sábado, 2 de março de 2013

Paraguai quer canhão Cristão de volta

OK, este é um pleito antigo e legítimo (mais que do governo) do povo paraguaio, exercitado mais uma vez em plena campanha presidencial com fins eleitoreiros, mas, cá entre nós, que ideia exótica foi essa de dar o nome de Cristão a um canhão, ainda que o cruel "batismo" da arma tenha acontecido no século XIX?

A justificativa para o inusitado nome vem do fato de que o enorme canhão foi fundido com os sinos de muitas igrejas paraguaias da época da sangrenta guerra que devastou o país, mas mesmo assim não deixa de ser estranho sapecar o nome "cristão" ao poderoso artefato.

A notícia é da Folha de S. Paulo:

Presidente paraguaio pede que Brasil devolva troféus de guerra

O presidente paraguaio, Federico Franco, voltou a pedir nesta sexta-feira que o Brasil devolva os troféus da Guerra do Paraguai (1864-70), travada entre o país e a Tríplice Aliança (Argentina, Brasil e Uruguai). O pedido foi feito durante um evento para marcar o 143º aniversário do confronto.

"Venho hoje ao altar da pátria para reivindicar e exigir a devolução do canhão Cristão e do arquivo secreto da Tríplice Aliança que estão na República do Brasil", disse Franco, em discurso. "O canhão Cristão é propriedade do Paraguai. Os arquivos militares que estão no Rio de Janeiro também são propriedade do Estado paraguaio."

Franco disse que pedia "com respeito, mas com firmeza" à colega Dilma Rousseff "que restitua os troféus da guerra para que, de alguma maneira, traga paz à sociedade por aquele holocausto que significou a Tríplice Aliança para o país".

O Paraguai celebra no dia 1º de março de cada ano o Dia dos Heróis, como lembrança pela morte em 1870 do marechal Francisco Solano López, em Cerro Corá, pelas mãos das tropas brasileiras. A ocupação de Assunção se manteve até 1876.

A eliminação do condutor paraguaio do conflito colocou fim à guerra que devastou o país e reduziu em 10% a sua população masculina.

Brasil, Argentina e Uruguai retiraram seus embaixadores de Assunção há oito meses, depois de classificarem de golpe a destituição do esquerdista Fernando Lugo e a substituição dele por Franco, que detinha o cargo de vice-presidente. O Congresso destituiu Lugo via julgamento político "por mau desempenho das funções".



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