Definitivamente, a semana que se encerra amanhã está sendo tenebrosa para aqueles que se fiam no "testemunho" dos expoentes evangélicos no país, no caso dois homens que fazem questão de se apresentar como representantes desse segmento religioso, o deputado Eduardo Cunha e o jogador Neymar.
Cunha, deputado pelo PMDB-RJ e presidente da Câmara, é apontado como o maior responsável pela agenda conservadora que as votações da casa demonstram, entre elas a do Estatuto da Família, que tenta impor o conceito de casamento como a união de um homem e uma mulher, rejeitando a união homossexual, iniciativa que reuniu praticamente todos os líderes denominacionais do país, dos mais tradicionais aos mais neopentecostais, quando de sua propositura no Congresso Nacional.
O que esses líderes talvez não esperavam é que, justamente nesta semana, o Ministério Público da Suíça informasse à Procuradoria Geral da República, seu órgão similar no Brasil, a abertura de um processo criminal no país europeu envolvendo contas pertencentes a familiares de Eduardo Cunha, que foram imediatamente congeladas.
Uma das contas teria o próprio Cunha como beneficiário, e outra estaria no nome de sua esposa, Cláudia Cordeiro Cruz, que foi apresentadora de telejornais da Rede Globo de Televisão entre 1989 e 2001.
Uma das contas teria o próprio Cunha como beneficiário, e outra estaria no nome de sua esposa, Cláudia Cordeiro Cruz, que foi apresentadora de telejornais da Rede Globo de Televisão entre 1989 e 2001.
O presidente da Câmara de Deputados já havia declarado à CPI da Petrobrás, em março deste ano, que não tinha contas no exterior.
A se confirmar a acusação dos promotores suíços, o deputado mentiu, o que não significa muita coisa do ponto de vista jurídico, já que - providencialmente - não existe o crime de perjúrio no Brasil.
Não é de hoje que - aqui - todo mundo pode mentir à vontade, sob juramento ou não, que não fica corado nem comete crime algum. Coisas de país subdesenvolvido.
Se já não bastasse o caos político instaurado no país, agora é a vez de Eduardo Cunha não ter mais como se segurar no seu cargo, talvez tampouco no seu mandato.
Os adversários do deputado não perderam tempo para ironizar sua ambiguidade, como foi o caso de Luciana Genro, que foi candidata à Presidência da República nas últimas eleições pelo PSOL, através do Twitter:
Por outro lado, o jogador Neymar, do Barcelona (Espanha), teve um Porsche apreendido e R$ 188 milhões bloqueados pela Receita Federal, por suspeita de sonegação fiscal num processo que envolve a empresa que leva seu nome e é gerida por seu pai.
O atleta, entretanto, não se fez de rogado, e postou ontem, 01/10/15, uma imagem da sua Ferrari recém-comprada na sua conta do Twitter, agradecendo a Deus pelo presente que se deu a si mesmo:
Obviamente, todas essas denúncias deverão ser apuradas, como de fato já estão sendo, nos seus devidos processos legais, mas pairam nuvens escuras sobre o nome "evangélico" no Brasil.
No meio de tanta confusão político-ideológica, talvez seja o caso daqueles evangélicos sedentos de poder e fama procurarem outros modelos para seguir, ou (cá entre nós, de preferência) voltar - pura e simplesmente - ao bom e humilde evangelho de Jesus Cristo pregado na cruz do Calvário.
É mais seguro...
Fontes: Folha de S. Paulo, Brasil Post e Extra