domingo, 9 de junho de 2013

As peças que a memória prega

Nossa leitura (sempre) especial de domingo traz hoje Oliver Wolf Sacks, que é professor de neurologia e psiquiatria na Universidade de Columbia, em Nova York.

Com base em sua experiência real com pacientes catatônicos que recobram a vida normal, em 1973 escreveu o livro "Awakenings" que - em 1990 - foi levado ao cinema com o título brasileiro de "Tempo de Despertar", com Robin Williams no papel principal.

Sacks nos oferece hoje o brilhante artigo abaixo, que fala - entre outras coisas interessantíssimas - sobre memória, plágio e autoplágio,  que foi originalmente escrito para o The New York Review of Books, traduzido para o português por Clara Allain e publicado na Folha de S. Paulo:

Fala, memória

Quando as lembranças nos pregam peças

OLIVER SACKS
TRADUÇÃO CLARA ALLAIN

RESUMO Nem sempre as lembranças mais vivas correspondem a situações vividas: podem ser herdadas de outros ou fruto de "reconfiguração" pela mente. O mecanismo é explicado com base em casos de plágio, autoplágio, "criptomnésia" ("plágio" inconsciente) e sugestionabilidade em sessões de tortura e acusações de pedofilia.



É espantoso perceber que algumas de nossas recordações mais queridas talvez nunca tenham acontecido --ou talvez tenham acontecido com outra pessoa. Desconfio de que muitos de meus entusiasmos e impulsos, que parecem ser inteiramente meus, tenham nascido das sugestões de outros que me influenciaram, de modo consciente ou não, e depois foram esquecidas.

De modo semelhante, embora eu volta e meia faça palestras sobre tópicos similares, jamais consigo me lembrar exatamente do que disse em ocasiões anteriores, nem suporto reler notas antigas.

Ao perder a memória consciente do que disse antes e não tendo texto em que me basear, descubro meus tópicos novamente a cada vez, e eles volta e meia me parecem novos em folha. Esse tipo de esquecimento talvez seja necessário para uma criptomnésia criativa ou saudável, que permita que pensamentos velhos sejam reunidos, retranscritos, recategorizados e imbuídos de novos significados.

Ocasionalmente esses esquecimentos chegam a constituir autoplágio: eu me pego reproduzindo expressões ou orações inteiras como se fossem novas, e isso às vezes pode ser agravado por esquecimento genuíno. Relendo velhos cadernos, descubro que muitos pensamentos ali anotados foram esquecidos por anos e então retrabalhados como se fossem novos.

Desconfio de que esse tipo de esquecimento atinja a todos e que isso seja especialmente comum nas pessoas que escrevem, pintam ou compõem, pois a criatividade talvez exija tais esquecimentos para que nossas memórias e ideias possam renascer e ser vistas em novos contextos e perspectivas.

O dicionário "Webster" define "plagiar" como "roubar ou fazer passar por nossas (as ideias ou palavras de outro): usar (a produção de outro) sem citar a fonte [...] cometer roubo literário: apresentar como sendo nova e original uma ideia ou um produto derivado de uma fonte existente".

Existe uma sobreposição considerável entre essa definição e a de "criptomnésia". A diferença essencial é que o plágio, conforme é comumente entendido e reprovado, é consciente e intencional, enquanto a criptomnésia não é nem uma coisa nem outra. Talvez o termo "criptomnésia" precise ser mais bem conhecido, pois, embora possamos falar em "plágio inconsciente", a própria palavra "plágio" é tão moralmente carregada, tão sugestiva de delito e logro que conserva seu tom repreensível, mesmo que seja "inconsciente".

Em 1970, George Harrison compôs uma canção que foi um sucesso enorme, "My Sweet Lord", que, conforme se descobriu, guardava grandes semelhanças com uma canção de Ronald Mack ("He's So Fine"), gravada oito anos antes. Quando o caso foi a julgamento, o juiz considerou Harrison culpado de plágio, mas demonstrou "insight" psicológico e empatia na súmula que fez. Ele concluiu:

"Harrison utilizou propositalmente a música de He's So Fine'? Não creio que ele o tenha feito de caso pensado. Não obstante [...] trata-se, segundo a lei, de infração de direitos autorais, e não deixa de sê-lo, mesmo que tenha sido cometida de modo subconsciente."

