Toda vez que se levanta uma crítica a alguém em posição de destaque ou liderança na Igreja, genericamente considerada, é muito comum que se rebata e/ou reprove a crítica com base nas palavras de Jesus em Mateus 7:1 ("não julgueis para que não sejais julgados"), com o fim de encerrar a discussão e sem que se aprofunde o significado (e por que não dizer - o dever) do cristão fazer julgamentos quanto aos outros na sua vida.
Esquece-se facilmente de que o próprio Jesus também ordenou em João 7:24 -"Não julgueis pela aparência mas JULGAI segundo o RETO JUÍZO".
Aparentemente, haveria uma contradição nas palavras do Mestre nos versículos aqui contrastados, mas o v. 2 de Mateus mostra que o que realmente importa é que não se pode julgar os outros por outro critério que não sirva para a própria pessoa que está julgando ("Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós"), sentido ampliado pelos versículos seguintes:
Isto não significa, obviamente, que devemos nos abster de todo e qualquer julgamento.
É muito interessante que a palavra grega traduzida por "julgar" ou "juízo" nos versículos acima é κρίνω - krinō - que quer dizer, basicamente, "discernir", mas também "decidir", "condenar", "decretar" e "punir".
As palavras de Jesus em João 7:24 ("julgai segundo o reto juízo") deixam mais claro ainda que este julgamento, este discernimento, deve ser feito com base no "reto" juízo.
A palavra grega traduzida por "reto" aqui é dikaios (δίκαιος), que quer dizer "equitativo".
Nada mais humano do que julgar por equidade, sopesando na balança da Justiça (diké - δίκη - a deusa grega da Justiça) os prós e os contras de uma determinada situação ou condição.
Por sinal, a própria palavra grega diké para justiça já era uma evolução do pensamento grego, que nos primórdios de sua civilização conhecia "justiça" apenas por themis - Θέμις - que tinha, esta sim, um significado muito mais ligado à justiça divina de Zeus no seu Olimpo de decretos e decisões inquestionáveis (para aprofundar a discussão desses conceitos, acesse o texto "Justiça no pensamento aristotélico - 2").
Desta forma, já estava disseminado na civilização greco-romana - da qual Jesus e seus discípulos fizeram parte - o uso (e o entendimento do seu significado) da palavra dikaios referida pelo Mestre em João 7:24, pela qual podemos inferir que Ele estava se referindo a um julgamento humano, imperfeito portanto, mas que é capaz de formular juízos de valor a respeito de fatos e de pessoas segundo um razoável padrão de equidade comum a todos os membros de uma determinada comunidade.
Equidade esta que, por sua vez, não é limitada a círculos altamente intelectualizados, mas é extensiva a pessoas simples que podem julgar segundo o velho e bom senso comum.
É inescapável, portanto, que o crente tenha que fazer julgamentos no decorrer de sua vida cristã, sob pena de ser presa fácil da verborragia de hereges e falsos profetas que, infelizmente, contaminam a Igreja desde épocas remotas.
Dito isso, me parece fundamental que o vídeo abaixo, do Pr. Josemar Bessa, seja revisto de tempos e tempos para que os cristãos se convençam do dever que têm de julgar segundo o reto juízo, segundo a equidade humanamente considerada, para evitar cair nas ciladas dos muitos inimigos que se vestem de ovelhas para devorá-los.
Esquece-se facilmente de que o próprio Jesus também ordenou em João 7:24 -"Não julgueis pela aparência mas JULGAI segundo o RETO JUÍZO".
Aparentemente, haveria uma contradição nas palavras do Mestre nos versículos aqui contrastados, mas o v. 2 de Mateus mostra que o que realmente importa é que não se pode julgar os outros por outro critério que não sirva para a própria pessoa que está julgando ("Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós"), sentido ampliado pelos versículos seguintes:
3 E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?4 Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?5 Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.Logo, exemplificando, um adúltero ou mentiroso que julga outra pessoa por seu adultério ou mentira está sendo hipócrita por atribuir pecado ao outro sem olhar para o que lhe é próprio, e por isso será julgado pelo mesmo critério com que julgou o próximo.
Isto não significa, obviamente, que devemos nos abster de todo e qualquer julgamento.
É muito interessante que a palavra grega traduzida por "julgar" ou "juízo" nos versículos acima é κρίνω - krinō - que quer dizer, basicamente, "discernir", mas também "decidir", "condenar", "decretar" e "punir".
As palavras de Jesus em João 7:24 ("julgai segundo o reto juízo") deixam mais claro ainda que este julgamento, este discernimento, deve ser feito com base no "reto" juízo.
A palavra grega traduzida por "reto" aqui é dikaios (δίκαιος), que quer dizer "equitativo".
Nada mais humano do que julgar por equidade, sopesando na balança da Justiça (diké - δίκη - a deusa grega da Justiça) os prós e os contras de uma determinada situação ou condição.
Por sinal, a própria palavra grega diké para justiça já era uma evolução do pensamento grego, que nos primórdios de sua civilização conhecia "justiça" apenas por themis - Θέμις - que tinha, esta sim, um significado muito mais ligado à justiça divina de Zeus no seu Olimpo de decretos e decisões inquestionáveis (para aprofundar a discussão desses conceitos, acesse o texto "Justiça no pensamento aristotélico - 2").
Desta forma, já estava disseminado na civilização greco-romana - da qual Jesus e seus discípulos fizeram parte - o uso (e o entendimento do seu significado) da palavra dikaios referida pelo Mestre em João 7:24, pela qual podemos inferir que Ele estava se referindo a um julgamento humano, imperfeito portanto, mas que é capaz de formular juízos de valor a respeito de fatos e de pessoas segundo um razoável padrão de equidade comum a todos os membros de uma determinada comunidade.
Equidade esta que, por sua vez, não é limitada a círculos altamente intelectualizados, mas é extensiva a pessoas simples que podem julgar segundo o velho e bom senso comum.
É inescapável, portanto, que o crente tenha que fazer julgamentos no decorrer de sua vida cristã, sob pena de ser presa fácil da verborragia de hereges e falsos profetas que, infelizmente, contaminam a Igreja desde épocas remotas.
Dito isso, me parece fundamental que o vídeo abaixo, do Pr. Josemar Bessa, seja revisto de tempos e tempos para que os cristãos se convençam do dever que têm de julgar segundo o reto juízo, segundo a equidade humanamente considerada, para evitar cair nas ciladas dos muitos inimigos que se vestem de ovelhas para devorá-los.