segunda-feira, 25 de março de 2013

Avanço de cristãos no Irã gera mais perseguição

Apesar de toda a repercussão de qualquer ação do governo e da diplomacia iraniana no complicado cenário da geopolítica mundial, parece que o país está enfrentando um inimigo interno e oculto muito mais perigoso.

A recente perseguição a cristãos no Irã, da qual a prisão e condenação à morte do pastor Yousef Nadarkhani parece ser o maior exemplo, ao que tudo indica não tem surtido o efeito desejado pelos seus líderes religiosos.

E é justamente na cidade islâmica de Mashhad, local de peregrinação por ser a terra natal do supremo lider do país, o aiatolá Seyyed Ali Khamenei, que o avanço do cristianismo se faz sentir mais forte.

Embora não tenham mostrado nenhuma evidência de suas alegações, clérigos muçulmanos têm criticado abertamente aquilo que chamam de "onda de evangelismo" por todo o país, com livros e folhetos cristãos sendo distribuídos de porta em porta, "o que não é algo novo", segundo declarou o aiatolá Mohammad Hassan Akhtari numa conferência na cidade sagrada xiita de Qom.

Na ocasião, Akhtari afirmou ainda que "o cristianismo está sendo pregado em muitas lojas na cidade islâmica de Mashhad e seus folhetos estão sendo enviados aos endereços das pessoas sem nenhuma restrição".

Algum tempo atrás, o diário Jomhouri-Eslami, uma espécie de porta-voz oficioso do governo iraniano, publicou uma reportagem afirmando que "nos últimos meses, tem crescido o número de igrejas nas casas em Mashhad. Outros informes, por sua vez, dão conta de que 200 igrejas domiciliares são reconhecidas na cidade islâmica".

E não é só o cristianismo que tem crescido na República Islâmica do Irã, mas também uma religião autóctone, a fé Baha'i, fundada por Bahá'u'lláh na Pérsia do século XIX, que enfatiza a unidade espiritual de toda a humanidade, e sobre a qual também recai forte perseguição das autoridades religiosas do país.

Curiosamente, esta atitude de misturar cristãos e baha'is no mesmo balaio de restrições gera dificuldades para os líderes xiitas, já que, como o próprio Alcorão ensina, o cristianismo é também uma religião abrâmica, e portanto não deveria ter o mesmo tratamento que outra religião que não segue o "povo do livro", como são conhecidos os judeus e cristãos.

Entretanto, os evangelistas estão tão ativos por todo o país que as autoridades iranianas (onde a política é intimamente relacionada ao Islã) estão incentivando uma espécie de contra-evangelismo por parte dos muçulmanos, felizmente na base de folhetos, livros e internet, mas sempre fica o receio justificado de que a reação venha por meios físicos mais violentos.

Tanto isso é verdade que as próprias fontes iranianas suspeitam que todo esse discurso anticristão tenha mesmo o objetivo subliminar de provocar as forças de segurança do país a perseguir ainda mais os cristãos, o que - infelizmente - não será nenhuma surpresa.

Agora, uma coisa é certa: onde há fumaça, há fogo. Se os cristãos estão provocando tanta reação, é porque estão incomodando. Oremos por eles e que possam fazer seu trabalho em paz.

Fontes: ASSIST News Service e Mohabat News



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