Helen Keller foi acusada de plágio quando tinha apenas 12 anos de idade.1 Apesar de ter sido surda e cega desde pequena e de ignorar a linguagem até conhecer Anne Sullivan, aos seis anos, tornou-se escritora prolífica depois de aprender datilologia e braille.

Quando menina, escreveu um conto intitulado "The Frost King" (O rei da geada), que deu a uma amiga como presente de aniversário. Quando o conto saiu numa revista, os leitores logo perceberam que ele guardava várias semelhanças como "The Frost Fairies" (As fadas da geada), conto infantil de Margaret Canby.

A admiração por Helen Keller converteu-se em repreensão, e Keller foi acusada de plágio e falsidade proposital, apesar de afirmar não ter nenhuma lembrança de ter lido o conto de Canby e de achar que tinha criado a história. A pequena Helen foi sujeita a uma inquisição implacável que a deixou marcada pelo resto da vida.

Mas ela também teve defensores, entre os quais a plagiada Margaret Canby, que se surpreendeu ao saber que um conto "escrito" com o dedo sobre a mão de Helen três anos antes pudesse ser recordado ou reconstruído por ela com tantos detalhes. "Que mente maravilhosamente atenta e retentiva essa criança talentosa deve ter!", Canby escreveu. Alexander Graham Bell se manifestou em defesa de Keller, dizendo: "Nossas composições mais originais são feitas exclusivamente de expressões derivadas de outros".2

Na realidade, a mente e a imaginação notáveis de Helen não teriam podido se desenvolver e tornar-se tão férteis quanto foram sem se apropriarem da linguagem alheia. Talvez, de modo geral, sejamos todos dependentes dos pensamentos e das imagens de outros.

A própria Helen disse, fazendo referência a tais apropriações, que a probabilidade de ocorrerem era maior quando os livros eram traçados sobre suas mãos, sendo suas palavras recebidas passivamente. Ela disse que às vezes, quando isso era feito, ela não conseguia identificar ou lembrar-se da fonte, nem mesmo, por vezes, lembrar se o material vinha de fora dela ou não. Esse tipo de confusão raramente ocorria quando ela lia ativamente, usando o Braille e movendo seu próprio dedo pelas páginas.

COLERIDGE A questão dos plágios, paráfrases, criptomnésias ou apropriações feitas por Samuel Taylor Coleridge intriga estudiosos e biógrafos há quase dois séculos e é especialmente interessante em vista de sua memória prodigiosa, seu gênio imaginativo e seu senso de identidade complexo, multiforme, por vezes atormentado. Ninguém o descreveu com mais beleza que Richard Holmes, em sua biografia em dois volumes do poeta.

Coleridge era um leitor voraz e onívoro, que parecia reter tudo. Há descrições dele, estudante, lendo "The Times" de modo casual e depois sendo capaz de reproduzir o jornal inteiro "ipsis litteris", incluindo os anúncios. "No jovem Coleridge", Holmes escreve, "isso é realmente parte de seu dom: uma enorme capacidade de leitura, uma memória retentiva, o talento de falador para recriar e orquestrar ideias de outras pessoas e o instinto natural de um palestrante e pregador para colher materiais onde quer que os encontrasse."

A apropriação literária era comum no século 17 --Shakespeare apropriava-se livremente de criações de muitos de seus contemporâneos, e John Milton fazia o mesmo.3 A apropriação amigável continuou a ser comum no século 18, e tanto Coleridge como William Wordsworth e Robert Southey se apropriaram de materiais uns dos outros, chegando até mesmo, segundo Holmes, a publicar trabalhos sob os nomes uns dos outros.

Mas algo que era comum, natural e feito em espírito de brincadeira na juventude de Coleridge foi pouco a pouco assumindo uma forma mais inquietante, especialmente em relação aos filósofos alemães (sobretudo Friedrich Schelling), que Coleridge "descobriu", venerou, traduziu e, por fim, acabou utilizando de modo extraordinário. Páginas inteiras da "Biographia Literaria" de Coleridge consistem em trechos de Schelling reproduzidos "ipsis litteris" e não reconhecidos como tais.

