quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Radical Chic

Demorou uns 40 anos, mas cheguei à conclusão: radicalismo dá grana. 

Não exatamente para a plebe ignara que se julga radical, mas para os radicais que ela segue. 

A fórmula é bastante simples: arranje uma ideia diferente da maioria da população ou do grupo em que você está, nem precisa ser tão absurda assim, e a defenda com unhas e dentes, contra tudo e contra todos, e principalmente contra o bom senso (o seu, inclusive). 

Certamente, você vai arranjar uma multidão de seguidores, vai poder se dizer perseguido, e com isso vai ganhar muita, mas muita grana. 

É capaz até de conseguir asilo político em algum país do assim chamado "primeiro mundo". 

O papel preferido do radical chic é o de vítima, de alguém cuja inteligência é incompreendida pela sociedade, cheio de inimigos imaginários que movem uma série de conceitos e preconceitos a seu favor. 

Sempre vai haver algum doido disposto a segui-lo, não importando o quanto o seu ponto de vista seja absurdo. 

Muitas vezes, a coisa é mais sutil, e o seu ideal parece ser até algo nobre, porém que não resiste a uma análise um pouco mais profunda. 

De qualquer maneira, uma coisa é garantida: o radical chic ganha muita grana, mas muita grana mesmo, e ainda se passa por coitadinho.

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