A matéria esquisita foi publicada no Brasil Post:
Estudo indica relação entre vontade de urinar e descrença no livre arbítrio
Ione Aguiar
Spinoza, Hobbes, Lutero, Santo Agostinho, Schopenhauer: todos eles já perderam noites de sono pensando no livre arbítrio.
Para este último, por exemplo, o ser humano tem apenas a ilusão de liberdade, mas é escravo de suas vontades e necessidades.
Um estudo publicado na revista Consciousness and Cognition coloca mais uma pitada de sal na discussão.
De acordo com a pesquisa, quanto mais as pessoas sentem vontade de fazer xixi, menos elas acreditam no livre-arbítrio.
Parece que não faz sentido, mas o raciocínio é o seguinte: como observou este artigo da Scientific American, quando passamos por experiências físicas que nos lembram das leis da natureza, deixamos de acreditar que controlamos nosso destino.
A pesquisa faz parte de uma controversa corrente de estudos cognitivos que investiga como nossos estados corporais afetam nossa mente. É a chamada teoria da cognição corporificada, que sugere, por exemplo, que sorrir nos faz mais felizes, ou que nosso senso de julgamento é afetado pela temperatura ambiente.
Como funcionou a pesquisa?
Os pesquisadores submeteram os 193 participantes a um questionário amplo, envolvendo seus desejos, suas crenças e inclusive as vontades que sentiam enquanto respondiam às perguntas.
Os pesquisadores observaram uma tendência clara: pessoas que declaravam estar com vontade de dormir, comer, urinar, fazer sexo e outros desejos corporais acreditavam menos na liberdade de escolha.
A única exceção foram os participantes que estavam de dieta. Nesse caso, a sensação de fome foi associada à sensação de liberdade de escolha.
Conclusão: está cheio de caraminholas na cabeça? Faça xixi...