Embora esse comportamento prejudicial e aberto tenha sido pronta (e redutivamente) qualificado como "cleptomania literária", o que aconteceu de fato é complexo e misterioso, como Holmes estuda no segundo volume de sua biografia, em que ele vê os plágios mais evidentes de Coleridge como tendo ocorrido num período devastadoramente difícil de sua vida, quando ele tinha sido abandonado por Wordsworth, estava paralisado por ansiedade profunda e dúvidas quanto a seu próprio valor intelectual e se encontrava mais profundamente dependente do ópio do que nunca. Nesse momento, escreve Holmes, "os autores alemães lhe proporcionavam apoio e conforto; numa metáfora que ele próprio empregava com frequência, Coleridge os enlaçava, como a hera enlaça o carvalho".

Antes disso, na descrição de Holmes, Coleridge tinha descoberto outra afinidade extraordinária, esta pelo escritor alemão Jean-Paul Richter --afinidade que o levou a traduzir e transcrever os escritos de Richter e então a deslanchar a partir deles, modificando-os à sua própria maneira e, em seus cadernos de anotações, dialogando com Richter. Em alguns momentos as vozes dos dois homens se misturam de tal maneira que se tornam quase indistinguíveis. [...]

Freud era fascinado pelos lapsos e deslizes de memória que ocorrem no cotidiano e por sua relação com a emoção, especialmente a emoção inconsciente; mas ele também foi obrigado a considerar distorções de memória muito mais grosseiras manifestadas por alguns de seus pacientes, especialmente quando relatavam que teriam sido seduzidos ou que teriam sofrido abuso sexual na infância.

De início ele interpretou todos esses relatos literalmente, mas, com o tempo, quando pareceu que havia poucas evidências ou plausibilidade em vários casos, começou a se perguntar se as recordações não poderiam ter sido distorcidas pela fantasia e se algumas delas não poderiam, na realidade, ser inteiramente fantasiosas, construídas inconscientemente, mas de modo tão convincente que os próprios pacientes acreditassem totalmente nelas.

As histórias que os pacientes contavam e tinham contado a si mesmos poderiam ter um efeito muito poderoso sobre suas vidas, e pareceu a Freud que a realidade psicológica dessas histórias poderia ser igual, quer elas viessem de experiências reais ou de fantasias.

Em nossa época, as descrições e acusações de abuso na infância alcançaram proporções quase epidêmicas. Muita importância é atribuída às chamadas memórias recuperadas --memórias de experiências tão traumáticas que foram reprimidas defensivamente e então, com terapia, libertadas da repressão. As formas particularmente sombrias e fantásticas disso incluem descrições de rituais satânicos de alguma espécie, com frequência acompanhados por práticas sexuais coercitivas.

Vidas e famílias foram devastadas por acusações dessa natureza. Mas foi demonstrado, pelo menos em alguns casos, que tais descrições podem ser insinuadas ou plantadas por outros. Aqui, a combinação frequente de uma testemunha sugestionável (muitas vezes uma criança) com uma figura de autoridade (talvez um terapeuta, professor, assistente social ou investigador) pode ser especialmente poderosa.

TORTURA Desde a Inquisição e os julgamentos das bruxas de Salem até os julgamentos soviéticos da década de 1930 e Abu Ghraib, variedades de "interrogatório extremo" ou tortura física e mental pura e simples vêm sendo empregadas para extrair "confissões" políticas ou religiosas.

Embora tais interrogatórios possam ter como objetivo inicial extrair informações, suas intenções mais profundas talvez sejam promover uma lavagem cerebral, efetuar uma mudança genuína de pensamentos, preencher a mente com memórias implantadas, autoincriminadoras, e nisso eles podem ter êxito assustador.4

Mas talvez não seja preciso recorrer à sugestão coercitiva para afetar as memórias de uma pessoa. Depoimentos de testemunhas oculares são notoriamente sujeitos à sugestão e ao erro, muitas vezes com efeitos altamente nocivos aos acusados sem razão.5

Com o advento dos exames de DNA, hoje é possível, em muitos casos, encontrar corroboração ou refutação objetivas de tais depoimentos, e Schacter observa que "uma análise recente de 40 casos em que provas de DNA apontaram a inocência de indivíduos erroneamente encarcerados revelaram que 36 desses casos (90%) envolveram a identificação equivocada feita por testemunhas oculares".

Se os últimos 30 anos foram marcados pelo surgimento ou ressurgimento de síndromes de memória e identidade ambíguas, também levaram a pesquisas importantes --forenses, teóricas e experimentais-- sobre a maleabilidade da memória.

