Campina do Monte Alegre é uma cidadezinha simpática do interior do Estado de São Paulo, com cerca de 6.000 habitantes, que eu já tive o prazer de conhecer.
O que pouca gente sabe é que ali foram descobertos tijolos marcados com suásticas, que revelam um passado que os infindáveis canaviais paulistas agora querem sepultar.
Não se trata apenas do macabro símbolo nazista, mas uma história de abuso e preconceito que, como pano de fundo, mostra como latifúndio e racismo se entrelaçam quando se fala da formação do Brasil.
Em 1933, 50 meninos órfãos negros foram "selecionados" como animais e transferidos de um orfanato católico do Rio de Janeiro para a Fazenda Cruzeiro do Sul, então de propriedade da família Rocha Miranda.
Ali, foram tratados como escravos pelos proprietários das terras, que eram integralistas, a versão brasileira do fascismo europeu.
A ideologia nazista e sua simbologia eram tão presentes que até o time de futebol dos "internos" tinha como emblema a suástica.
Essa impressionante história real, não tão distante no tempo assim, está contada em cerca de 20 minutos no vídeo abaixo, divulgado pela Revista de História da Biblioteca Nacional:
Aloyzio Silva, 89 anos de idade, sobrevivente. |