Um dos recursos utilizados por aqueles que seguem os falsos profetas e as práticas exóticas que infestam a igreja evangélica no Brasil é citar versículos fora de contexto. Um deles está em Filipenses 1:18-20, que numa versão mais antiga, a Almeida Revista e Corrigida, assim está traduzido:
“Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira. ou com fingimento, ou em verdade, nisto me regozijo e me regozijarei ainda. Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo”
Como dizem os retóricos, “um texto fora de contexto é pretexto”. Os versículos acima apresentam uma excelente oportunidade de demonstrar como esta máxima é verdadeira. O contexto em que Paulo está dizendo isso está nos versículos anteriores, de 12 a 17, que dizem o seguinte:
“E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho. De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana e por todos os demais lugares; e muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor. Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa mente; uns por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho; mas outros, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões.”
Paulo estava preso em Roma, portanto. A guarda pretoriana o vigiava, mas muitos, certamente, se converteram pelo ministério do apóstolo. A sua prisão animou muitos irmãos em todos os lugares a também pregarem ousadamente o evangelho, mas alguns eram invejosos do prestígio, respeito e autoridade que Paulo exercia sobre a Igreja primitiva, e por isso pregavam o mesmo evangelho, mas por inveja.
Muito antes de Nietzche escrever sua genealogia da moral, Paulo já sabia do poder letal da inveja sobre os corações e mentes humanos. Alguns irmãos pregavam o mesmo evangelho que Paulo, já que na igreja nascente, ainda não havia espaço nem tempo para doutrinas novidadeiras, nem para nada que não fosse a mensagem da cruz de Cristo.
Portanto, Paulo não está falando aqui de qualquer tipo de mensagem ou método para se pregar o evangelho, mas da motivação que levava alguém a pregá-lo por inveja do sucesso do ministério paulino. Aliás, não deixa de ser interessante contrastar aqui mais uma diferença entre o que significava sucesso nos tempos de Paulo e nos dias atuais. Hoje, o sucesso do crente é medido, por muitos, por dinheiro, posição, casa, carro, poder, aviões. Nos tempos neotestamentários, o apóstolo tinha sucesso na prisão, e isso causava uma inveja dolorosa em alguns irmãos.
Outro aspecto lança ainda mais luz sobre o contexto destes versículos. A mensagem do evangelho, mesmo pregada por invejosos, não traria “salvação” a quem o ouvia, mas a Paulo (“disto me resultará salvação” – v. 19). Ainda que a palavra grega (σωτηρία - sōtēria) possa significar “salvação”, a melhor tradução no caso seria “libertação”. Libertação de quê? Da prisão em que Paulo estava. Tanto que as versões portuguesas mais modernas de Filipenses 1:19 trazem a palavra “libertação”. Paulo começara o contexto desse trecho da carta dizendo que estava na prisão, e – em resumo – se alegrava muito que mais gente pregasse o evangelho, mesmo que por inveja, porque isso certamente resultaria na conversão de muito mais pessoas, o que, provavelmente, moveria os humores das autoridades em seu favor.
Sabemos, entretanto, que a libertação que Paulo obteve foi outra, muito melhor. Ele não viveu o suficiente para sair do cárcere de Roma, e – segundo a tradição - foi decapitado alguns anos depois. A sua morte foi a libertação do cárcere desta vida num mundo tão sujeito a invejosos de todo tipo. É uma pena que tanta gente esteja enganada hoje em dia, seguindo a pregadores invejosos não do sucesso e do martírio de Paulo, mas de coisas e valores materiais tão supérfluos e passageiros, que os escravizam e destinam a uma prisão muito pior.
“Mas que importa? Contanto que Cristo seja anunciado de toda a maneira. ou com fingimento, ou em verdade, nisto me regozijo e me regozijarei ainda. Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo”
Como dizem os retóricos, “um texto fora de contexto é pretexto”. Os versículos acima apresentam uma excelente oportunidade de demonstrar como esta máxima é verdadeira. O contexto em que Paulo está dizendo isso está nos versículos anteriores, de 12 a 17, que dizem o seguinte:
“E quero, irmãos, que saibais que as coisas que me aconteceram contribuíram para maior proveito do evangelho. De maneira que as minhas prisões em Cristo foram manifestas por toda a guarda pretoriana e por todos os demais lugares; e muitos dos irmãos no Senhor, tomando ânimo com as minhas prisões, ousam falar a palavra mais confiadamente, sem temor. Verdade é que também alguns pregam a Cristo por inveja e porfia, mas outros de boa mente; uns por amor, sabendo que fui posto para defesa do evangelho; mas outros, na verdade, anunciam a Cristo por contenção, não puramente, julgando acrescentar aflição às minhas prisões.”
