sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Quando ateus experimentam orar

Com base num estudo do filósofo da Universidade de Oxford, Tim Mawson, intitulado "Praying to Stop Being an Atheist" ("Orando para deixar de ser ateu"), o apresentador de rádio Justin Brierley teve uma ideia, digamos, instigante.

No seu programa chamado "Unbelievable?" ("Inacreditável?" - vídeo abaixo) na rádio cristã britânica Premier, ele convidou 71 ateus e agnósticos para participar do Atheist Prayer Experiment ("Experimento de Oração Ateísta").

O projeto consistia em que cada pessoa se comprometesse a orar por alguns minutos durante 40 dias entre os últimos meses de setembro e outubro.

O pedido da oração era que Deus se revelasse a eles. Os ateus tiveram uma atitude simpática e aceitaram o desafio.

Depois do período estipulado, os resultados foram curiosos. Dos 71 ateus que iniciaram a experiência, 2 delas terminaram crendo em Deus. Uma outra pessoa se qualificou como "indecisa", dizendo que está "procurando ter fé".

6 pessoas confessaram que suas experiências não deviam ser contadas como válidas, já que falharam em cumprir o compromisso. 14 participantes não responderam.

Os 48 restantes chegaram à conclusão de que Deus não se revelou a eles, sendo que alguns oraram por 40 dias enquanto outros fizeram isso esporadicamente no período, havendo aqueles que abandonaram a oração depois de alguns dias.

Curiosa foi a situação de dois participantes, um cujo pai morreu dois dias após se inscrever no projeto e outro que escapou por um triz de um atropelamento, mas viu o carro (que avançou o sinal vermelho) atingir uma mulher ao seu lado.

Vendo que só ele e uma enfermeira que passava pelo local se preocuparam em socorrer a mulher, o ateu ficou indignado com o egoísmo das pessoas, e ao chegar em casa orou pedindo a Deus que cuidasse da vítima e "perdoasse os omissos porque eles não sabiam o que estavam fazendo".

E aí, amigo ateu, porque você não se inspira no exemplo de seus colegas britânicos e se candidata a fazer o mesmo.





quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Olivia Newton-John e John Travolta lançam CD de Natal

Rapaz, como o tempo passa pra todo mundo, né não? E não há botox, pancake ou tintura que dê jeito...

"Grease - Nos Tempos da Brilhantina" foi o musical lançado nos cinemas em 1978 que estourou as bilheterias mundo afora, tendo Olivia Newton-John e John Travolta como astros principais.

Curiosamente, eu estava em Salvador (BA) em janeiro de 1979, em uma excursão com os colegas de classe, todos na faixa dos 15 anos de idade, e fomos ver o filme num cinema ali do lado da Praça Castro Alves.

Achamos divertido o fato que os baianos não tinham vergonha alguma de dançar no cinema ao som de "Summer Nights" (vídeo abaixo), "Greased Lightnin", "You're the One that I Want", "We Go Together", e tantos outros grandes sucessos da trilha sonora inesquecível.

Acho que foi ali que começou o axé... e eu testemunhei (risos).




Eis que agora, sabe-se lá por quê, em pleno 2012, Olivia e John resolveram dar as caras de novo, lançando um CD de músicas natalinas,  intitulado "This Christmas", segundo noticia o site Co.Create.

Pela capa do álbum você tem uma ideia de como o tempo passou para os dois. Bilhões de senhoras e senhores no mundo inteiro, entretanto, jamais esquecerão o quanto eles alegraram a sua juventude.



Abaixo dois vídeos promocionais bem curtos, estrelados por Olivia e Travolta, que os chama de "o dueto que mais vendeu na história da música pop":








quarta-feira, 28 de novembro de 2012

12 dicas para quem cuida de pessoas em estado terminal

Alguns dias atrás, divulgamos aqui a notícia da americana que ficou 42 anos em coma, sendo cuidada pela mãe até a morte desta, e depois pela irmã.

Todas as pessoas que, de alguma forma, se veem na condição de ter que cuidar de outras pessoas debilitadas em razão de alguma enfermidade ou acidente, sabem como é difícil se desincumbir de tamanha responsabilidade sem causar dano a si próprias.

Isso se dá, principalmente, porque as pessoas cuidadoras – além do alto nível de stress envolvido - sacrificam boa parte das suas próprias necessidades em prol da pessoa que está sob seus cuidados.

Pesquisa da Universidade de Yale revela que cerca de 1/3 dos cuidadores de seres amados em estado terminal sofrem de depressão. Aproximadamente ¼ deles se encaixam nos critérios clínicos estabelecidos para o diagnóstico de ansiedade.

Já 41% dos cuidadores de um cônjuge com mal de Alzheimer ou outra forma de demência passam por uma severa depressão em até 3 anos depois da morte daquele(a) que cuidavam.

Analisando essa situação, o site World of Psychology trouxe 12 recomendações aos cuidadores para protegê-los da ansiedade e da depressão e fortalecer a sua saúde mental enquanto cuidam de um parente.

Como são bastante relevantes, relembrando situações que já enfrentei pessoalmente com meu pai e minha avó, decidi traduzi-las em parte e adaptá-las àquilo que eu próprio vivenciei. São elas:

1) Reconheça que o problema existe

Não tente fingir que você não está cansado, ou que cuidar de alguém é padecer no paraíso. Seja honesto a respeito dos seus próprios sentimentos.

