Mark Driscoll é um pastor evangélico norteamericano de 43 anos de idade, que até ontem respondia pela liderança da Mars Hill Church de Seattle, no Estado de Washington, mega-igreja da qual foi um dos fundadores em 1996.
Nascido em 11 de outubro de 1970, Driscoll foi criado numa família católica até que, aos 19 anos de idade, se converteu ao evangelicalismo e se graduou em Teologia no Western Seminary de Portland, Oregon.
Logo após a fundação da Mars Hill Church, Driscoll teve muito êxito ao fazer uma espécie de mistura do movimento da igreja emergente com pitadas de neocalvinismo, ajudando a organizar redes de plantação de igrejas como a Atos 29 e The Resurgence ("A Ressurgência"), que reuniam pregadores jovens dos Estados Unidos na propagação do evangelho para uma sociedade pós-moderna.
O figurino era (e continua sendo) mais ou menos o seguinte, com pequenas variações: uma igreja "cool" com nome descolado e gente antenada, um pastor jovem que prega mensagens moderninhas com um viés neocalvinista para uma plateia de jovens bem sucedidos, que querem tirar um tempinho de suas semanas agitadas para obter conforto para suas perturbadas almas (ou consciências, vai saber).
No início, até que foi tudo bem, conferências lotadas, zilhões de livros vendidos, mas parece que Driscoll começou a exagerar na mão, ou no gogó, se é que me entende.
A partir de 2011, o consagrado pastor de Seattle começou a fazer algumas declarações, digamos, estranhas, que inclusive já repercutimos aqui no blog nos seguintes artigos, cujos títulos - por si só - dão uma pequena ideia da verborragia driscolliana:
O evangelho macho de Driscoll e Piper (sim, até o John Piper entrou na dança)
Seatlle, terra do grunge, Pearl Jam, Alice in Chains, Nirvana, Kurt Cobain e.... Mark Driscoll, é claro!
A coisa degringolou de vez este ano, entretanto. Acusações de plágio em seus livros, questionamentos sobre uso de fundos da igreja e o tratamento rude e grosseiro (chulo, até) que ele dispensava aos líderes de sua igreja começaram a pipocar aqui e ali, de maneira que desenterraram denúncias de 10 anos atrás, que já davam conta de que havia algo podre no reino da Driscollândia.
Só que muito pouca gente sabia até então...
A coisa degringolou de vez este ano, entretanto. Acusações de plágio em seus livros, questionamentos sobre uso de fundos da igreja e o tratamento rude e grosseiro (chulo, até) que ele dispensava aos líderes de sua igreja começaram a pipocar aqui e ali, de maneira que desenterraram denúncias de 10 anos atrás, que já davam conta de que havia algo podre no reino da Driscollândia.
Só que muito pouca gente sabia até então...
Alguns dias atrás, a rede Atos 29 excluiu Mark Driscoll dos seus quadros, e ele teve que cancelar a realização da próxima conferência da The Resurgence, sobre a qual tem mais controle.
São tantas as denúncias, e tão complexas, que não vamos nos deter muito em listá-las aqui, por uma questão de tempo e espaço para fazê-lo, mas aqueles que quiserem se aprofundar no tema e têm fluência no inglês, poderão acessar a página The Mark Driscoll Controversy e ler o artigo publicado no (nada mais, nada menos) The New York Times na última sexta-feira, 22 de agosto de 2014.
Parece que ver seu nome pululando (negativamente) nas páginas do NYT foi demais para o ego de Driscoll.
Ainda que timidamente, ontem, 24 de agosto de 2014, ele anunciou que está tirando uma licença de 6 semanas da Mars Hill Church para que a liderança da igreja investigue essas denúncias e avalie se Driscoll deve permanecer por lá ou não, segundo publica o The Huffington Post.
Ele deveria retornar de suas férias ontem, mas enviou uma mensagem pré-gravada para ser exibida à congregação e, bem ao seu estilo, se "desculpou" jogando a culpa nos outros, dizendo:
Eu quero dizer à minha família passada e presente da Mars Hill que eu sinto muito. Eu genuinamente sinto (...) Sinto pelas vezes que eu tenho estado nervoso, rasteiro ou insensível. Desculpem-me por qualquer coisa que eu tenha feito para nos desviar de nossa missão mediante a abertura à crítica, controvérsia e atenção negativa da mídia (...) Comecei a me encontrar com uma equipe profissional de cristãos maduros que me proverão com sábios conselhos para me ajudar no meu desenvolvimento pessoal e na maturidade diante de Deus e dos homens.
Lembra de um certo "pastor" brasileiro que gosta de atacar os "críticos"?
Eles nunca têm culpa de nada, mas parece que o Driscoll acaba de fundar (mais) uma espécie de "rehab" cristã...
Eles nunca têm culpa de nada, mas parece que o Driscoll acaba de fundar (mais) uma espécie de "rehab" cristã...