quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Papa suspende bispo que torrou 2,9 milhões de euros numa capelinha na Alemanha

A casinha do bispo com a capela de 2,9 milhões de euros no meio

Veja o lado bom (pra eles) de montar uma igreja "evangélica" em que o sujeito é o líder, o "bispo" ou "apóstolo" manda-chuva dos fiéis que o seguem: não tem ninguém acima dele para investigá-lo, suspendê-lo ou demiti-lo. Moleza, né não?

Apesar da hierarquia católica, é nessa vida boa que vivia até outro dia o bispo Franz-Peter Tebartz-van Elst, da diocese de Limburg, na Alemanha, circunscrição eclesiástica que jurisdiciona a riquíssima Frankfurt.

Vivia... porque o papa Francisco não se conformou com o bispo esbanjador torrando os euros da paróquia e dos contribuintes alemães.

Sim, em terras germânicas os cidadãos pagam um tributo ao governo que, depois, é repassado às diferentes denominações que existem por lá.

Só no ano passado, 2012, os católicos receberam 5,2 bilhões de euros e os protestantes 4,6 bilhões dos cofres públicos alemães.

Imagine a hora em que certos obreiros evangélicos que estão no campo missionário mais carente do mundo, Boca Raton, na Florida (EUA), descobrirem essa mina de ouro na Alemanha?

Vai ser uma debandada geral...

"Olha os gastos lá..."
Com esse rio de dinheiro na porta de casa, o bispo Tebartz-van Elst resolveu fazer uma reforminha no palácio episcopal dele, um puxadinho aqui, outro acolá, e com a torrente de euros assim tão à mão, ele nem reparou que lá se foram 31 milhões deles (cerca de 90 milhões de reais) para deixar a choupana à sua feição.

Dinheiro de pinga...

Pinga euro aqui, pinga euro ali, e o que é uma banheira de 15 mil euros pra dar uma relaxadinha? Uma mesa de reunião por meros 25 mil euros? Bota lá!

A cereja do bolo episcopal, entretanto, foi a capelinha privada para o bispo, que custou 2,9 milhões de euros para ele dar uma rezadinha de vez em quando.

Afinal, como se trata de um palácio religioso, não devia ter assim nenhum genuflexório estofado disponível num dos "trocentos" cômodos por lá para ele utilizar, não é mesmo?

Também seria muito incômodo para o bispo andar uns 50 metros para ir até a catedral de Limburg que fica logo ali na frente.

Nada como uma capelinha dourada para resolver esse problemão.

"ô trem bão, sô!"
É por essas e por outras que o papa Francisco não teve dúvidas: convocou o bispo para um tête-à-tête em Roma, passou-lhe o sabão em privado, e dois dias depois anunciou oficialmente a suspensão do prelado alemão.

Afinal, o papa argentino tem frisado constantemente que quer uma igreja pobre para os pobres, ou que pelo menos seja mais comedida nos seus gastos e, sobretudo, evite qualquer ostentação.

A nota oficial do Vaticano, divulgada ontem, 23/10/13, informa - diplomaticamente - que é "apropriado dar um tempo de dispensa da diocese" ao bispo perdulário, e que "foi criada uma situação na qual o bispo não tem mais condições de conduzir suas tarefas episcopais".

O papa também designou uma comissão especial para investigar mais a fundo os gastos da diocese de Limburg.

Quanto ao nababesco bispo Franz-Peter Tebartz-van Elst, não se sabe que destino ele terá, mas como ele é um garotão de 53 anos de idade, bem que podia tentar a carreira de designer de interiores (no popular, "decorador") para as mansões de certos "bispos" e "apóstolos" brasileiros que podem torrar o dinheiro dos fiéis à vontade aqui ou em Boca Raton, né não?

A fonte das informações acima é a BBC Brasil.



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