Isto significa que você não deve suprimir as suas emoções reais em troca de um pensamento positivo imaginário, por mais real que seja o seu sacrifício.

Um estudo da revista Psychological Science revelou que pessoas com baixa autoestima que, mesmo contra todas as evidências, insistem em forçar um pensamento positivo de que seu esforço é reconhecido, terminam rancorosas e com autoestima mais baixa de quando entraram no processo.

É melhor reconhecer para si mesmo, de preferência em voz alta e com as palavras mais cruas possíveis, o quanto essa situação é extremamente injusta, desagradável e desgastante.

2) Eduque-se

Procure se informar sobre as reais condições da pessoa amada e quais são os tratamentos, as terapias e as intercorrências possíveis.

Fazendo isso, você não será surpreendido nem se assustará quando situações anômalas ocorrerem. Consequentemente, o seu choque será menor.

Tanto quanto possível, procure inclusive treinamento adequado à situação que você enfrenta.

Isto não eliminará as surpresas pelo caminho, mas fará com que você, além de enfrentá-las de maneira proativa, tenha uma perspectiva do que ocorrerá com a pessoa sob seus cuidados no prazo de um mês ou um ano, por exemplo. Assim, poderá programar melhor a sua própria vida.

3) Coloque a sua máscara de oxigênio

Lembra-se daquela recomendação de rotina no inicio dos voos, “máscaras de oxigênio cairão do compartimento acima; coloque a sua primeiro para depois colocar a das crianças”?

Isto quer dizer que cuidar de você mesmo primeiro é tão ou mais importante do que cuidar da pessoa amada em necessidade.

A lição vale para tudo na vida: você só terá condição de cuidar dos outros se estiver bem em primeiro lugar.

Pesquisa do Journal of the American Medical Association revelou que cuidadores mais velhos (do que aqueles de quem cuidam) que estão super estressados têm o seu próprio risco de morte aumentado em 63% em comparação com aqueles cuidadores que sabem administrar o seu stress.

4) Programe uma folga

Estabeleça um período diário de cerca de meia-hora para dedicar-se única e exclusivamente a você, sem pensar em nenhum outro problema de quem quer que seja.

Isto não significa que você deva tirar uns 15 minutos enquanto a sopinha não fica pronta, ou na leitura daquele material entediante sobre a enfermidade que a pessoa querida sofre.

Significa – sim – que durante este pequeno período dedicado a você mesmo, as tarefas diárias e as necessidades de nenhuma pessoa neste mundo ocuparão a sua mente.

Isto não é egoísmo, é relaxamento essencial para a sua saúde física e emocional.

5) Rotule a sua culpa

É inevitável que você se cubra de “culpas” (geralmente imaginárias) ao longo do período em que cuida da pessoa amada, seja direcionada a ela ou aos seus afazeres e relacionamentos deixados de lado.

Procure, entretanto, classificar essas “culpas” em verdadeiras ou mentirosas, em benéficas ou não, se te ajudam a prosseguir ou se te paralisam e te afundam no poço da depressão.

Desta forma, pensamentos mórbidos sobre as suas habilidades como cuidador(a) devem ser rejeitadas e descartadas de imediato.

Já novas ideias sobre como melhorar o seu desempenho podem ser eventualmente rotuladas como “benéficas” e trabalhadas a seu devido tempo.

6) Organize-se

De certa forma, cuidar de pessoas acamadas é como criar crianças: ter organização e disciplina é essencial.

Assim, por exemplo, os horários para as crianças se alimentarem, comerem “bobagens”, brincarem, assistirem TV, etc., devem ser bem administrados.

Da mesma maneira, se a sua mãe ou esposa estão acamadas e com um mínimo de consciência, ajuda tanto a elas como a você saber de antemão o horário em que tomarão banho ou se alimentarão.

7) Saia de casa

Trancar-se em casa é uma das piores atitudes que um cuidador pode ter. Se insistir nesse comportamento negativo, rapidamente se sentirá um prisioneiro numa cela escura e assustadora.

Procure sair de casa. Aproveite todas as oportunidades que lhe aparecerem (ou provoque-as!) para interagir socialmente. É extremamente benéfico entrar em contato com outras pessoas em situações completamente diferentes daquelas que você enfrenta de casa.

Tanto quanto possível, faça cursos ou vá ao clube, a reuniões sociais ou à academia por curtos períodos tantos dias da semana quanto possíveis.

Ao fazer isso, o seu estado de espírito se animará e você certamente se tornará um melhor cuidador para a pessoa que você ama.

8) Durma

A melhor recomendação que este artigo pode dar é essa: durma bem. Por uma razão muito simples (e perigosa): distúrbios do sono potencializam o risco de depressão severa.

Se o seu sono está rotineiramente alterado e disperso, você passará a sentir fadiga e o seu estado de espírito vai por água abaixo.

Não tardará muito a perder interesse na interação social, tão necessária nesse momento, e os pensamentos negativos se intensificarão, levando a alterações no apetite e à perda de concentração.

Portanto, faça todo o possível e o impossível para dormir bem.

9) Reduza as suas expectativas

Não se engane: a tendência é que você seja constantemente lembrado de como a enfermidade tirou de você e da pessoa amada os maravilhosos anos que passaram juntos.

Não adianta, entretanto, querer ter de volta aqueles bons momentos, porque – mesmo que nada de ruim tivesse acontecido – eles de qualquer maneira jamais voltariam. Pertencem agora ao tempo que passou. É a regra da vida.