A psicóloga e pesquisadora da memória Elizabeth Loftus documentou um sucesso inquietante na implantação de memórias falsas através da mera sugestão feita a um sujeito de que ele teria passado por um acontecimento fictício.

Esses pseudoeventos, inventados por psicólogos, podem variar desde incidentes cômicos ou incômodos leves (de que uma pessoa se perdeu num shopping quando era criança, por exemplo) até incidentes mais graves (que alguém foi vítima de um ataque grave de um animal ou de uma agressão grave por outra criança).

Depois do ceticismo inicial ("Nunca me perdi num shopping") e, em seguida, da incerteza, o sujeito pode passar a nutrir uma convicção tão profunda que continuará a insistir sobre a veracidade da memória implantada, mesmo após o autor do experimento revelar que o incidente nunca aconteceu.

O que fica claro em todos esses casos é que --quer se trate de abusos imaginados ou reais na infância, de memórias genuínas ou experimentalmente implantadas, de testemunhas induzidas ao engano ou de prisioneiros submetidos a lavagem cerebral, de plágio inconsciente ou das memórias falsas que todos nós provavelmente temos, baseadas em confusão quanto às fontes ou em atribuição equivocada--, na ausência de confirmação externa, não existe uma maneira fácil de distinguir uma memória ou inspiração genuína, sentida como tal, daquelas que foram apropriadas ou sugeridas; de distinguir entre o que o psicanalista Donald Spence descreve como "verdade histórica" e "verdade narrativa".

Mesmo que seja exposto o mecanismo subjacente a uma memória falsa [...], isso pode não modificar a sensação de uma experiência vivida de fato ou a realidade que tais recordações possuem.

Tampouco as contradições óbvias ou o caráter absurdo de determinadas memórias pode modificar o sentimento de convicção e de crença nelas. Na maioria dos casos, pessoas que afirmam terem sido abduzidas por extraterrestres não mentem quando contam como foram levadas até naves espaciais de alienígenas, não mais do que mentem quando têm consciência de terem inventado uma história: algumas creem genuinamente que foi isso o que aconteceu.

Uma vez construída tal narrativa ou memória, acompanhada de imagens sensoriais vívidas e de emoção forte, pode não haver jeito psicológico, interno, nem externo, neurológico, de distinguir o que é verdadeiro do que é falso.

As correlações fisiológicas dessa memória podem ser examinadas com neuroimagiologia funcional, e as imagens mostram que memórias vívidas produzem ativação ampla no cérebro, envolvendo áreas sensoriais, emocionais (límbicas), e executivas (lobo frontal) --padrão que é virtualmente idêntico, quer a "memória" seja baseada numa experiência, quer não.

Parece que não existe, nem na mente nem no cérebro, nenhum mecanismo para garantir a verdade de nossas recordações, ou pelo menos o caráter verídico delas. Não temos acesso direto à verdade histórica, e aquilo que sentimos ou afirmamos como sendo verdadeiro (como Helen Keller estava em ótima posição para observar) depende tanto de nossa imaginação quanto de nossos sentidos.

Não existe um modo pelo qual os acontecimentos do mundo possam ser transmitidos ou gravados diretamente em nossa mente; eles são experimentados e construídos de modo altamente subjetivo, que é diferente em cada indivíduo, para começar, e reinterpretado ou revivido diferentemente a cada vez que são recordados. (O neurocientista Gerald M. Edelman costuma falar em apreender como sendo "criar" e em lembrar como sendo "recriar" ou "reclassificar".)

Com frequência nossa única verdade é a verdade narrativa, as histórias que contamos uns aos outros e a nós mesmos --histórias que reclassificamos e refinamos sem cessar. Essa subjetividade está embutida na própria natureza da memória e decorre de seus mecanismos e bases no cérebro. O que surpreende é que aberrações grosseiras sejam relativamente raras e que, na maior parte do tempo, nossas memórias sejam relativamente sólidas e confiáveis.

Nós, seres humanos, carregamos sistemas de memórias que têm pontos falhos, fragilidades e imperfeições, mas que também possuem grande flexibilidade e criatividade. A confusão sobre fontes ou a indiferença a elas podem representar uma força paradoxal: se pudéssemos rotular as fontes de todos nossos conhecimentos, ficaríamos submersos em informações em muitos casos irrelevantes.

