quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Papa deixa porta aberta para diálogo com terroristas islâmicos

Ontem, 25/11/14, o papa Francisco esteve em Estrasburgo (Strassbourg), na França, para discursar perante o Parlamento Europeu, ali sediado.

O discurso foi relativamente tranquilo e teve pouca repercussão na mídia, o que impediu, inclusive, que fosse mais notado o protesto de alguns deputados da esquerda espanhola que saíram do recinto no momento em que o papa começou a discursar, alegando que ali não era local para um líder religioso se manifestar.

Logo depois, durante o voo de volta a Roma, o papa concedeu uma entrevista coletiva aos repórteres que o acompanhavam no avião, na qual esclareceu que não pôde visitar a catedral de Estrasburgo, que comemora seu milênio exatamente neste ano, devido ao fato de que, pela etiqueta diplomática, a visita seria considerada com a de um chefe de Estado, o que o papa Francisco ainda não fez à França, nem está programada.

O papa se disse satisfeito com sua recepção no Parlamento Europeu, ressaltando que seu maior objetivo é construir pontes e não muros.

A pergunta mais constrangedora da entrevista envolveu os três padres acusados de pedofilia que foram presos em Granada, na Espanha. 

O papa respondeu que ele próprio acolheu a denúncia de uma das vítimas, que também é sacerdote, e determinou que o bispo responsável desse início imediato ao processo que resultou na prisão provisória dos acusados. 

Declarou, ainda: "senti uma dor imensa, mas a verdade é a verdade e não se deve escondê-la".

A respeito da ameaça que o Vaticano sofreu do Estado Islâmico, o papa foi indagado sobre a possibilidade de diálogo com os extremistas do Oriente Médio, ou se seria um tempo perdido, ao que respondeu que "eu nunca dou nada por perdido. Talvez não se possa ter um diálogo... mas eu não fecho nunca uma porta. É difícil, digamos... quase impossível, mas a porta está sempre aberta, não?"

O papa se mostrou, ainda, muito preocupado com outras situações que, a seu ver, ameaçam o mundo atualmente: o trabalho escravo, o tráfico de crianças e os maus tratos às pessoas em geral, além daquilo que ele chama de "terrorismo de Estado", quando um país ataca outro sem o consenso da comunidade internacional.

Com informações do Zenit em italiano e do Público espanhol.

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