Não se torne prisioneiro, portanto, desses pensamentos nostálgicos, e se convença de que vale a pena continuar vivendo de maneira simples e – muito provavelmente – solitária, os anos que lhe restam.

Isto não significa que o que você ainda tem a viver não seja bom. Depende de você e das circunstâncias que só o futuro revelará a seu próprio tempo. Tenha paciência e procure manter a calma e a serenidade.

10) Peça ajuda

Não tenha vergonha nem espere demais até reconhecer que precisa de ajuda. Você não precisa chegar à exaustão completa antes de gritar por socorro.

Enquanto você ainda tem energia sobrando, mas sente que ela está se esvaindo, procure a ajuda de familiares e amigos para pequenos auxílios no seu dia-a-dia de cuidador(a).

Mesmo que você não tenha mais familiares e amigos próximos que possam lhe ajudar, procure saber se na sua comunidade ou na sua cidade existem serviços de assistência a pessoas nessas condições a que você possa recorrer.

Informe-se, procure, pesquise, não se sinta constrangido(a) ao pedir ajuda. É para o seu próprio bem, e também da pessoa de quem você cuida.

11) Adie decisões importantes

Os psicólogos aconselham as pessoas que acabam de perder um ente querido a não tomar decisões cruciais por um ano, período razoável para que elas tenham condições de avaliar com boa dose de equilíbrio as opções que se lhes apresentam.

O mesmo vale para os cuidadores. Evite tomar decisões que importam numa mudança radical de aspectos muito sensíveis de sua vida, sobretudo na área de relacionamentos e da sua carreira profissional.

Para tanto, espere um momento em que você esteja mais estável emocionalmente. Não faça nada precipitadamente.

12) Fale sobre isso

Não importa tanto saber como você vai conseguir apoio, porque você certamente vai precisar dele.

Procure na sua região um grupo de ajuda a cuidadores. Se não for possível, converse com pessoas do seu bairro, do hospital, da clínica ou da sua cidade para trocar experiências com quem enfrenta situação parecida.

O simples fato de desabafar com alguém capaz de entender na prática o que você está passando já é de grande ajuda.

Além disso, busque na internet organizações ou sites que possam te preparar a enfrentar o seu imenso desafio. Busque, acima de tudo, empatia. Não tenha vergonha de chorar. A empatia geralmente se faz acompanhar da simpatia.

No Brasil, por exemplo, busque no Google pelas palavras-chave “associação”, “cuidadores” acrescentando a enfermidade que eles sofrem, como “Alzheimer” ou AVC, etc., que você encontrará vários sites com informações úteis.

Cuide de você mesmo. Vale muito a pena!



terça-feira, 27 de novembro de 2012

Ator se converte e quer deixar "Two and a Half Men"

Fenômeno típico pós-conversão, o ator teen Angus T. Jones, do seriado "Two and a Half Men", quer abandonar a produção, segundo noticia o Terra:

Religioso, ator diz que não pode mais atuar em 'Two and a Half Men'

Quase dois anos depois de ter sofrido uma severa reformulação, com a demissão do protagonista, Charlie Sheen, de seu elenco, a série Two and a Half Men pode passar por outra mudança em breve. Em entrevista ao canal virtual Forerunner Chronicles, da igreja norte-americana Forerunner, o ator Angus T. Jones, que interpreta Jake na sitcom do canal CBS, falou sobre sua crescente fé em Deus, em como esta tem afetado sua vida e aconselhou aos fãs: "não assistam mais a Two and a Half Men".

"Se eu não estou fazendo o trabalho de Jesus, Deus pode me levar agora, já posso morrer. Não quero contribuir para o plano dos inimigos. Eu até poderia pensar, 'posso ser um cristão e trabalhar na série', mas, não. Não posso. Você não pode ser um bom cristão estando em um programa de televisão como esses. Eu sei que não posso", disse ele, hoje com 19 anos, há 15 trabalhando como ator.

Durante a entrevista, editada em vídeo com meia hora de duração, Jones fala longamente sobre os caminhos que o levaram à religião, fé abraçada com força por ele nos últimos meses graças a supostos sinais que teria recebido de Deus. "No dia 22 de janeiro, eu estava conversando com um amigo e, na época, não sabia se continuaria no programa ou se iria para a faculdade. Ele me disse que, se estivesse no meu lugar, continuaria na série por causa da situação da sua família. Aquilo me atingiu de uma forma interessante, porque esse cara é um guitarrista muito talentoso que sequer tem amplificador. Depois ele ficou me perguntando um monte de coisas e logo percebi que não era ele e, sim, Deus falando por ele", explicou.

"Então, um outro amigo me contou sobre uma congregação religiosa de negros, essas coisas gospel, e eu gosto de negros. No primeiro dia que fui a ela vi que a mensagem dita ali era feita para mim. Falava sobre a minha vida, sobre o que eu tinha que fazer...descobri que aquela era minha igreja."

Ao final da conversa, concedida a um líder religioso, Jones mirou a câmera e pediu aos seus fãs para deixarem de assistir à série que o tornou mundialmente famoso - além de dono do maior salário entre jovens da televisão americana, recebendo US$ 300 mil por episódio.

"As pessoas me veem e dizem, 'uau, você é o Jake!'. Mas o Jake não significa nada. Por favor, se você vê Two and a Half Men, pare com isso. Estou dentro da série e não quero estar. Por favor, pare de encher sua cabeça com essa bobagem. Dizem que é entretenimento, mas faça uma pesquisa por você mesmo sobre os efeitos da televisão em seu cérebro e você conseguirá formar uma opinião sobre a TV. E as notícias não serão nada boas."

