domingo, 9 de janeiro de 2011

O outro "evangelho"

Desde o início da Igreja cristã, Paulo já advertia quanto ao ensino de "outro evangelho" que não aquele da mensagem da graça redentora de Deus manifestada na cruz de Jesus Cristo

2ª Coríntios 11:

3 Mas temo que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também sejam de alguma sorte corrompidos os vossos entendimentos e se apartem da simplicidade e da pureza que há em Cristo.
4 Porque, se alguém vem e vos prega outro Jesus que nós não temos pregado, ou se recebeis outro espírito que não recebestes, ou outro evangelho que não abraçastes, de boa mente o suportais!

Gálatas 1:

6 Estou admirado de que tão depressa estejais desertando daquele que vos chamou na graça de Cristo, para outro evangelho,
7 o qual não é outro; senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo.
8 Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregasse outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema.
9 Como antes temos dito, assim agora novamente o digo: Se alguém vos pregar outro evangelho além do que já recebestes, seja anátema.
10 Pois busco eu agora o favor dos homens, ou o favor de Deus? ou procuro agradar aos homens? se estivesse ainda agradando aos homens, não seria servo de Cristo.

Pelo jeito, dois mil anos se passaram e outros "evangelhos" continuam sendo apresentados à humanidade, enquanto a mensagem da cruz passa desapercebida. 

É estarrecedor, portanto, ver como a igreja evangélica brasileira, a pretexto de ter acesso a alguma revelação "nova", "diferente", tem se submetido aos ensinos perversos, às "doutrinas de demônios" (1 Timóteo 4:1) que caracterizam os tempos finais. 

Já que a História da humanidade é cíclica, e os erros do passado tendem a se repetir no presente e no futuro, o gnosticismo avança impiedosamente nas igrejas evangélicas, em que pastores e líderes deixam a pregação da cruz de lado e passam a lecionar disciplinas exóticas, gnósticas, que têm uma certa aparência de "sabedoria", mas não resistem a uma análise mais criteriosa abaixo da superfície de suas belas palavras.

Já há vários dias, venho tentando ouvir o que Mike Murdoch fala nos programas insistentemente repetidos de Silas Malafaia. 

Confesso que é insuportável aguentar alguns minutos de tanta baboseira travestida de pretensa sabedoria. 

Por isso, além da já surrada "lei da semeadura" (ou seja, dinheiro, que é o que importa pra eles), vou pegando aqui e ali alguns trechos do que diz Murdoch, já que não pretendo comprar seus livros, tanto por absoluta falta de interesse como também certamente não conseguiria ler além da primeira página. 

[Para ler o comentário do Gustavo, co-editor do blog, a respeito da distorção do ensino da semeadura, acesse este artigo aqui]

Em resumo, do pouco que consegui assistir da tortura induzida de autoengano, Murdoch diz que há 72 leis na Bíblia, às quais ele dá nomes singelos como "lei do reconhecimento", "lei do som", enfim algo que qualquer pessoa minimamente instruída poderia fazer selecionando a dedo alguns versículos da Bíblia para justificar (e tentar legitimar) sua suposta autoridade espiritual. 

Com isso, Murdoch tenta passar a ideia de que ele, e só ele, conseguiu ver na Bíblia essas ditas "leis", o que lhe dá, portanto, autoridade para pedir o seu dinheiro. 

Enquanto isso, vira letra morta (para ele e seu patrocinador brasileiro) o que Paulo diz em 1ª Coríntios 1:17:

Porque Cristo não me enviou para batizar, mas para pregar o evangelho; não em sabedoria de palavras, para não se tornar vã a cruz de Cristo.

Só não é inacreditável que isto aconteça porque fomos seguidamente advertidos de que, nos últimos tempos, muitos falsos profetas apareceriam pervertendo o evangelho de Cristo, e que, "se possível fosse, enganariam até os escolhidos" (Mateus 24:24). 

Ora, para que haja essa possibilidade de engano, os falsos cristos têm que apresentar uma mensagem até muito simpática aos crentes, com seus "desígnios", "leis" e "semeaduras". Felizes os que têm o Espírito Santo para alertá-los e impedi-los de serem enredados por este "outro evangelho".

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