Esta conclusão é do seu colega de partido, o deputado Hugo Leal (PSC/RJ), repercutindo a suspeita dos demais colegas da Câmara e corroborando o que já dizíamos aqui em novembro de 2009: radicalismo dá grana.
A matéria é da Folha de S. Paulo:
Análise: Deputado pastor parece ter bom senso de oportunidade
RICARDO MENDONÇA
"Estou me sentindo perseguido como aquela cubana lá. Como é o nome? A Yoani Sánchez", disse o deputado e pastor Marcos Feliciano (PSC-SP), alvo diário de protestos desde o instante de sua indicação para a Comissão de Direitos Humanos da Câmara.
Interessante aí é reparar na escolha da personagem. Talvez diga algo sobre o senso de oportunidade do pastor. É atualizado, rápido. Tem até um certo link ideológico: "A inimiga do meu inimigo é minha amiga", ele poderia dizer.
Feliciano disse muito mais nos últimos dias. Apresentou-se como um homem "perseguido por sua fé". A ideia de perseguição religiosa, muito cara na doutrina evangélica, tem sido repetida à exaustão em cultos, entrevistas e em sua ativa conta no Twitter.
A turma do YouTube não ficou para trás. Foi contemplada com o vídeo que ele não sabe quem fez, mas curiosamente divulgou e aparece chorando (ou supostamente chorando) em close no final.
VÍTIMA
Numa entrevista negociada para ser exclusiva, Feliciano disse que é ele a vítima de discriminação. E que seus direitos estão sendo tolhidos.
Feliciano continuou dizendo. Afirmou nos últimos dias que estava recebendo ameaças de morte. Aos microfones, anunciou que iria pedir proteção para a Polícia Legislativa e para a Polícia Federal.
O Feliciano que disse tudo isso também disse na tal exclusiva que está sofrendo tudo "caladinho". Caladinho?
Quem melhor matou a charada foi o deputado Hugo Leal (RJ), seu colega de partido, conforme reproduziu o jornal "O Globo" ontem.
Numa reunião da bancada, Leal teria dirigido a seguinte reclamação a Feliciano: "Você é cantor, vende CDs, faz palestras. O problema não é você defender o que pensa, mas a forma como está fazendo. Só você ganha com isso. Dessa forma, está sendo ruim para o partido e para a Câmara".