Desde setembro do ano passado, a série, uma das mais vistas da televisão americana, conta com Ashton Kutcher como estrela do elenco, que ainda conta com Jon Cryer no papel do problemático Alan, pai de Jake.



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Natal em ritmo de Gangnam Style

Tava demorando pra aparecer uma versão natalina de Gangnam Style, né não?

Pois ela chegou, ainda que não na forma de uma cópia descarada (e geralmente de mau gosto) do hit do Psy.

A ideia australiana da vez foi aproveitar o sucesso coreano para fazer uma coreografia divertida com as famigeradas e onipresentes luzinhas de Natal.

O show natalino acontece toda noite do outro lado do mundo, em Bishop Riley Way, no bairro de Churchlands, na área metropolitana de Perth, no Estado de Western Australia.

A parafernália consumiu 41.000 lampadinhas (chinesas, por supuesto), 2.000 canais de luz, 2 km de cabos e 200 horas de montagem até tudo ficar pronto, tudo isto ao custo energético de incríveis 10 dólares por semana, segundo se desculpam de antemão os organizadores.

O resultado até que ficou bom. Confira no vídeo abaixo:





domingo, 25 de novembro de 2012

Americana morre após 42 anos em coma

Todas as pessoas que, como eu, tiveram que cuidar de um ente querido em situação terminal por vários anos, sabem dos problemas que a situação lhes confronta, mas também conhecem a riqueza de alma e espírito que se ganha ao participar da luta incessante de um ser humano pela vida.

Por isso é tão comovente a história de vida de Edwarda O'Bara, que terminou na última quarta-feira, depois de impressionantes 42 anos em coma.

O seu apelido carinhoso era "Branca de Neve", por isso nada melhor do que homenageá-la com a ilustração ao lado.

Que família maravilhosa ela teve, que não desistiu nunca de estar lá, ao lado dela, cuidando da sua melhor sobrevivência diante do quadro gravíssimo que ela enfrentou.

A notícia foi publicada no Terra:

"Branca de neve": americana morre após 42 anos em coma

A paciente há mais tempo em coma no planeta morreu na quarta-feira, em Miami, após 42 anos na condição. Edwarda O'Bara ficou conhecida como "Branca de Neve" e tinha 59 anos. As informações são do jornal Daily Mail.

Edwarda entrou em coma aos 16 anos devido à diabetes. Na manhã de 3 de janeiro de 1970, ela acordou com muita dor porque a forma oral de insulina que ela tomava não estava chegando ao sangue. Ela foi levada ao hospital e, segundo a família, teria dito à mãe: "prometa que você não vai me deixar sozinha".

A mãe, Kaye, cumpriu a promessa a até 5 anos atrás, quando morreu e, desde então, a irmã de Edwarda, Colleen, passou a cuidar dela em sua casa. Colleen deixou o emprego para poder se dedicar à nova tarefa. "Eu não pensei duas vezes. Ela é minha irmã", conta à reportagem.

Entre os cuidados, a "Branca de Neve" precisava ser virada a cada duas horas, receber insulina e ser alimentada por um tubo. Colleen conta que falava constantemente com a irmã e acreditava que ela ouvia cada palavra.

Colleen diz ter mantido a esperança sobre a condição da irmã, mas ela notou nos últimos dias que ela tinha dificuldade em receber comida. Na quarta-feira, ela diz que saiu do lado de Edwarda para pegar um café. Quando voltou, a irmã já havia falecido. "Ela então fechou seus olhos e se juntou à minha mãe no céu", diz Colleen.



sábado, 24 de novembro de 2012

Ascensão social amplifica racismo no Brasil

Matéria interessante da Rede Brasil Atual, republicada pelo IHU:

Ascensão social faz aumentar casos de racismo em shoppings e universidades

Pessoas negras enfrentam discriminação e preconceito em ambientes antes frequentados apenas por brancos.

A reportagem é de Raimundo Oliveira e publicada pela Rede Brasil Atual, 19-11-2012.

Nos últimos dez anos, com melhorias consistentes nos indicadores sociais no Brasil, os cidadãos mais pobres passaram a ter acesso a outros níveis de consumo, como em lojas de shopping, aeroportos, cinemas e universidades. No caso de cidadãos negros e pardos, para muitos isso significou também maior exposição à discriminação racial nos ambientes antes frequentados majoritariamente por pessoas brancas.

Na Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), já são 15 as denúncias de racismo em universidades, 12 registradas neste ano, quatro vezes mais que as três contabilizadas em 2011 – quando a Ouvidoria da Seppir passou a receber os relatos de discriminação –, afirma Carlos Alberto Silva Júnior, ouvidor da Seppir.

Segundo ele, este aumento não está relacionado a manifestações contra a lei que garante metade das vagas nas universidades federais a negros, pardos e índios, desde que tenham cursado o ensino público, sancionada no final de agosto. “A lei é recente, e muitas situações ocorreram antes que ela foi sancionada. O que percebemos é que há, além da maior exposição de negros em situações de consumo antes pouco comuns por causa de condições financeiras, também maior percepção por parte destes cidadãos do que é preconceito racial”, diz.

Daniel Teixeira, advogado e coordenador de projetos do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdade (CEERT), afirma que, neste ano, aumentou em cerca de 30% as denúncias de crimes raciais em situações de consumo registrados na entidade - que lida com casos de natureza racial e de intolerância religiosa, por exemplo.

