sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Mark Driscoll diz que "masturbação é uma forma de homossexualidade"

Mark Driscoll precisa descobrir logo as virtudes do silêncio.

Ele está precisando de um retiro espiritual longo, pra meditar profunda e sistematicamente no ditado popular de que "em boca fechada não entra mosquito". 

A não ser que ele queira ficar mais conhecido por exegeses bíblicas e interpretações teológicas, digamos, muito particulares, para não dizer exóticas. 

Parece também que o festejado pastor americano vê sexo (com pitadas de homossexualidade) em tudo no mundo, circunstância que pode, eventualmente, ter outro nome: fetiche. 

Algum tempo atrás, defendendo as lutas de MMA, ele disse que "não existe nada mais puro do que dois homens lutando num ringue, sem bolas, bastões, varas, ajuda, time, só pra ver qual deles é melhor", isso no meio de outra confusão em que ele se meteu sobre sexualidade (veja "O bullying afeminado de Mark Driscoll"). 

Driscoll acaba de lançar um livro na forma (eBook) online, intitulado "Porn Again Christian - A Frank Discussion on Pornography and Masturbation for God's Men", fazendo um jogo de palavras (em inglês) com a expressão "Born Again" ("Nascido de Novo") e seu correspondente "Porn" ("Pornô"). 

O título do livro seria traduzido para o português, então, por algo como "Porn Again Cristão - Uma Discussão Franca sobre Pornografia e Masturbação para Homens de Deus". 

No quinto capítulo do livro (em inglês, disponível aqui), Mark Driscoll elenca como primeira razão para não masturbar o fato de que "a masturbação pode ser uma forma de homossexualidade porque é um ato sexual que não envolve uma mulher. 

Se um homem tivesse que se masturbar enquanto envolvido em outras formas de intimidade sexual com a sua esposa, então ele não estaria fazendo isso de uma maneira homossexual.

Entretanto, qualquer homem que faz isso sem a sua esposa no quarto está na beira de uma atividade homossexual, particularmente se ele estiver se olhando no espelho e se excitando com o seu próprio corpo de macho". 

Bom, alguém poderia afirmar que aí estaríamos diante de um quadro clássico de narcisismo, mas seria melhor que alguém habilitado para tanto dissecasse o assunto. Driscoll bem que podia poupar sua fértil imaginação de voar tão alto.

A estranha fixação de Mark Driscoll com homossexualidade, masturbação e afins tem provocado grande reação no meio evangélico norteamericano, tendo chegado inclusive a ser comentado no The Huffington Post, que não é exatamente um portal cristão, e que ironiza o fato de Driscoll ter se "esquecido" - no seu livro - de que as mulheres também se masturbam, o que deixaria, portanto, as lésbicas livres para fazer o que bem entendessem da vida. 

O fato de Driscoll ter escrito um livro, digamos, "machocêntrico", além do episódio dos "dois homens lutando num ringue", mostra que ele tem uma visão muito masculina do mundo, talvez excessivamente máscula, uma overdose de testosterona.

Em suma, dando ao outro sempre o benefício da dúvida, desconfie de toda e qualquer pessoa que, dizendo-se cristã, tira o foco da sua pregação da cruz de Cristo, e passa a querer regular - nos mínimos e mais higiênicos ou eróticos detalhes - o que suas ovelhas ou seus irmãos fazem entre 4 paredes. 

O grande risco é que os outros sejam menos presas dos seus pecados sexuais do que o próprio pregador seja refém do seu mórbido fetiche.



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