Se vivo fosse, Albino Luciani completaria hoje 100 anos.
Chamando-o assim pelo nome de batismo, muito provavelmente você não o identificará, mas ele era o patriarca de Veneza que foi consagrado papa em 26 de agosto de 1978, assumindo o trono do Vaticano com o nome de João Paulo I.
Seu papado foi um dos mais curtos da história, durando apenas 33 dias (o mais curto foi o de Urbano VII, que durou apenas 12 dias, de 15 a 27 de setembro de 1590).
Sua morte repentina por infarto do miocárdio ou embolia pulmonar (nunca se soube a exata razão do óbito) foi motivo de muitas teorias da conspiração, que o Vaticano tentará (inutilmente, é claro) enterrar por ocasião de seu centenário.
O Vatican Insider informou, dois dias atrás, que justamente hoje, 17 de outubro de 2012, será divulgado um relatório do monsenhor Enrico Dal Covolo, que ocorre ser o postulador da canonização daquele que ficou conhecido como o "papa sorriso".
Segundo Dal Covolo, 167 pessoas foram ouvidas a respeito da morte de João Paulo I, além de documentos médicos que foram devidamente consultados.
Essas fontes confirmariam (definitivamente, segundo ele), que D. Albino Luciani não foi assassinado, como muita gente suspeita até hoje.
Os testemunhos e os documentos fazem parte da "positio", etapa do processo de beatificação que consiste no relato das virtudes heroicas do finado papa que o postulador pretende ver canonizado num futuro não muito distante.
Monsenhor Dal Covolo acrescentou, ainda, que se encontrou com o papa Bento XVI na semana passada, e que este lhe teria dado apoio em seus esforços para resgatar a memória de seu antecessor e, por que também não dizer, espantar as nuvens de suspeita que pairam há 34 anos sobre os céus do Vaticano no que diz respeito à morte súbita de João Paulo I.
Resta saber se os adeptos da teoria da conspiração engolirão a história.