Merkel agradece a Lutero a conquista de uma sociedade “madura e responsável”
O cristianismo é “a religião mais perseguida” no mundo. Foi assim que se manifestou Angela Merkel (foto) filha de um pastor protestante, ao falar sobre o recente sínodo da Igreja Evangélica da Alemanha, na localidade costeira de Lübeck, no Mar Báltico.
A reportagem é publicada no sítio Religión Digital, 06-11-2012. A tradução é do Cepat.
A Chanceler destacou que a proteção aos cristãos perseguidos no mundo é “parte importante da política exterior alemã”, porque a liberdade religiosa é um “direito humano básico”, que não é observada em todas as partes.
“O fanatismo, a restrição da liberdade religiosa e o desprezo pela fé fazem parte do mundo moderno”, disse Merkel, fazendo referência ao preâmbulo da Constituição alemã, em que “a República Federal, de maneira expressa, não foi criada apenas como secular”. E acrescentou: “Acredito num mundo secular, mas (também acredito que) há pontos em comum com a religião cristã que devem ser colocados no primeiro plano” da vida social.
Cinco séculos da Reforma Protestante, em 2017
A Reforma Protestante começou no dia 31 de outubro de 1517, quando Martinho Lutero protestou publicamente contra a venda de indulgências, fixando suas 95 teses na porta da igreja de Wittenberg.
Em seu discurso, em continuidade ao dito anteriormente, Merkel mencionou o quinto centenário da Reforma Protestante, que será comemorado pela Igreja Evangélica, em 2017, expressando um profundo agradecimento pela obra de Martinho Lutero, que com seu trabalho ajudou a definir a imagem de um ser humano “maduro e responsável”.
Angela Merkel também expressou a esperança de que as celebrações, previstas para daqui cinco anos, incluam um “componente de missão” que possa alcançar as pessoas que vivem distante da fé em Jesus.
O ecumenismo diante da Reforma
Diante da comemoração dos cinco séculos da Reforma Protestante, em 2017, a Chanceler alemã convidou à celebração deste acontecimento dentro de um espírito ecumênico, apesar dos católicos e protestantes não terem conseguido entrar em acordo sobre um marco comum para as celebrações.
Um convite que se direciona diretamente às declarações do cardeal Koch, presidente do católico Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos, que chamou a reforma protestante de “pecado” e “fracasso”, expressando, além disso, que gostaria de assistir – no lugar de uma celebração em memória da Reforma Protestante – uma reunião em que as confissões reformadas pedissem desculpas e reconhecessem seus erros.