Parece que as coisas andam meio agitadas na Rússia por causa do posicionamento de um alto oficial da Igreja Ortodoxa, segundo informa The Christian Science Monitor em notícia do dia 20/01/11.
O arcipreste Vsevolod Chaplin (sim, você leu direito, é Chaplin o sobrenome dele!) quer que homens e mulheres do país se vistam "modestamente" e que aqueles que não sigam o "dress code" sejam expulsos dos locais públicos.
Na última terça-feira o "arcipreste" (uma espécie de "bispo" ou "arcebispo" na tradição católica) disse que "é errado pensar que as mulheres podem decidir por si mesmas o que elas devem usar em locais públicos ou no trabalho.
Se uma mulher se veste como uma prostituta, seus colegas de trabalho devem ter o direito de dizer-lhe o que pensam a respeito.
Além disso, se uma mulher se veste e age indecentemente, este é um caminho direto para a infelicidade, sexo livre, casamentos breves seguidos por divórcios problemáticos, vidas arruinadas de crianças e loucura".
Apesar do foco feminino, a iniciativa religiosa também quer proibir os homens de usarem T-shirts e roupas justas de corrida em público.
Muitos veem nesta atitude apenas mais um capítulo da escalada de poder da Igreja Ortodoxa Russa, perseguida durante o regime comunista, e que recuperou não só seus templos e propriedades, mas também artefatos religiosos que estavam em poder dos museus do país, além de ter retomado a frente na defesa da moral e bons costumes da grande Rússia.
A Igreja Ortodoxa tem se posicionado firmemente também quanto a mostras de arte em que enxerga algum tipo de blasfêmia, e tem conseguido apoio dos seguidos governos que se sucederam à derrocada do comunismo.
No ano passado, dois antigos curadores de arte foram processados pela Igreja e condenados por incitar "ódio aos cristãos" mediante a exibição - em suas galerias - de obras com imagens "não convencionais" de Jesus.
No caso da nova iniciativa de "padronização de roupas", apesar da forte reação de vários setores da sociedade russa, os ortodoxos conseguiram apoio de um setor inesperado: os muçulmanos.
É bom lembrar que mais de 15% da população do país se declara muçulmana (ainda que muitos apenas por etnia) e 8 das 21 repúblicas autônomas que compõem a Federação Russa tem o islamismo como religião oficial.
O jornal Pravda já anunciava em 2008 que existe a possibilidade da Rússia ter maioria muçulmana em sua população por volta de 2050.
Não é surpresa, portanto, que o maior apoio recebido pelo arcipreste Chaplin tenha vindo justamente da Associação Russa de Legado Islâmico. E durma-se (bem vestido) com um barulho desses...
Atualização de 05/03/11: A agência russa de notícias religiosas Interfax informa que o arcebispo Feofan, de Stavropol, deu seu apoio ao arcipreste Chaplin, criticando ainda as garotas que fazem tatuagem e colocam piercing no umbigo.
P.S.: O blog pelo menos aproveita a notícia para colocar abaixo uma foto da Catedral de São Basílio, esta maravilhosa obra de arte cristã, verdadeiro patrimônio cultural da humanidade.
Destaque também para a belíssima Catedral Cristo Salvador, destruída pelos comunistas em 1933 e reconstruída após o fim do regime, sendo reinaugurada em 2000.
O arcipreste Vsevolod Chaplin (sim, você leu direito, é Chaplin o sobrenome dele!) quer que homens e mulheres do país se vistam "modestamente" e que aqueles que não sigam o "dress code" sejam expulsos dos locais públicos.
Na última terça-feira o "arcipreste" (uma espécie de "bispo" ou "arcebispo" na tradição católica) disse que "é errado pensar que as mulheres podem decidir por si mesmas o que elas devem usar em locais públicos ou no trabalho.
Se uma mulher se veste como uma prostituta, seus colegas de trabalho devem ter o direito de dizer-lhe o que pensam a respeito.
Além disso, se uma mulher se veste e age indecentemente, este é um caminho direto para a infelicidade, sexo livre, casamentos breves seguidos por divórcios problemáticos, vidas arruinadas de crianças e loucura".
Apesar do foco feminino, a iniciativa religiosa também quer proibir os homens de usarem T-shirts e roupas justas de corrida em público.
Muitos veem nesta atitude apenas mais um capítulo da escalada de poder da Igreja Ortodoxa Russa, perseguida durante o regime comunista, e que recuperou não só seus templos e propriedades, mas também artefatos religiosos que estavam em poder dos museus do país, além de ter retomado a frente na defesa da moral e bons costumes da grande Rússia.
A Igreja Ortodoxa tem se posicionado firmemente também quanto a mostras de arte em que enxerga algum tipo de blasfêmia, e tem conseguido apoio dos seguidos governos que se sucederam à derrocada do comunismo.
No ano passado, dois antigos curadores de arte foram processados pela Igreja e condenados por incitar "ódio aos cristãos" mediante a exibição - em suas galerias - de obras com imagens "não convencionais" de Jesus.
No caso da nova iniciativa de "padronização de roupas", apesar da forte reação de vários setores da sociedade russa, os ortodoxos conseguiram apoio de um setor inesperado: os muçulmanos.
É bom lembrar que mais de 15% da população do país se declara muçulmana (ainda que muitos apenas por etnia) e 8 das 21 repúblicas autônomas que compõem a Federação Russa tem o islamismo como religião oficial.
O jornal Pravda já anunciava em 2008 que existe a possibilidade da Rússia ter maioria muçulmana em sua população por volta de 2050.
Não é surpresa, portanto, que o maior apoio recebido pelo arcipreste Chaplin tenha vindo justamente da Associação Russa de Legado Islâmico. E durma-se (bem vestido) com um barulho desses...
Atualização de 05/03/11: A agência russa de notícias religiosas Interfax informa que o arcebispo Feofan, de Stavropol, deu seu apoio ao arcipreste Chaplin, criticando ainda as garotas que fazem tatuagem e colocam piercing no umbigo.
P.S.: O blog pelo menos aproveita a notícia para colocar abaixo uma foto da Catedral de São Basílio, esta maravilhosa obra de arte cristã, verdadeiro patrimônio cultural da humanidade.
Destaque também para a belíssima Catedral Cristo Salvador, destruída pelos comunistas em 1933 e reconstruída após o fim do regime, sendo reinaugurada em 2000.