sábado, 11 de agosto de 2012

TJ da Bahia autoriza jegues a participarem da lavagem do Bonfim


Eita Brasilzãozão das notícias insólitas! Sente só o nível das discussões que chegam aos tribunais, como esta que nos traz a Folha:

TJ da Bahia libera participação de jegues na Lavagem do Bonfim

EDER LUIS SANTANA

O Tribunal de Justiça da Bahia decidiu nesta semana liberar a participação de jegues na Lavagem do Senhor Bonfim, festa tradicional que ocorre anualmente na segunda quinta-feira de janeiro na capital baiana.

Trata-se de mais um capítulo da disputa judicial entre defensores dos direitos dos animais e a Prefeitura de Salvador.

Considerada segunda maior festa popular da Bahia, atrás apenas do Carnaval, o evento existe há mais de 250 anos e reúne milhares de pessoas nas ruas em um cortejo por cerca de oito quilômetros.

Há dois anos os jegues não participam da festa depois que a Justiça baiana acatou o pedido de ONGs. Elas alegam haver maus-tratos aos animais expostos a situações como barulho em excesso, açoites e violência física cometida por pessoas que participam do evento.

Por 24 votos a favor e dez contra, os desembargadores do TJ suspenderam a liminar do juiz Ruy Eduardo Almeida Britto, da 6ª Vara da Fazenda Pública, permitindo que os bichos sejam trazidos de volta em 2013.

A advogada voluntária da Associação Terra Verde Viva, Ana Rita Tavares, afirmou que irá recorrer no STJ (Superior Tribunal de Justiça) e no STF (Supremo Tribunal Federal) contra a decisão da Justiça baiana.

"A nossa luta não é apenas pelos animais, é por uma sociedade menos violenta. Quando esses animais são maltratados, passamos às crianças e aos adolescentes uma mensagem de que a violência é algo natural", afirma.

A advogada explica ainda que, até setembro, o mérito da ação deverá ser julgado. Caso a decisão seja favorável às associações de proteção animal, a decisão do TJ perderá efeito.

Segundo Ana Rita, outros eventos tradicionais como a Lavagem do Bairro de Itapuã e a Mudança do Garcia, que acontece no Carnaval, já acontecem em Salvador sem a presença dos animais.

A Folha entrou em contato com a Saltur (Empresa Salvador de Turismo), que responde sobre o assunto na prefeitura, mas assessores informaram que ninguém estava disponível para dar entrevistas.



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