Na mesma semana em que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados, capitaneada por Marco Feliciano, aprovou o projeto de tramitação da lei que permite a "cura" de homossexuais, o mundo evangélico é surpreendido pelo anúncio do encerramento das atividades da Exodus, organização internacional que postula a mesma proposta desde 1976.
A notícia caiu como uma bomba no meio evangélico norteamericano ontem, 19/06/13, embora - de certa forma - muitos já esperassem por essa decisão em razão dos problemas pessoais e legais enfrentados pela Exodus.
A organização, que se autointitulava "o maior e mais antigo ministério cristão a lidar com fé e homossexualidade", tomou a decisão de se autodissolver por voto unânime de sua diretoria, acrescentando ainda que irão fundar outra organização, embora não tenham especificado detalhes a respeito do que ela virá a ser.
O anúncio chega pouco tempo depois do presidente da Exodus, Alan Chambers, ter emitido nota oficial pedindo desculpas à comunidade gay por muitas ações que ela tomou ao longo dos anos, inclusive a promoção de esforços e terapias reparativas para mudar a orientação sexual das pessoas.
Chambers disse ainda, textualmente: "Peço desculpas pelas vezes em que eu não me manifestei publicamente contra as pessoas 'do meu lado' que chamaram vocês de nomes como sodomita ou coisa pior".
A Exodus já tinha tomado posição contra as chamadas "terapias reparativas de sexualidade" na convenção da Gay Christian Network em janeiro de 2012.
A organização vem lidando dolorosamente com o questionamento de suas próprias terapias desde 2000, quando se divulgou que o seu então presidente, John Paulk, havia sido avistado num bar gay em Washington D. C., o que o levou a renunciar ao posto logo em seguida.
Está programada para hoje, ainda, a exibição do programa "God & Gays" no canal The Oprah Network, propriedade da conhecida apresentadora de TV Oprah Winfrey, no qual Alan Chambers é um dos entrevistados pela jornalista Lisa Ling.
Apesar do fechamento da organização, as unidades nacionais e regionais são autônomas, e não estão submetidas a essa decisão, podendo seguir caminho próprio, mas não mais debaixo do guarda-chuva da Exodus International.
O anúncio oficial está na página da sede mundial da Exodus, e não há qualquer referência a isso no sítio da Exodus Brasil.