segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Católicos da Zâmbia não querem que Constituição do país se declare cristã

Num tempo em que forças religiosas de todas as vertentes se esforçam para quebrar a separação entre Igreja e Estado e - assim - interferir nas leis e políticas públicas de cada país, não deixa de ser surpreendente que os bispos católicos da Zâmbia rejeitem a inclusão oficial do nome "cristão" na Constituição do país africano, majoritariamente católico.

A notícia vem do site católico Fátima Missionária:

Igreja da Zâmbia recusa título cristão na Constituição

Num tema controverso, os bispos católicos deste país africano acham que a referência cristã não deva ser incluída no texto da Constituição. É uma questão de separação entre religião e Estado, num país multi-religioso

Enquanto na Igreja do velho continente se lamenta a não inclusão da referência às suas “raízes hebraico-cristãs” no preâmbulo da Constituição europeia, já abandonada, os bispos da Zâmbia assumem uma posição diferente. “No preâmbulo, a declaração que a Zâmbia é uma nação cristã deve ser omitida”, escreveram os bispos à comissão encarregada de redigir o texto da nova Constituição.

Os prelados explicam a sua posição, afirmando que “um país não pratica os valores e os preceitos do cristianismo através de uma simples declaração”. A Igreja declara que “o princípio da separação entre Estado e religião não se pode perder”. Por conseguinte, afirmar que a Zâmbia é uma “nação cristã” estaria em contradição com o reconhecimento de que “é um país multi-religioso”, princípio este já presente na primeira redação do texto constitucional.

Com uma população maioritariamente católica - mais de 85 por cento - a Zâmbia há anos que se debate com o problema de adotar uma nova Constituição. É já a terceira tentativa de redigir um novo texto fundamental que possa ser aceite por todas as partes. A primeira tentativa remonta a 1996, quando era presidente Frederick Chiluba, ex-comunista convertido aos evangélicos. Já nessa altura, os bispos católicos se opuseram à tentativa de inserir no texto constitucional a referência cristã.



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