A notícia abaixo (com vídeo ruim, mas audível) do Diário Catarinense mostra um exemplo clássico das famosas "carteiradas" que dividem cidadãos entre mais e menos poderosos. O diálogo-chave é o seguinte:
Mulher - Você sabe com quem está falando? Eu sou desembargadora do Tribunal de Justiça!
Policial - Pois a senhora devia dar um exemplo melhor..
Espera-se que o policial não seja perseguido por ter cumprido a lei e resistido aos privilégios que alguns julgam ter.
Confusão em blitz envolve policiais militares e desembargadora do Tribunal de Justiça
Fato ocorreu em Florianópolis quinta-feira à noite, quando PMs abordaram filho da magistrada
Diogo Vargas
Uma blitz de trânsito terminou em confusão entre policiais militares e uma desembargadora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ), em Florianópolis. O caso envolve a desembargadora Rejane Andersen e a suposta tentativa dela em liberar o carro do filho apreendido por transitar com documentação vencida.
Um dos policiais gravou um vídeo no telefone celular em que a magistrada aparece exaltada e discutindo com os soldados.
O fato ocorreu às 22h12min de quinta-feira na Avenida Luiz Boiteux Piazza, em frente ao residencial Águas Claras, no bairro Cachoeira do Bom Jesus, Norte da Ilha.
Os policiais faziam barreira de trânsito quando abordaram um Celta de cor preta. Segundo os policiais, o motorista não possuía nenhum documento. Em consulta no sistema do Detran, a PM constatou que o veículo estava com débitos de 2009 e multas.
Os policiais afirmam que informaram ao condutor que o Celta seria apreendido. Foi quando ele teria telefonado para a mãe, que 15 minutos depois chegou ao local com outra pessoa em outro carro. Houve discussão e um dos policiais resolveu filmar com o telefone celular. A mãe do rapaz afirmou aos policiais que era desembargadora.
Na gravação do soldado, a desembargadora aparece nervosa e ressaltando a sua função que ocupa no TJ. Os policiais afirmam que ela queria a liberação do veículo e que para isso falaria com o chefe da Casa Militar.
O comando do 21º Batalhão da Polícia Militar (Norte da Ilha) foi acionado durante a discussão. O capitão Richard Westphal esteve no local. Procurado pela reportagem, ele disse que o veículo estava irregular e foi apreendido.
Segundo o capitão, a desembargadora não queria que o carro fosse levado para o guincho em que normalmente são levados os veículos irregulares, que fica em Palhoça, porque regularizaria a situação no dia seguinte.
De acordo com o capitão, os soldados afirmaram que ela teria se exaltado e tentado interferir na ação policial. No dia seguinte, os soldados fizeram um relatório da ocorrência e o encaminharam ao comandante do 21º BPM, major Marcos Aurélio Linhares. O Diário Catarinense apurou que os débitos do Celta foram pagos na sexta-feira e o carro liberado do local em que ficou apreendido.
O que diz a desembargadora Rejane Andersen
Procurada desde a sexta-feira pela reportagem, a desembargadora enviou por e-mail, no final da tarde desta segunda-feira, uma nota em que nega ter cometido abuso de autoridade. Confira a nota na íntegra:
"Relativamente a assuntos recentemente veiculados, esclarece-se que tratou-se tão somente de ausência momentânea de documentos de um veículo automotor, o que já foi sanado, não tendo, em absoluto, utilizado-se de abuso de autoridade, sendo, lamentavelmente, dado conotação diversa ao ocorrido, que sob a nossa ótica encontra-se encerrado."
Mulher - Você sabe com quem está falando? Eu sou desembargadora do Tribunal de Justiça!
Policial - Pois a senhora devia dar um exemplo melhor..
Espera-se que o policial não seja perseguido por ter cumprido a lei e resistido aos privilégios que alguns julgam ter.
Confusão em blitz envolve policiais militares e desembargadora do Tribunal de Justiça
Fato ocorreu em Florianópolis quinta-feira à noite, quando PMs abordaram filho da magistrada
Diogo Vargas
Uma blitz de trânsito terminou em confusão entre policiais militares e uma desembargadora do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ), em Florianópolis. O caso envolve a desembargadora Rejane Andersen e a suposta tentativa dela em liberar o carro do filho apreendido por transitar com documentação vencida.
Um dos policiais gravou um vídeo no telefone celular em que a magistrada aparece exaltada e discutindo com os soldados.
O fato ocorreu às 22h12min de quinta-feira na Avenida Luiz Boiteux Piazza, em frente ao residencial Águas Claras, no bairro Cachoeira do Bom Jesus, Norte da Ilha.
Os policiais faziam barreira de trânsito quando abordaram um Celta de cor preta. Segundo os policiais, o motorista não possuía nenhum documento. Em consulta no sistema do Detran, a PM constatou que o veículo estava com débitos de 2009 e multas.
Os policiais afirmam que informaram ao condutor que o Celta seria apreendido. Foi quando ele teria telefonado para a mãe, que 15 minutos depois chegou ao local com outra pessoa em outro carro. Houve discussão e um dos policiais resolveu filmar com o telefone celular. A mãe do rapaz afirmou aos policiais que era desembargadora.
Na gravação do soldado, a desembargadora aparece nervosa e ressaltando a sua função que ocupa no TJ. Os policiais afirmam que ela queria a liberação do veículo e que para isso falaria com o chefe da Casa Militar.
O comando do 21º Batalhão da Polícia Militar (Norte da Ilha) foi acionado durante a discussão. O capitão Richard Westphal esteve no local. Procurado pela reportagem, ele disse que o veículo estava irregular e foi apreendido.
Segundo o capitão, a desembargadora não queria que o carro fosse levado para o guincho em que normalmente são levados os veículos irregulares, que fica em Palhoça, porque regularizaria a situação no dia seguinte.
De acordo com o capitão, os soldados afirmaram que ela teria se exaltado e tentado interferir na ação policial. No dia seguinte, os soldados fizeram um relatório da ocorrência e o encaminharam ao comandante do 21º BPM, major Marcos Aurélio Linhares. O Diário Catarinense apurou que os débitos do Celta foram pagos na sexta-feira e o carro liberado do local em que ficou apreendido.
O que diz a desembargadora Rejane Andersen
Procurada desde a sexta-feira pela reportagem, a desembargadora enviou por e-mail, no final da tarde desta segunda-feira, uma nota em que nega ter cometido abuso de autoridade. Confira a nota na íntegra:
"Relativamente a assuntos recentemente veiculados, esclarece-se que tratou-se tão somente de ausência momentânea de documentos de um veículo automotor, o que já foi sanado, não tendo, em absoluto, utilizado-se de abuso de autoridade, sendo, lamentavelmente, dado conotação diversa ao ocorrido, que sob a nossa ótica encontra-se encerrado."