Parte 12 - O mundo em paz e harmonia
por Richard Foster
A visão de inteireza e paz, que brilha como um farol para toda a Antiga Aliança, nos dá importantes percepções sobre a simplicidade cristã. Este tema é maravilhosamente reunido na palavra hebraica shalom, um conceito rico em significado que ressoa com inteireza, unidade, equilíbrio. Trazendo em si (mas muito mais amplo do que) o conceito de paz, ele significa uma comunidade harmoniosa, interessada, com Deus em seu centro como o principal sustentador e mais glorioso habitante. Essa visão grandiosa de shalom começa e termina nossa Bíblia. Na narrativa da criação, Deus trouxe ordem e harmonia a partir do caos; e no Apocalipse de João, temos a inteireza gloriosa de um novo céu e uma nova terra. A criança messiânica que nascerá é o Príncipe da Paz (Isaías 9:6). Justiça, retidão e paz deverão caracterizar seu reinado eterno (Isaías 9:7). No centro do sonho de shalom encontra-se a maravilhosa visão de todas as nações chegando ao monte do templo de Deus para aprenderem seus caminhos e andarem nas suas veredas; para converterem suas espadas em relhas de arados e suas lanças em podadeiras (Isaías 2:2-5; Miqueias 4:1-4). Shalom traz até a ideia de uma unidade harmoniosa na ordem natural; a vaca e o urso tornam-se amigos, o leão e a ovelha deitam-se juntos, e um pequenino os guiará (Isaías 11:1-9). Estamos em harmonia com Deus – fidelidade e lealdade prevalecem. Estamos em harmonia com o nosso próximo – justiça e misericórdia sobejam. Estamos em harmonia com a natureza – paz e unidade reinam.
(FOSTER, Richard. Celebração da Simplicidade. Campinas: United Press, 1999, p. 45)
por Richard Foster
A visão de inteireza e paz, que brilha como um farol para toda a Antiga Aliança, nos dá importantes percepções sobre a simplicidade cristã. Este tema é maravilhosamente reunido na palavra hebraica shalom, um conceito rico em significado que ressoa com inteireza, unidade, equilíbrio. Trazendo em si (mas muito mais amplo do que) o conceito de paz, ele significa uma comunidade harmoniosa, interessada, com Deus em seu centro como o principal sustentador e mais glorioso habitante. Essa visão grandiosa de shalom começa e termina nossa Bíblia. Na narrativa da criação, Deus trouxe ordem e harmonia a partir do caos; e no Apocalipse de João, temos a inteireza gloriosa de um novo céu e uma nova terra. A criança messiânica que nascerá é o Príncipe da Paz (Isaías 9:6). Justiça, retidão e paz deverão caracterizar seu reinado eterno (Isaías 9:7). No centro do sonho de shalom encontra-se a maravilhosa visão de todas as nações chegando ao monte do templo de Deus para aprenderem seus caminhos e andarem nas suas veredas; para converterem suas espadas em relhas de arados e suas lanças em podadeiras (Isaías 2:2-5; Miqueias 4:1-4). Shalom traz até a ideia de uma unidade harmoniosa na ordem natural; a vaca e o urso tornam-se amigos, o leão e a ovelha deitam-se juntos, e um pequenino os guiará (Isaías 11:1-9). Estamos em harmonia com Deus – fidelidade e lealdade prevalecem. Estamos em harmonia com o nosso próximo – justiça e misericórdia sobejam. Estamos em harmonia com a natureza – paz e unidade reinam.
(FOSTER, Richard. Celebração da Simplicidade. Campinas: United Press, 1999, p. 45)
Mano Hélio,
ResponderExcluirSerá que este Richard leu realmente o Velho Testamento?
Shalom para meus manos hebreus, morte aos cananeus, filisteus, gebuseus, morte a todos eles, filhos do cão que estão ocupando uma terra que é minha.
Isso é justiça social?
Se você estivesse falando de Confúcio, aí sim.
Abraços,
Evaldo Wolkers.
Obrigado pelo comentário, mano Evaldo!
ResponderExcluirTalvez não tenha dado pra perceber nos textos que estou postando a ênfase que o Foster dá no fato de que este era um ideal de justiça que nunca foi alcançado pelos próprios judeus, como no caso dos juros, por exemplo. Quanto à violência do Velho Testamento, eu acho complicado analisar fatos e conjunturas sócio-econômica-culturais de 30 séculos atrás com os olhos do século XXI. O assunto se tornaria inesgotável, obviamente, porque me parece que os textos sagrados em geral são escritos sem a intenção de esmiuçar todos os detalhes de uma determinada época, mas principalmente para reforçar mitos e tradições que necessitavam ser transmitidos de geração em geração para garantir a sobrevivência da tribo, do sangue, da linhagem, do sêmen afinal. Territorialidade animal em essência. Apesar de todos os ensinamentos trazidos pelos grandes líderes religiosos, e apesar de terem representado uma virada na vida de seu povo e dos povos vizinhos, eles não foram capazes de impedir a violência, que é sempre justificada ao gosto do líder político de ocasião. Isto, para mim, apenas reforça a ideia de que a maldade é inerente ao ser humano, e o Divino, seja Ele(a) qual for naquela conjuntura, tem enorme dificuldade em lidar com a miséria humana, cujos exemplos vemos todos os dias até hoje.
Então, a intenção que tive com esses textos foi justamente apontar um ideal, reconhecidamente inatingível nas nossas circunstâncias, e o seu comentário é muito oportuno para ressaltar o abismo que existe entre o sonho e a prática.
Abraço!
Agora entendi mano.
ResponderExcluirUma justiça social não alcançada.
Porque eu não concordo muito com gente que vê o VT como "fonte de leite e mel", porque tem o outro lado, a "fonte de sangue e fel", rsrs.
Sonhos à parte, realidade é realidade, rsrs (ou seria mito é mito?), rsrs.
Abraços.
Evaldo Wolkers.