quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Pessoas que "morreram" e voltaram à vida desenham sua quase-morte

Experiências de quase-morte são recorrentes nas mais diferentes culturas, e suas descrições após o retorno à vida estão intimamente ligadas à visão de mundo compartilhada pelas pessoas e pela sociedade com as quais convive o quase-morto.

Assim, por exemplo, como já tivemos oportunidade de notar aqui, ao passar pela quase-morte os americanos veem túneis de luz e os japoneses, jardins floridos.

O inconsciente coletivo exerce, portanto, um papel preponderante na, por assim dizer, "lembrança" do que ocorreu naqueles momentos em que a pessoa estava temporariamente "morta".

Por isso é muito interessante os distintos relatos que o The Daily Beast trouxe, algumas semanas atrás, sobre pessoas que passaram pela quase-morte, conforme passamos a reproduzir de agora em diante.

A narração de uma experiência próxima da morte remonta à "República" de Platão, tendo sido registrada em outros momentos pela veia artística de pintores como El Bosco, em seu quadro "Ascensão da Santíssima".

Na pintura em questão, as almas são levadas ao céu por criaturas aladas (seriam anjos?) mediante uma espécie de "rapto iluminado".



Entretanto, a arte moderna não se preocupa mais em registrar esses momentos transcendentais últimos, tema que o livro "The Big Book of Near-Death Experiences" procura resgatar.

Na obra estão reunidas algumas ilustrações desenhadas pelas próprias pessoas que alegam ter passado pela experiência de quase-morte, na qual tiveram, digamos, "visões" um tanto quanto exóticas, para não dizer esotéricas:

1) Tannis Prouten, por exemplo, uma moça de 20 anos de idade, deprimida e a um passo da anorexia. Seu desenho tenta registrar uma onda de "calor amoroso" que a fez levitar e a carregou até um canto da sala. Ela passou pela parede e, através das trevas, sentiu esferas de brilho suave a espreitando, como se fossem presenças espirituais.

Finalmente, as trevas cederam à luz, e Prouten se lembra de ter experimentado uma completa euforia: "eu me senti loucamente apaixonada pelo Espírito da Verdade!".



2) Tonya era jovem ainda quando ela quase se afogou na piscina de casa. Enquanto estava inconsciente, ela diz ter visto uma mulher radiante, etérea, cuidando amorosamente dela. Acrescenta que, alguns anos depois, a mesma mulher reapareceu quando sua filha foi atacada por um cão e precisou de uma cirurgia plástica facial. Tonya acha que essa mulher é seu anjo da guarda.



3) O relato de Scott vai pelo lado tenebroso, digamos. Ele tinha 6 anos de idade quando foi atropelado e ficou inconsciente por várias horas. Durante este período, Scott tentou (inutilmente) segurar no braço de seu pai com uma espécie de (seu) braço de fantasma, enquanto gritava pelo irmão mais velho para brincar com ele.

O irmão se recorda de haver comentado com os pais que ele podia ouvir a voz de Scott na hora do acidente.

Depois, Scott escorregou por uma espécie de túnel de ar escuro, que o levou a um lugar monstruoso de carne podre ao qual ele chama de "diabo" (que está do lado esquerdo do desenho). A figura do lado direito foi redesenhada 5 anos depois do atropelamento.

O diabo teria acusado Scott de ser mau e o ameaçou com ficar com ele para sempre. Quem o consolou foi seu tio (já morto à época), ainda enrolado na túnica do hospital em que morreu, até que o garoto foi colocado numa espécie de masmorra, de onde finalmente recobrou a consciência e voltou à vida.



4) Gracie Sprouse se lembra também de quase ter se afogado quando tinha 11 anos de idade. No desenho, ela mostra como um anjo se apresentou a ela com uma espécie de "filme" da sua vida. Enquanto Gracie via o "filme", ela se autocondenou pelas coisas ruins que havia feito a suas irmãs.



5) Arthur Yensen está tão convencido de ter visto o seu após um acidente de carro em 1932 que ele escreveu um livro intitulado "I Saw Heaven" ("Eu Vi o Céu"). Segundo narra, o céu é inteiramente translúcido e repleto de pessoas felizes num cenário natural deslumbrante.

Yensen se recorda de que seres etéreos lhe disseram que ele tinha que voltar à Terra para ajudar a estabilizar as pessoas nos tempos de confusão que logo viriam. Ele morreu com 90 anos de idade, após anos de serviço à sua comunidade.

No desenho, ele representa as mulheres que vieram em seu auxílio depois do acidente de carro e o paraíso que o recebeu.



6) Celeste Weitz diz que "morreu" enquanto estava nos braços de seu pai quando era bebê e, de repente, se viu desperta olhando a angústia do pai, acompanhada por outros "invisíveis". Sentindo-se responsável pela dor que causara, ela quis voltar à vida.



7) Chris Brown diz ter visto "de fora" a resposta dos médicos e paramédicos à sua crise de angina em 1962, inclusive o erro quase fatal que a enfermeira ia cometer, rapidamente corrigido pelo médico que o assistia.

Brown acrescenta que fez uma lista mental de suas culpas e concluiu que estava OK com o mundo e pronto para partir, mas um grupo de homens "cinzentos" discordou, mandando-o de volta ao seu corpo.



8) Tina Sweeney não se recordava - até recentemente - da surra que a deixou inconsciente quando tinha 4 anos de idade, mas, com a ajuda de um psiquiatra, a lembrança retornou, relembrando-a de um período de total escuridão, tornada confortável pela pulsação firme e quente daquilo que ela chama de "sopro da criação".

Então ela se viu, como criança, parada em frente a uma parede de luz. No desenho, Tina se vê como a árvore diante da luz.



9) Richard Borutta era alcoólatra com o fígado nas últimas quando ele "morreu" durante uma cirurgia quando tinha 42 anos de idade. Enquanto os médicos operavam o seu fígado, Borutta "escorregou" para o "outro lado" e exigiu que ele continuasse por lá. Ele se lembra de "espíritos emplumados" que o convenceram que ele devia retornar para acertar as contas com sua família.



Situações bastante exóticas, não é verdade? Entretanto, conforme já comentamos aqui, essas lembranças vívidas podem estar muito mais ligadas ao cérebro de cada pessoa do que propriamente a qualquer influência vinda de fora (ou do além).

De qualquer maneira, tome cuidado quando alguém não entender o que você está dizendo e aí você se sair com aquela tirada: "quer que eu desenhe?".



6 comentários:

  1. As vezes as pessoas querem acreditar numa coisa milagrosa nas que a ciência explica. É mais fácil crer no milagre que na ciência

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  2. A Ciencia explica com palavras diferentes então, por não entendermos, criamos a nossa crença. Aliás, qual o mal em acreditar naquilo que achamos bom para nós?

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  3. Eu também tive uma experiência igual nesse tempo eu vivia sozinho e tentei suicídio com remédios e álcool apaguei guando eu vi um túnel de cor branca e purpura e la no começo uma silueta que me disse que era minha hora e que voltasse que eu ainda tinha muita coisa pra fazer acordei depois de 24 horas depois no hospital com minha irmã do meu lado. Muitas pesoas não acredita
    Mais so quem passou sabe

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