As denúncias relacionadas aos centros de compras lideram nos 25 casos acompanhados pelo CEERT desde janeiro e evidenciam que o preconceito ocorreu em função da cor da pele e não da classe social. “Em muitos casos, quando a pessoa é pobre, ela não consegue identificar direito se está sofrendo preconceito por ser negra ou por ser pobre e, muitas vezes, acaba relacionando tudo à pobreza”, afirma Teixeira.

“Mas, quando estas pessoas conseguem melhorar sua situação financeira, percebem que não é mais por causa da pobreza que são discriminadas”, afirma. “Tem um caso emblemático de um músico que foi o único da banda a ser barrado em shopping de elite em São Paulo onde eles se apresentariam. Ele chegou de táxi e foi impedido de entrar pelos seguranças, alegando que o motivo era por estar com um instrumento. Mas os outros músicos, todos brancos, também estavam com seus instrumentos e nenhum foi barrado”, relata.

Tanto para o advogado do CEERT como para o ouvidor da Seppir, a queda na desigualdade social registrada nos últimos dez anos no Brasil (que fez o índice Gini, usado pela ONU para medir a desigualdade, cair de 0,594 para 0,527 entre 2001 e 2011) beneficia a população de negros e pardos no país, historicamente relegadas às posições mais baixas da sociedade, e revela mais nitidamente as situações de preconceito.

Para Silva Júnior, há uma discriminação histórica - como na lei de Imigração de 1890, que proibia a entrada de africanos, e na lei que criminaliza e legaliza a prisão por vadiagem logo após o fim da escravidão, quando a maior parte dos negros não tinha emprego formal algum -, mas há também o preconceito difuso.

A secretária Nacional de Combate ao Racismo da CUT, Maria Júlia Reis Nogueira, acostumada a uma rotina de aeroportos por conta do trabalho, e dona de cartões de fidelidade que dão os maiores benefícios na compra de passagens, conta que já caiu na armadilha do preconceito difuso em situações de consumo.

“Sempre viajo a trabalho, não me visto como uma madame, e percebi que em muitos locais quando entro na fila destinada aos portadores do meu cartão de fidelidade têm pessoas que me perguntam se estou na fila correta. No começo, ao perceber que esta atitude era em função da cor pele, respondia sempre que, se não tivesse o cartão, não estaria naquele lugar. Mas agora, quando me perguntam isto eu questiono a pessoa se está fazendo esta pergunta para todo mundo que está na fila, independente da cor da pele”, afirma.



sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Como morrer estupidamente

Já ensina o ditado popular que "pra morrer basta estar vivo", sabedoria tristemente confirmada por dois fatos ocorridos no Brasil num curto espaço de tempo.

É desafiadoramente humana essa perspectiva de que tudo pode estar maravilhosamente bem num determinado momento, e num estalar de dedos o mundo se transforma em tragédia.

Há mortes que deixam surpresa a própria morte, como atestam essas duas notícias, a primeira publicada na Folha de S. Paulo no dia 19/11/12, e a segunda no UOL em 21/11/12:




Noivo morre após se ferir com copo durante festa de casamento no Rio

O militar Fábio Gefferson dos Santos Maciel, de 33 anos, morreu após sofrer uma lesão na veia femoral provocada por um copo, durante comemoração do seu próprio casamento, na madrugada desta segunda-feira (19), na Ilha do Governador, zona norte do Rio de Janeiro.

O caso foi registrado na 37ª DP (Ilha do Governador) como morte acidental.

Maciel, que é sargento da Marinha, comemorava o seu casamento no Clube Nautilus, quando tropeçou. Com a queda, um copo do tipo tulipa que estava no seu bolso esquerdo se quebrou, cortando a veia femoral do sargento. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu a caminho do hospital.

Seu corpo permanece no IML (Instituto Médico Legal) e será levado por um voo pago pela Marinha para Manaus, cidade onde moram seus familiares. O enterro deverá ser na próxima quarta-feira.








Homem morre engasgado com peixe vivo durante brincadeira em pescaria no Ceará

Uma brincadeira acabou em tragédia para a família de um homem que estava passando o fim de semana no litoral de Icapuí (a 226 km de Fortaleza).

Segundo a polícia, o homem morreu engasgado depois que colocou um peixe vivo na boca para mostrar que conseguia segurá-lo com os dentes.

O peixe, da espécie solha (popularmente chamado de soia), que tem o couro escorregadio, pulou e entrou na traqueia do homem. O caso ocorreu próximo ao meio-dia do último domingo (18), quando a vítima participava de uma pescaria com amigos.

A polícia e o hospital de Icapuí, onde o homem foi socorrido, não divulgaram a identidade dele porque a família pediu restrições.

O homem morava em Fortaleza, tinha 45 anos e passava o fim de semana com a família em uma das praias de Icapuí.

De acordo com o inspetor Janilson Coutinho, da delegacia de Icapuí, esta não foi a primeira vez que o homem colocava um peixe vivo na boca.

“A família relatou que ele sempre fazia esse tipo de brincadeira. Dessa vez o peixe conseguiu se soltar, pulou para a garganta do homem e ele morreu engasgado”, disse.

