Ateus retiram acusação contra sacerdote nos EUA
Nova York (Sexta-feira, 01-06-2012, Gaudium Press) A acusação não só não tinha fundamento como era também contra a liberdade de religião nos EUA. Por hora, os querelantes abandonaram seus requerimentos contra o Padre Brian Jordan, franciscano, e sua paróquia, a igreja do Santo Nome de Jesus. Este é o histórico.
Após os ataques às torres gêmeas em Nova York, no dia 11 de setembro de 2001, equipes de resgate encontraram vigas de aço que haviam se fundido entre si e adquirindo a forma de uma Cruz. Muitos dos trabalhadores cristãos que participaram desse duro ofício encontraram a Cruz assim formada que lhes levou consolo e lhes deu ânimo. Nada mais compreensível que isto.
Isso mesmo sentia e pensava o padre franciscano Jordan, que abençoou a cruz, e celebrou várias missas junto dela: "Passei muitos, muitos meses atendendo os trabalhadores de resgate na Zona Zero. Seus espíritos se elevaram ao recordar que Deus está ainda conosco, inclusive quando ocorre um desastre inimaginável.
E, assim, a Cruz do World Trade Center converteu-se em uma fonte de inspiração para aqueles trabalhadores".
Agora a cruz está no National September 11 Memorial & Museum, de propriedade estatal. Mas sua presença ali não pode ser suportada pela American Atheists, Inc., que interpôs uma acusação contra o Museu, contra a Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey, contra o estado de Nova Jersey e contra o Padre Jordan e sua igreja, pois ela é "responsável pela colocação de um símbolo religioso do cristianismo em uma propriedade do governo, em conjunto com uma cerimônia religiosa".
A demanda alegava que o padre Jordan "levou a cabo uma cerimônia religiosa dirigida para a colocação de um símbolo do cristianismo em uma propriedade do governo".
Nenhum fundamento
É claro, entretanto, que o Padre Jordan não tem nenhum poder decisivo quanto a colocação da cruz.
Explicam também analistas como Gerard J. Russello - editor de The University Bookman -, que a demanda não tinha nenhum fundamento, posto que "a Constituição claramente aplica-se somente a ações governamentais que ‘estabelecem' uma religião ou proíbam o ‘livre exercício' de uma crença religiosa de uma pessoa ou entidade religiosa. As pessoas privadas, inclusive sacerdotes, não podem violar a Primeira Emenda, porque não são atores do governo".
Assim mesmo Russello afirma que as próprias acusações dos ateus podem ser usadas contra eles pelos crentes: "Que passa com a maioria dos cristãos que pode sentir que uma decisão de rechaçar a inclusão de um objeto em forma de cruz em um museu nacional é uma afronta a suas crenças religiosas?", afirma.
Em qualquer caso, a demanda dos ateus tem o caráter de um ataque ao exercício público da religião. Sem embargo, a "liberdade de praticar o catolicismo (...), está protegida pela Cláusula do Livre Exercício da Primeira Emenda" da Constituição Americana, expressou também Rusello.
Gaudium Press / Saúl Castiblanco
Traduzido por: Emílio Portugal Coutinho