Bem que podia acontecer com eles, não estamos falando de seres humanos de galochas, popularmente chamados de "malas-sem-alça", que, infelizmente, continuarão por aqui, mas aqueles seus homônimos, os piolhos pubianos, ao que parece, estão dizendo adeus ao planeta Terra.
Os pobres parasitas estão realmente em extinção, e a principal causa é a moda lançada em terras tupiniquins, que lá fora é mais conhecida como "depilação brasileira".
A notícia é do Terra:
Depilação brasileira provoca extinção de piolho pubiano
Os piolhos pubianos, insetos que viviam na virilha de humanos desde o início dos tempos, estão desaparecendo. Segundo o site Bloomberg, os médicos apontam que a depilação íntima, inclusive a completa, também conhecida como depilação brasileira, pode ser a responsável pelo fenômeno. "A destruição do habitat do piolho pubiano está fazendo com que se torne uma espécie em extinção", afirmou a especialista em saúde sexual Janet Wilson.
Atualmente, cerca de 80% das universitárias americanas removem seus pelos pubianos parcial ou integralmente. E essa tendência está aumentando cada vez mais nos países ocidentais. Na Austrália, desde 2008 não são registrados casos de piolhos pubianos em mulheres e, entre os homens, a redução foi de 80% na última década.
"Ele costumava ser extremamente comum, agora é visto raramente", disse Basílio Donovan, chefe da área de saúde sexual da Universidade de New South Wales’s Kirby. A tendência sugere uma maneira alternativa para conter o piolho pubiano, que é considerado uma das doenças sexualmente transmissíveis do mundo, além de causar reações cutâneas, coceiras e infecções.
E não são só as mulheres que estão aderindo à depilação. Segundo uma pesquisa do Kenyon College, a maioria dos homens em idade universitária nos Estados Unidos e na Austrália também está removendo parte de seus pelos pubianos. No Reino Unido, 99 % das mulheres com mais de 16 anos removem pelos, mais comumente das axilas, pernas e região pubiana.
De acordo por Spring Cooper Robbins, pesquisador de saúde sexual da Universidade de Sydney, a depilação brasileira se popularizou mundialmente no início dos anos 2000, estimulada por programas de TV como Sex and the City. Nos Estados Unidos, esse tipo de depilação começou a fazer sucesso no J Sister Salon, salão comandada por sete irmãs brasileiras. Jonice, Jocely, Janea, Joyce, Jussara e Judeseia Padilha cresceram na cidade litorânea de Vitória e levaram a depilação para biquíni às nova-iorquinas em 1994.
Cerca de 200 clientes por dia, incluindo celebridades como Sarah Jessica Parker, frequentam o salão até hoje. Homens de todas as idades e orientações sexuais também fazem a depilação para sunga, que elimina completamente os pelos pubianos, inclusive os sobre os testículos. Para Jonice, a higiene e o conforto são as principais razões para os clientes continuarem indo lá.
A defesa contra os piolhos pubianos agora está sendo usada por clínicas e empresas para incentivar ainda mais a tendência. Uma pesquisa da East Carolina Universtity afirmou que, em 2009, os piolhos, conhecidos cientificamente como Phthirus pubis, infestam de 2% a 10% da população mundial.
"Historicamente, tem sido muito difícil obter dados de incidência de piolhos pubianos simplesmente porque as pessoas não gostam de denunciá-lo", disse Richard Russell, diretor de entomologia médica no Hospital Westmead Sydney. "Em mais de 40 anos, eu poderia contar em duas mãos o número de pessoas que tinham piolhos pubianos para a identificação e admiram saber o que eram". A fêmea do piolho precisa acasalar apenas uma vez para se manter fértil durante toda a sua vida e pode botar ovos todos os dias. Uma vez chocados, os piolhos jovens começam a se desenvolver imediatamente, alimentando-se de sangue.
Um estudo australiano de 2003 descobriu que o piolho pubiano era a doença sexualmente transmissível mais comum, sendo que um terço das pessoas experimentaria uma infestação em algum momento da vida. Segundo Donovan, a maioria das pessoas se automedica com produtos encontrados em farmácias.
De acordo com um relatório de 2011, da Mintel Group, um em cada sete homens americanos com idades entre 25 a 34 anos já removeu pelos do corpo. Porém, segundo o médico Cooper Robbins, da Universidade de Sydney, a depilação com cera ou com lâmina pode causar traumas na pele, rompendo sua barreira protetora e pode até ajudar na propagação de outras doenças sexualmente transmissíveis. Por isso, é importante utilizar os produtos de forma correta para evitar lesões e infecções. O mesmo vale para as mulheres. Outro possível foco de infecções são os pelos encravados, que podem surgir após a depilação.