A polícia não abriu investigação sobre o caso porque entendeu que se tratou de um acidente provocado pela vítima e que não houve crime.




quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Iraniana podia cegar seu agressor mas decidiu perdoá-lo

"Dente por dente, olho por olho". Esta é a chamada "lei de talião", de onde vem a palavra "retaliação", que está prevista no Velho Testamento, em Levítico 24:
19 Se alguém desfigurar o seu próximo, como ele fez, assim lhe será feito:
20 quebradura por quebradura, olho por olho, dente por dente; como ele tiver desfigurado algum homem, assim lhe será feito.
Soa inacreditável pensar que essa lei valha em pleno século XXI, mas - dentro da tradição muçulmana - foi a ela que recorreu a iraniana Ameneh Bahrami, que conquistou na justiça o direito de cegar o homem que desfigurou o seu rosto.

Entretanto, após ter esse direito reconhecido pela justiça do Irã, Ameneh Bahrami, decidiu não aplicá-lo, perdoando o seu agressor.

Ela podia ter se vingado na base do "olho por olho", mas não quis. Poucas vezes se viu uma demonstração prática de perdão tão eloquente.

Confira a história impressionante na entrevista que ela deu à Folha de S. Paulo:

Iraniana deformada ganha na Justiça direito de cegar agressor

SAMY ADGHIRNI
DE TEERÃ

A iraniana Ameneh Bahrami, 34, ficou desfigurada depois que um colega de faculdade com quem ela não queria se casar atirou ácido em seu rosto. Em 2011, ela obteve o direito de aplicar a Lei de Talião, mas, na última hora, perdoou o agressor. Residente na Espanha, Ameneh voltou ao Irã para lançar sua biografia "Auge um Auge" ("olho por olho", em alemão), sem previsão de lançamento no Brasil.

Leia o depoimento de Bahrami à Folha:

"Nasci de um pai militar e de uma mãe professora de escola primária e tive uma infância feliz crescendo ao lado de minhas duas irmãs e dois irmãos em Teerã.

Terminado o segundo grau, me inscrevi na faculdade de Engenharia Eletrônica na Universidade Eslamshahr.

Em 2003, uma senhora me telefonou dizendo que tinha um filho que estudava comigo e queria me pedir em casamento. Ela me disse seu nome, Majid Movahedi, e então fui conferir quem era.

Eu o conhecia de rosto, mas não sabia seu nome. Quando a mãe me ligou de novo, contei que não estava interessada. Não ia com a cara dele e, além disso, ele um dia havia mexido comigo durante uma oficina de laboratório, tocando minhas coxas.

Mas ela continuou ligando, dizendo que seu filho era homem e, por isso, tinha direito de escolher quem bem entendesse para ser sua mulher. Após meses recebendo ligações, exigi que ela parasse de telefonar. Ela respondeu que seu filho iria se matar se não se casasse comigo.

Meses depois, me formei e consegui um emprego numa empresa de equipamentos médicos.

Eu só soube muito tempo depois que Majid naquela época vivia me seguindo e levantando todo tipo de informação a meu respeito, desde horários até nomes de colegas.

Certa vez ele me ligou dizendo que estava disposto a me matar se eu não me casasse com ele. Não levei a sério e continuei vivendo normalmente, até que um dia, em outubro de 2004, eu o vi me esperando na frente da empresa.

Repeti que não o queria e contei que tinha um marido. Majid respondeu: É mentira, pois sei tudo a seu respeito. Case comigo ou vou arruinar sua vida.

Dois dias depois, saí do trabalho por volta das 16h30 e caminhava pela rua quando senti alguém apressado atrás de mim. Deixei a pessoa me ultrapassar e vi que era Majid, com um frasco na mão.

Ele atirou um líquido no meu rosto, pensei que fosse água quente. Ele riu e saiu correndo, e minha vista escureceu.

A última coisa que meus olhos enxergaram foi o tênis de Majid. Logo senti uma queimação atroz e entendi que o líquido que escorria pelo meu rosto não era água quente, mas ácido sulfúrico.

Comecei a gritar no meio da rua e arranquei desesperadamente minha roupa e até meus calçados, que não paravam de queimar.

Doía muito e eu não enxergava nada. Trouxeram água e eu molhei minhas mãos e braços, mas o efeito foi pior, pois minha pele começou a ferver. Um homem me disse: Não leve a água à cabeça, senão seu rosto vai se desmanchar.

Fui levada de hospital em hospital até ser atendida.

Nem na clínica de queimados sabiam o que fazer comigo. Diziam nunca ter visto um caso assim. Cinco horas depois, um médico anunciou que meu olho esquerdo estava perdido e que meu olho direito tinha chance de ser salvo.

Com ajuda financeira do então presidente Mohammad Khatami, fui fazer tratamento em Barcelona, onde uma operação bem-sucedida me permitiu recuperar 40% da visão do olho direito.

SEM DINHEIRO NEM TETO

Mas Mahmoud Ahmadinejad, eleito em 2005, cortou a ajuda, e mergulhei numa situação muito difícil na Espanha, sem dinheiro nem teto.

Em 2007, peguei uma infecção num abrigo social e perdi de vez o olho direito. Foi aí que decidi voltar ao Irã para pedir a Lei de Talião [olho por olho, dente por dente, criada na Babilônia antiga].

A Justiça argumentou que a lei nunca era aplicada, mas, no ano passado, ganhei a causa. Majid já estava no hospital judiciário para ser cegado quando anunciei que o perdoava. Ele se jogou no chão e beijou meus pés.

