sábado, 26 de janeiro de 2013

Abraçar faz bem

Manja aquele abraço gostoso e desinteressado que você reparte com pessoas queridas? 

Pois é, ele é muito bom, mas seus efeitos positivos só são sentidos se o abraço é desejado por ambas as partes e desfrutado mutuamente no contexto de uma relação de confiança.

A mais nova redenção da já conhecida "terapia do abraço" está na compilação de artigos feita por Natasha Romanzoti e publicada no HypeScience:

Abraços fazem bem para a saúde, dependendo de quem nos abraça

Segundo um estudo da Universidade Médica de Viena (Áustria), abraçar alguém pode ajudar a reduzir o estresse, o medo e a ansiedade, além de reduzir a pressão arterial, promover o bem-estar e melhorar a memória.

Estes efeitos positivos são causados pela secreção de ocitocina (ou oxitocina) no organismo – mas isso só ocorre quando abraçamos alguém que gostamos, confiamos ou conhecemos muito bem.

De acordo o neurofisiologista Jürgen Sandkühler, autor do estudo, abraçar estranhos pode ter o efeito oposto, nos estressando ao invés de acalmando.

O hormônio

A ocitocina, também chamada de “hormônio do amor”, é produzida pela glândula pituitária e conhecida principalmente por influenciar nas nossas ligações emocionais, comportamento social e aproximação entre pais, filhos e casais.

Nas mulheres, o hormônio é produzido durante o processo de parto e amamentação, a fim de aumentar a ligação da mãe com o bebê.

A ocitocina pode ser tomada na forma de comprimidos ou como spray nasal, e, uma vez que pode provocar contrações, também é usada em obstetrícia. Pode até estimular a produção de leite nas mulheres, aumentando o fluxo de leite durante a amamentação.

A pesquisa

O estudo chegou à conclusão de que abraçar alguém com quem temos intimidade libera ocitocina em nossa corrente sanguínea, o que reduz a pressão arterial, o estresse e a ansiedade, e pode até mesmo melhorar a memória.

“O efeito positivo só ocorre, no entanto, se as pessoas confiam umas nas outras, se os sentimentos estão presentes mutuamente e se os sinais correspondentes são enviados para fora”, explica Sandkühler. “Se as pessoas não se conhecem, ou se o abraço não é desejado por ambas as partes, seus efeitos são perdidos”.

O mesmo aplica-se ao comprimento do abraço. “Abraçar é bom, mas não importa quanto tempo ou quantas vezes você abraça alguém, é a confiança que é mais importante”, afirma o pesquisador.

Uma vez que a confiança exista entre os “abraçadores”, os efeitos positivos sobre o nível de ocitocina podem ser conseguidos simplesmente como resultado do comportamento empático. “Estudos têm mostrado que crianças cujas mães receberam ocitocina extra têm maiores níveis do hormônio, apenas como resultado do comportamento da mãe”, conta Sandkühler.

Já quando recebemos abraços indesejados de estranhos ou mesmo de pessoas que conhecemos, mas não confiamos, o hormônio não é liberado. “Isso pode levar a um estresse puro, porque o nosso comportamento de manutenção de distância normal é desconsiderado. Nestas situações, nós secretamos cortisol, o hormônio do estresse”, diz Sandkühler.

Abraços não desejados podem ser percebidos como um fardo emocional. “Todo mundo está familiarizado com tais sentimentos em nossas vidas cotidianas, por exemplo, se alguém que não conhecemos chega muito perto de nós sem motivo aparente. Esta violação do nosso ‘espaço pessoal’ é geralmente percebida como desconcertante ou mesmo ameaçadora”, conclui.

Outro estudo recente, da Universidade da Carolina do Norte (EUA), chegou a conclusões parecidas sobre o abraço. A pesquisa descobriu que as mulheres têm maiores reduções na pressão sanguínea do que os homens depois de abraços com seus parceiros. Elas também tinham níveis mais baixos do hormônio do estresse, cortisol.

“O apoio do parceiro está associado a níveis mais altos de ocitocina, tanto para homens quanto para mulheres. No entanto, o efeito potencialmente cardioprotetor da ocitocina pode ser maior para as mulheres”, disse a psicóloga e principal autora do estudo, Karen Grewen.



LinkWithin

Related Posts with Thumbnails