelas igrejas, mas de qualquer maneira é de se notar que tanto católicos como evangélicos gozam de um prestígio tão baixo num grupo formador de opinião que, dentro de alguns anos (ou décadas), estará no comando do país em suas mais diferentes áreas.
Outra leitura possível da pesquisa é que o pequeno índice de confiabilidade das igrejas evangélicas mostra que seu crescimento dificilmente se dá, ou se dará no meio de pessoas mais instruídas e envolvidas em trabalhos comunitários organizados.
Não deixa de ser um retrato do processo de alheiamento da sociedade por que muitas igrejas evangélicas passam, mais preocupadas em se transformar numa espécie de clube privado de serviços, em que o sucesso de alguns é garantido pela colaboração induzida dos demais.
Deste jeito vai ser difícil "dominar" o Brasil, como alguns "bispos" e "apóstolos" pretendem, com fins muito mais político-econômico-ideológicos do que espirituais.