 |
| Palácio episcopal de 2,2 milhões de dólares em Atlanta, Georgia (EUA) |
Tem uma parte da cristandade que é chegada numa grana, rapaz! E não são só certos "pastores", "bispos" e "apóstolos" evangélicos brasileiros que constroem templos na base dos milhões enquanto garantem um pedacinho do céu numa mansãozinha em Boca Raton, na Florida. Os católicos também têm os seus.
Em outubro de 2013, conforme noticiamos aqui, o bispo Franz-Peter Tebartz-van Elst, da diocese de Limburg, na Alemanha, foi suspenso pelo papa Francisco por ter torrado 31 milhões de euros no "puxadinho" que ele fez no palácio episcopal no qual até então habitava.
Na última quarta-feira, 26 de março de 2014, após um período calçando as sandálias da humildade num mosteiro da Baviera, Franz-Peter Tebartz-van Elst (haja hífen!) endereçou ao Vaticano sua carta de renúncia ao bispado.
Já pensou se certos líderes evangélicos tivessem que responder a um superior hierárquico quando jogassem pelo ralo (ou pelo bolso) o dinheiro suado que seus rebanhos aportam aos cofres de suas denominações?
Afinal, churrasquinho na laje de seus "barracos" é aceso com notas de 100 dólares...
Bem, um dia eles terão que responder a Alguém Superior, e muitos descerão pelo ralo quentinho e sulfuroso do inferno. Quem aqui torra, lá será torrado, não é mesmo?
O bispo pródigo da vez é Wilton Gregory, arcebispo de Atlanta, na Georgia (EUA). E "pródigo" aqui não é utilizado no sentido bíblico do filho que volta ao pai, embora desejemos de coração que D. Gregory siga este caminho, mas no sentido jurídico de "prodigalidade", do indivíduo que gasta compulsivamente seu dinheiro.
 |
| Ouça seu povo, bispo Gregory! |
Só que o dinheiro que o arcebispo jogou pela janela não era dele, mas contribuição dos fiéis de sua arquidiocese, que - obviamente - ficaram furiosos quando descobriram que o prelado torrou 2,2 milhões de dólares na construção de um novo palácio episcopal com míseros 6.400 metros quadrados de área.
A "choupana" do bispo tem duas salas de jantar e até um "safe room" (que poderia ser traduzido como "quarto seguro", que nem aquele do filme "O Quarto do Pânico" - 2002 - com a Jodie Foster).
Pânico mesmo D. Gregory deve ter sentido quando percebeu a repercussão que sua gastança descontrolada teve nos corações e mentes dos fiéis que ele deveria apascentar com a modéstia requerida num país em que as pessoas ralam duro para enfrentar uma grave crise econômica que se arrasta desde 2008.
Não teve outro jeito senão pedir desculpas dizendo que "eu errei em não ter considerado o impacto nas famílias que cercam a arquidiocese e que, apesar de pagar suas hipotecas e demais contas, contribuem na assistência do nosso ministério e serviços".
Para quem não se lembra, Atlanta é a principal cidade retratada no clássico "E o Vento Levou" ("Gone with the Wind", 1939), em que Rhett Butler (interpretado por Clark Gable) resgata Scarlett O'Hara (interpretada por Vivien Leigh) do incêndio de Atlanta durante a Guerra Civil americana:
 |
| "Rhett, me leva daqui antes que o bispo torre mais grana!", disse Scarlett... |