Paulo estava preso em Roma, portanto. A guarda pretoriana o vigiava, mas muitos, certamente, se converteram pelo ministério do apóstolo. A sua prisão animou muitos irmãos em todos os lugares a também pregarem ousadamente o evangelho, mas alguns eram invejosos do prestígio, respeito e autoridade que Paulo exercia sobre a Igreja primitiva, e por isso pregavam o mesmo evangelho, mas por inveja.
Muito antes de Nietzche escrever sua genealogia da moral, Paulo já sabia do poder letal da inveja sobre os corações e mentes humanos. Alguns irmãos pregavam o mesmo evangelho que Paulo, já que na igreja nascente, ainda não havia espaço nem tempo para doutrinas novidadeiras, nem para nada que não fosse a mensagem da cruz de Cristo.
Portanto, Paulo não está falando aqui de qualquer tipo de mensagem ou método para se pregar o evangelho, mas da motivação que levava alguém a pregá-lo por inveja do sucesso do ministério paulino. Aliás, não deixa de ser interessante contrastar aqui mais uma diferença entre o que significava sucesso nos tempos de Paulo e nos dias atuais. Hoje, o sucesso do crente é medido, por muitos, por dinheiro, posição, casa, carro, poder, aviões. Nos tempos neotestamentários, o apóstolo tinha sucesso na prisão, e isso causava uma inveja dolorosa em alguns irmãos.
Outro aspecto lança ainda mais luz sobre o contexto destes versículos. A mensagem do evangelho, mesmo pregada por invejosos, não traria “salvação” a quem o ouvia, mas a Paulo (“disto me resultará salvação” – v. 19). Ainda que a palavra grega (σωτηρία - sōtēria) possa significar “salvação”, a melhor tradução no caso seria “libertação”. Libertação de quê? Da prisão em que Paulo estava. Tanto que as versões portuguesas mais modernas de Filipenses 1:19 trazem a palavra “libertação”. Paulo começara o contexto desse trecho da carta dizendo que estava na prisão, e – em resumo – se alegrava muito que mais gente pregasse o evangelho, mesmo que por inveja, porque isso certamente resultaria na conversão de muito mais pessoas, o que, provavelmente, moveria os humores das autoridades em seu favor.
Sabemos, entretanto, que a libertação que Paulo obteve foi outra, muito melhor. Ele não viveu o suficiente para sair do cárcere de Roma, e – segundo a tradição - foi decapitado alguns anos depois. A sua morte foi a libertação do cárcere desta vida num mundo tão sujeito a invejosos de todo tipo. É uma pena que tanta gente esteja enganada hoje em dia, seguindo a pregadores invejosos não do sucesso e do martírio de Paulo, mas de coisas e valores materiais tão supérfluos e passageiros, que os escravizam e destinam a uma prisão muito pior.
amém irmão em cristo hélio. aqui é o lucas.olha concordo totalmente contigo. alguns pastores realmente se ensoberbecem(1 paulo 4 :6) e não sabem que o poder de deus não se aperfeiçoa no poder, no luxo, e sim na FRAQUEZA. paulo queria dizer que a vida do cristão sempre seria tumultuada,mas não era para ficar triste pois o poder de deus aumentaria justamente na fraqueza. alguns pastores realmente não tem seguido o caminho do evangelho ou pelo menos disfarçam os erros. pegamos o exemplo do waldemiro, nada contra, mas pergunto como alguem se intitula apóstolo? pedindo 10% para o pai, 10% para o filhp e dez para o espiríto? acho que não....tá mais que na hora de as pessoas seguirem cristo por amor, não pela prosperidade. abraço irmão hélio. continue sempre com o blog informando a vida das pessoas. deus te abençoe.
ResponderExcluirÉ verdade, mano Lucas!
ResponderExcluirTodo cuidado é pouco quando se trata de identificar a aplicação pura e sábia da Palavra de Deus às nossas vidas e principalmente quanto ao que alguns pastores andam pregando.
Abraço!
Muito bom este texto, Hélio.
ResponderExcluirGlorifico ao Altíssimo pelo discernimento que Deus te deu, cara.
Continue nessa e, quando puder, confira o nosso blog: http://territoriosete.blogspot.com
Assinado GG
Obrigado, GG!
ResponderExcluirA Deus toda a glória!
Já visitei o teu blog, gostei muito, e o estou seguindo!
Abraço!