segunda-feira, 10 de março de 2014

Cardeal diz que papa pode reavaliar união civil entre pessoas do mesmo sexo

A matéria é da Folha de S. Paulo:

Papa pretende estudar uniões entre casais do mesmo sexo, diz cardeal

O papa Francisco pretende estudar as uniões entre casais homossexuais, disse o cardeal de Nova York, Timothy Dolan, neste domingo (9). A intenção, segundo Dolan, é entender os motivos que levaram alguns países a legalizar o matrimônio gay, como o Brasil e a França.

Durante entrevista ao programa "Meet the Press", da emissora de TV americana NBC, Dolan afirmou que Francisco não se posicionou em relação ao assunto, mas disse que "a Igreja deve buscar e ver as razões que levaram alguns Estados a aprovar uniões civis entre pessoas do mesmo sexo em vez de condená-las".

Em fevereiro, a Escócia aprovou por esmagadora maioria a autorização a casamentos entre pessoas do mesmo sexo, tornando-se assim o 17º país a dar luz verde a essa união, apesar da oposição de suas principais organizações religiosas.

No ano passado, além de Brasil e França, também aprovaram o casamento gay Inglaterra, País de Gales, Uruguai e Nova Zelândia.

Segundo Dolan, a união entre homem e mulher representa um elemento de construção da sociedade. "Se retirarmos o significado sagrado do casamento, temo que não só a Igreja sofra, temo que a cultura e a sociedade também sofram", disse.

O papa Francisco já havia afirmado na semana passada, em entrevista ao "Corriere della Sera", que é preciso analisar caso a caso as uniões civis para casais homossexuais, mas reiterou que "o casamento é entre um homem e uma mulher".

Não foi a primeira vez que o Pontífice comentou sobre o assunto. No ano passado, Francisco disse que a igreja não pode interferir espiritualmente nas vidas dos homossexuais, mesmo tendo o direito de manifestar suas opiniões.

Quando voltava à Itália da viagem ao Brasil em julho de 2013, para participar da Jornada Mundial da Juventude, o papa afirmou que os homossexuais "não devem ser discriminados e devem ser integrados na sociedade".

DOLAN

No ano passado, semanas após de retornar do Vaticano e participar do Conclave que elegeu o papa Francisco, o cardeal americano disse em dois talk shows que a Igreja Católica Romana poderia ser mais acolhedora com gays e lésbicas, apesar de sua oposição ao casamento do mesmo sexo.

Em entrevistas pré-gravadas com George Stephanopoulos para o programa da ABC "This Week" e Bob Schieffer, para a CBS, o cardeal Dolan, arcebispo de Nova York e uma das principais vozes da Igreja Católica nos Estados Unidos, não sugeriu qualquer mudança no ensinamento da Igreja.

Ele definiu o casamento como "um homem, uma mulher, para sempre, para trazer nova vida", mas ele disse ao Sr. Stephanopoulos que é preciso "fazer melhor para ver que a nossa defesa do casamento não se reduz a um ataque aos gays".

"E eu admito não ter sido muito bom nisso", disse o cardeal. "Precisamos ter certeza de que não somos anti-ninguém", acrescentou.

Stephanopoulos perguntou ao cardeal Dolan o que ele poderia dizer para gays e lésbicas que se sentiram excluídos da igreja. "Bem, a primeira coisa que eu diria a eles é: 'Eu amo você também. E Deus ama você. E vocês são feitos à imagem e semelhança de Deus. E nós queremos a sua felicidade", disse Dolan.



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