quinta-feira, 2 de maio de 2013

Bauru vai ter passeata contra excomunhão do padre Beto

Parece que a controvertida excomunhão do (agora) ex-padre Beto extrapolou a esfera católica da diocese de Bauru (SP) e se transformou em uma causa política, já que várias manifestações estão sendo organizadas tanto nas redes sociais como em protestos reais que já foram programados.

A reação não deixa de ser curiosa e um tanto quanto contraditória, já que uma das críticas mais acentuadas que são dirigidas à igreja católica é a sua perda de relevância no contexto atual, mas ao mesmo tempo essas mesmas pessoas que apontam este, digamos, "defeito", fazem questão de, em suma, querer reintegrar um sacerdote excomungado ao seio dela, como se o debate fosse político e não doutrinário ou ritualístico.

O fator político fica claro na notícia abaixo, publicada no Estadão de hoje, 02/05/13, em que um vereador bauruense, chamado de Marquinhos da Diversidade e um dos organizadores da parada gay da cidade (vídeo da campanha dele abaixo), encabeça o movimento de apoio ao ex-padre Beto, que na última campanha eleitoral do município apoiou outro candidato a vereador, o pai-de-santo Ricardo Barreira.

Evite Bauru nas próximas semanas. Coisas estranhas andam acontecendo por lá.


Bauru organiza passeata contra excomunhão de padre

CHICO SIQUEIRA

Moradores de Bauru, no interior de São Paulo, organizam um protesto contra a excomunhão do padre Roberto Francisco Daniel, o padre Beto, que declarou apoio a bissexuais e homossexuais. Passados três dias do anúncio feito pela Diocese de Bauru, milhares de simpatizantes do padre já se declararam contra a decisão.

Uma moção de repúdio pela excomunhão postada na segunda-feira em uma rede social havia recebido, até as 18 horas de ontem, mais de 3,5 mil adesões e a expectativa era de atingir 5 mil até hoje. O grupo Eu Apoio Padre Beto, formado na internet, já tinha mais de 2,1 mil participantes.

Outro protesto está marcado para este sábado, com concentração na frente da Catedral Divino Espírito Santo, na Praça Rui Barbosa, no centro da cidade. Entre os organizadores estão dois grupos de simpatizantes do padre e a Associação Bauru pela Diversidade, a mesma que organizou a Parada Gay na cidade, que reuniu 50 mil pessoas.

O vereador Marcos Souza (PMDB), o Marquinhos da Diversidade, estima que entre 1,5 mil e 2 mil pessoas devam comparecer ao ato. "O padre Beto é muito querido, não só por seu comportamento exemplar de tratar todas as pessoas sem preconceito, mas também pelos trabalhos sociais que ele realiza", disse o vereador.

Sigilo. A Diocese de Bauru disse que o bispo d. Caetano Ferrari não comentaria as declarações do padre Beto sobre a semelhança do ato de excomunhão com as posições do deputado federal Pastor Marco Feliciano (PSC-SP), conhecido por suas declarações polêmicas sobre homossexuais e negros. Segundo a Assessoria de Imprensa da Diocese, o bispo está proibido de fazer comentários por causa do sigilo imposto pelo processo de demissão do estado clerical que a Igreja move contra padre Beto. Anteontem, o padre ironizou a decisão. "Dou graças a Deus que não existem mais fogueiras", disse ele, em referência à Inquisição.



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