No fundo eu nunca quis aplicar a Lei de Talião. Jamais poderia fazer isso, não sou selvagem. Eu queria mesmo chamar a atenção para o caso e evitar que outras pessoas passem pelo que sofri.

Hoje o que importa é o dinheiro. Quero que ele me pague 150 mil. Mas ele foi solto pela Justiça, que não gostou de eu ter recuado da lei.

Há muita complicação, mas continuo atrás do dinheiro. Volto dentro de alguns dias para Barcelona, onde sigo tratamento e vivo com a ajuda que Ahmadinejad retomou depois que eu perdoei Majid.

Um médico na Espanha acha que pode recuperar meu olho esquerdo. Enquanto isso, quero que meu livro saia no mundo todo."



quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Russa descarta corpo após esperar ressurreição de marido por 3 anos

E quando você achava que já tinha visto e ouvido de tudo quanto é loucura, eis que surge essa notícia do Terra para te desmentir:

Russa guarda corpo do marido por 3 anos à espera de ressurreição

Autoridades russas informaram que uma mulher manteve o corpo do marido morto em seu apartamento por quase três anos após a morte dele, informa a rede de notícias americana CBS.

Promotores da região de Yaroslavl, no centro da Rússia, descreveram a mulher, mãe de cinco filho, como uma devota cristã pentecostal com históricos psiquiátricos que ficou tão perturbada com a morte do marido, de causas naturais em 2009, que acreditou que o corpo estava "destinado a ressuscitar".

Uma investigação foi aberta após o corpo ser encontrado dentro de um saco plástico dentro do lixo em julho deste ano, após a família se desfazer do corpo. Os promotores disseram na segunda-feira que, anteriormente, a mulher mantinha o corpo em uma cama e pedia para que seus filhos conversassem com ele e o alimentassem.

A decisão de descartar o corpo teria sido tomada por dois filhos quando a família se mudou de apartamento.



terça-feira, 20 de novembro de 2012

Mendigo é queimado e marcado com suástica no interior de SP

Se já é preocupante quando essas barbaridades acontecem nas grandes metrópoles, imagine quando elas resolvem migrar para as pequenas cidades do interior.

A notícia é da Folha:

Homem acorda com desenho de suástica nas costas no interior de SP

Um morador de rua de Presidente Venceslau (611 km de São Paulo) foi encontrado na madrugada desta segunda-feira (19) desacordado, com parte do corpo queimada e com o desenho de uma suástica (símbolo do nazismo) feito em suas costas com algum objeto cortante, como faca ou estilete.

O homem, de 42 anos, foi achado por um funcionário da limpeza dentro de um banheiro público na praça da matriz, no centro da cidade, que tem 37.910 habitantes.

A Polícia Civil suspeita que a agressão tenha sido feita por um grupo de pessoas, pois o corpo foi achado debaixo de uma tampa de concreto --usada em um bueiro-- pesada demais para ter sido carregada por alguém sozinho.

O caso foi registrado na DIG (Delegacia de Investigações Gerais). A polícia não tem pistas dos agressores e espera receber alguma denúncia anônima.

O morador de rua foi socorrido, em estado grave, à Santa Casa da cidade, e depois transferido para o Hospital Regional de Presidente Prudente. Funcionários do hospital não informaram seu estado de saúde.



segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Carro de agroboys ultrapassa colheitadeira por baixo



Como prova irrefutável de que o ser humano só involui, veja o vídeo abaixo, em que jovens alucinados de Rio Paranaíba (MG) resolvem passar com seu carro por baixo de uma máquina agrícola:








Cientistas investigam cérebro de médiuns em transe

Artigo publicado no Estadão:

Cientistas estudam cérebro de médiuns brasileiros durante transe

Pesquisadores usaram tomografia computadorizada para estudar o que acontece com os fluxos de sangue nas diferentes regiões do cérebro na hora da tarefa psicográfica

Os cérebros de médiuns brasileiros mostraram transtornos de funcionamento durante sessões nas quais, em transe, escreviam mensagens supostamente ditadas por "espíritos", segundo um artigo divulgado pela revista Public Library of Sciences.

A pesquisa foi feita por cientistas da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Thomas Jefferson, da Filadélfia, para determinar os fluxos de sangue em diferentes regiões do cérebro durante os transes.

Os pesquisadores estudaram o comportamento de dez médiuns que, segundo o artigo, tinham entre 15 e 47 anos de psicografia, realizando-a até 18 vezes por mês.

Todos eles, indicou o estudo, eram destros, gozavam de boa saúde mental, não usavam psicotrópicos e indicaram que eram capazes de alcançar seu estado de transe durante a tarefa psicográfica. Os pesquisadores usaram tomografia computadorizada por emissão de fótons únicos para a observação das áreas ativas e inativas durante a prática.

"Se sabe que as experiências espirituais afetam a atividade cerebral. Mas a resposta cerebral à mediunidade recebe pouca atenção científica e, a partir de agora, devem ser feitos novos estudos", sustentou Andrew Newberg, diretor de pesquisa do Myrna Brind Center of Integrative Medicine, que colaborou neste trabalho com o psicólogo clínico Júlio Peres, do Instituto de Psicologia da USP.

Os cientistas observaram que os médiuns mais experientes mostravam durante a psicografia níveis mais baixos de atividade no hipocampo esquerdo (sistema límbico), no giro temporal superior e no giro pré-central direito no lóbulo frontal.