A indiferença às fontes nos permite assimilar o que lemos, o que nos é dito, o que outros dizem, pensam, escrevem e pintam com tanta intensidade e riqueza como se fossem experiências primárias. Ela nos permite enxergar e ouvir com outros olhos e ouvidos, penetrar em outras mentes, assimilar a arte, ciência e religião da cultura inteira, penetrar na mente comum e contribuir para ela, para a comunidade geral do conhecimento.

Essa espécie de partilha e participação, essa comunicação não seria possível se todos os nossos conhecimentos, as nossas memórias, fossem rotulados e identificados, vistos como privados, exclusivamente nossos. A memória é dialógica e nasce não só da experiência direta, mas também da intercomunicação de muitas mentes.

Notas

Originalmente publicado no jornal "The New York Review of Books" --leia íntegra em folha.com/ilustrissima. O título, "Speak, Memory", alude às memórias de Vladimir Nabokov, "Speak, Memory", publicadas no Brasil como "A Pessoa em Questão" (Cia. das Letras). (Nota do Editor)

1. Esse episódio é relatado de modo detalhado e empático por Dorothy Herrmann em sua biografia de Keller, "Helen Keller: A Life" (University of Chicago Press, 1998).


2. Mark Twain escreveu mais adiante a Helen Keller: "Quão indizivelmente engraçada e absurdamente idiota e grotesca foi aquela farsa do plágio'! Como se existisse muito de qualquer coisa na expressão humana que não seja plágio!... Pois, substancialmente, todas as ideias são de segunda mão, consciente e inconscientemente tiradas de um milhão de fontes externas."
De fato, o próprio Mark Twain tinha cometido um roubo inconsciente desse tipo, conforme descreveu em um discurso no 70º aniversário de Oliver Wendell Holmes: "Oliver Wendell Holmes... foi... o primeiro grande homem literário de quem eu roubei alguma coisa --e foi assim que eu acabei escrevendo a ele e ele a mim. Quando meu primeiro livro ainda era recente, um amigo me disse: Essa dedicatória é muito boa'. Sim, falei, eu achava que era. Meu amigo falou: Sempre a admirei, mesmo antes de vê-la em "The Innocents Abroad"'.
Naturalmente, eu disse: Como assim? Onde você a viu antes?'
Bem, eu a vi primeiramente alguns anos atrás como a dedicatória escrita pelo Doutor Holmes em suas "Songs in Many Keys".' Bem, naturalmente, eu escrevi ao dr. Holmes e lhe disse que não tinha tido a intenção de roubar, e ele escreveu de volta, e, nos termos mais gentis, me disse que não havia problema e que não tinha sido feito nenhum mal; e acrescentou acreditar que todos nós inconscientemente retrabalhamos ideias recebidas ao ler e ouvir, imaginando que sejam originais nossas."


3. "The Cambridge History of English and American Literature" diz a respeito de Milton: "Os caçadores de paralelos, plágios e fontes se deram a trabalho enorme [...] para demonstrar que Milton imitou, apropriou-se de ou, desse modo ou daquele, seguiu o Adamo' de [...] Andreini (1613), o Lucifer' [...] de [...] Vondel (1654), o Adamus Exul' de Grotius (1601), Du Bartas' (1605), de Sylvester, e até mesmo Caedmon. [...] Supondo que Milton tivesse lido todos esses livros, Paradise Lost' ainda seria obra de Milton; e é absolutamente certo não apenas que ninguém mais poderia ter construído Paradise Lost' a partir dessas outras obras, mas que um comitê composto pelos autores delas, cada um deles em seu melhor veio e trabalhando juntos como jamais colaboradores conseguiram trabalhar, não teria chegado nem sequer a uma distância mensurável de Paradise Lost' ou de Milton."

4. O tema da lavagem cerebral ou subjugação de um homem, com a desorganização forçada de sua memória, é ilustrada de modo assustador no romance "1984", de George Orwell, e no filme "Prisioneiro do Remorso", com Alec Guinness.

5. "O Homem Errado", de Alfred Hitchcock (o único filme de não ficção que o diretor fez), documenta as consequências apavorantes de uma identificação equivocada baseada no relato de uma testemunha ocular.



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