O bispo católico de Punta Arenas, no Chile, Bernardo Bastres (que não merece o título de "Dom"), justifica a matança de cães sob o argumento de que “Deus criou todas as coisas e as colocou à disposição do ser humano, esse é um princípio do Gênese, tudo está ao nosso serviço, e, portanto, também podemos nos desfazer problemas criados pela natureza”
Parece que o bispo católico parou a leitura da Bíblia no Gênesis, pois se tivesse chegado até o último versículo do livro de Jonas, leria a resposta de Deus ao profeta fujão:
"E eu, será que não vou ter pena de Nínive, esta cidade enorme, onde moram mais de cento e vinte mil pessoas, que não sabem distinguir a direita da esquerda, além de tantos animais?"(Jonas 4:11 - Edição Pastoral católica)
Do jeito que a coisa anda pelos lados do Vaticano, eles não precisam mais de inimigos externos. Aliás, cá entre nós, o mesmo pode se dizer dos evangélicos brasileiros...
Será que é pedir demais que o papa exigisse - além de um exame de proficiência bíblica - uma análise psiquiátrica antes de nomear um bispo? A notícia é do Opera Mundi:
Cidade chilena vive matança de dezenas de cães após declarações de bispo
Dom Bernardo Bastres citou a Bíblia para justificar morte de cachorros de rua que supostamente atrapalham cidadãos
Dezenas de cachorros apareceram mortos durante este final de semana nas ruas da pacata cidade de Punta Arenas, no extremo sul do Chile. Ainda não está claro como esses animais morreram, mas organizações denunciam possível envenenamento.
A matança vem apenas poucos dias depois das declarações de um bispo local que citou a Bíblia para justificar o assassinato de cães de rua. Em artigo no jornal regional Hoy por Hoy na última quarta-feira (09/01), dom Bernardo Bastres lembrou que existem cidades na Europa com autonomia para eliminar os cachorros de rua quando eles são um incômodo para a sociedade.
“Deus criou todas as coisas e as colocou à disposição do ser humano, esse é um princípio do Gênese, tudo está ao nosso serviço, e, portanto, também podemos nos desfazer problemas criados pela natureza”, afirmou o religioso. Ele queria que as autoridades chilenas sacrificassem os cães sem donos.
Revoltados com a morte dos cachorros, dezenas de pessoas se reuniram neste domingo (13/01) em frente à catedral da cidade e responsabilizaram o bispo pelo ocorrido. Os manifestantes impediram a realização da missa e informaram que vão se concentrar novamente nesta segunda (14/01) no local.
“Hoje (13/01), voluntários da nossa organização descobriram que havia cachorros mortos no centro de Punta Arenas e o que encontramos foi trágico e horroroso”, contou Valéria Muñoz, da UDDA (União de Defesa do Direito Animal na sigla em espanhol).
Os corpos de dezenas de cães estavam empilhados em caminhões da polícia militar chilena. “Mais de 15 cachorros foram retirados do centro da cidade e do bairro de San Miguel. Segundo informaram os carabineiros, também se retiraram animais do bairro Pedro Aguirre Cerda”, acrescentou a ativista.
Dom Bernardo Bastres negou nesta segunda-feira (14/01) as acusações de que estaria envolvido com a matança e lamentou as possíveis consequências de suas declarações. "Eu acho que as pessoas que mataram esses animais são pessoas desequilibradas. Não existe espaço dentro de qualquer sistema democrático para o povo fazer a justiça em suas mãos", disse ele.
O religioso se reuniu nesta segunda (14/01) com grupos de defesa dos direitos animais. Ambos realizaram um comunicado conjunto, no qual repudiam a matança dos cães e também os danos infligidos à catedral no protesto deste domingo (13/1). Além disso, eles pedem a investigação das mortes.
“A presente mesa concorda com a necessidade de modificação da atual gestão de cães pela cidade e sugere a criação de um mecanismo de registro, cadastro e esterilização dos animais de rua, como também a fiscalização e possível punição para donos irresponsáveis”, diz o comunicado.
Segundo a Secretaria Regional da Província de Magallanes, existem aproximadamente 12 mil cachorros de rua na capital Punta Arenas, número bastante superior à média entre as capitais provinciais chilenas, de 7,5 mil – excluindo Punta Arenas, a média das capitais diminuiria para 5,5 mil, segundo a Secretaria.