As áreas do lóbulo frontal estão ligadas ao raciocínio, ao planejamento, à geração de linguagem, aos movimentos e à solução de problemas, pelo que os pesquisadores acreditam que durante a psicografia ocorre uma ausência de percepção de si mesmo e de consciência.

Por outro lado, os médiuns com menos experiência mostraram o oposto: níveis maiores de atividade nas mesmas áreas durante a psicografia, o que parece indicar um maior esforço para realizá-la.



domingo, 18 de novembro de 2012

Como a religião ajudou a formar o antigo império português

É esta a investigação feita pelo Projeto Temático “Dimensões do Império Português”, financiado pela FAPESP e coordenado pela historiadora Laura de Mello e Souza, da Universidade de São Paulo (USP), como mostra o interessante artigo publicado na Revista Pesquisa FAPESP, que merece ser lido na íntegra, mas cujo trecho destacamos abaixo:




“Nesse contexto, a face religiosa do império é a que melhor expressa a sua universalidade. A Igreja ofereceu um substrato adequado à efetivação prática de um grupo de dogmas e princípios, tendo nas missões religiosas o seu principal instrumento operacional para cimentar as partes da totalidade”, afirma o historiador Adone Agnolin, da USP, do núcleo Religião e Evangelização da pesquisa. “A perspectiva religiosa traz a base de uma universalitas (princípio construtor de impérios herdado dos romanos), repassada, do ponto de vista político, à manutenção dos impérios, mas que, no fundo, se apoia sobre a ideia de um ‘império simbólico, unindo política e religião”, fala Agnolin.

Segundo o historiador, por meio de seus missionários, o Império Português reverte o processo de formação histórica ao encontrar seu pressuposto universal na dimensão do religioso. “O religioso é seu instrumento privilegiado para a realização do projeto e, a partir dele, Portugal se propõe como novo e inédito modelo imperial”, diz.

Laura afirma que essa visão é uma das grandes novidades trazidas pela pesquisa. “Os missionários são braços de homogeneização da fé, trazendo maior adaptabilidade dos portugueses em face dos confrontos religiosos e culturais”, fala a historiadora. A tentação de “demonizar” a Igreja é grande, mas equivocada. “Toda a ação dos agentes diplomáticos, administrativos ou comerciais, era caucionada pelos missionários, que davam legitimidade ao conjunto de ações que pretendiam o bem comum e, logo, a salvação dos homens”, afirma.

Riqueza

A noção de “bem comum” compreendia, na época, a dimensão colonial ao lado do cristianismo, ainda que com tensões. Aumentar a riqueza do rei era aumentar a riqueza do reino e assim a riqueza dos vassalos cristãos. O aumento da atividade comercial e da riqueza do reino ligava-se e se fundamentava na função do rei em sua expressão do exercício da virtude teológica da caridade e do exercício das virtudes terrenas na justiça distributiva.

A unidade do reino, como unidade da comunidade, visa ao bem comum e à salvação. A finalidade do império não se restringe à colonização, vista apenas como um meio, mas à salvação, já que permite converter os gentios e sustenta a ação missionária, expansionista e universalizante da Igreja Católica.

“Essa especificidade se dá a partir da segunda metade do século XV. Na base da expansão colonial está a teologia e, nos seus rastros, os resultados de um novo comércio colonial. É nessa direção que Portugal constrói, com uma antecipação extraordinária em relação às outras nações europeias, a nova perspectiva de universalização que se constituiu na articulação entre império, teologia e comércio”, explica Agnolin. As missões, junto com o comércio, foram uma das vias privilegiadas dos primeiros diálogos com as culturas em contato com o mundo ibérico. O império dos homens era, acima de tudo, de Deus.

“Além disso, se os europeus precisavam compreender as culturas locais, era também necessário desenvolver novos instrumentos cognitivos para dar conta das novas situações do contato. Era um processo de tradução de parte a parte, em que a linguagem religiosa funcionava como área de mediação simbólica, fundamental à incorporação das populações nativas à monarquia portuguesa”, observa o historiador. As missões fizeram as necessárias “acomodações” com as diversas realidades locais.

“Se as relações entre império e religião, entre administração dos povos e as missões católicas, se deram a partir de interesses comerciais, não se pode deixar de pensar como as ‘dimensões do Império Português se sustentam no universalismo que remete à autonomização moderna de direito natural”, fala Agnolin. Assim, na base da tensão entre teologia e império, encontra-se a noção de império cujo objetivo era realizar a imposição de um governo comum para os povos, segundo as diferentes modalidades de interlocução local, como nas dimensões políticas e culturais.

Outra sabedoria lusitana era manter governos específicos para cada parte do império, adaptando-se às idiossincrasias locais. Não se governava uma região colonial da mesma maneira que se governava outra. No caso fundamental da religião, o cristianismo determinou, a partir desse contexto, um nexo entre “coisas da fé” e a “vida política”. A partir dessa perspectiva, que visava ao universal, é que a práxis evangelizadora realizou os “ajustes” necessários em relação às culturas não ocidentais particulares.

O Império Português elaborou projetos que buscavam a incorporação de outros povos, com a catequese como o veículo central dessa tentativa. “Flexibilidade e adaptabilidade, com autonomia relativa, foram instrumentos de sobrevivência desse império, com Lisboa no centro, ainda que muitas vezes sobrecarregada. Nisso o papel fundamental coube à Igreja e às ordens religiosas, mais importantes na manutenção e defesa do território lusitano do que o Estado português”, afirma o brasilianista Kenneth Maxwell, da Harvard University.



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