Humoristas de outros Estados já se mobilizam e a gauchada tá em polvorosa, segundo noticia o Terra:
RS: casamento coletivo terá casal homoafetivo em CTG
Daniel Favero
Um casamento coletivo que contará com a participação de um casal homoafetivo em uma cerimônia a ser realizada dentro de um Centro de Tradições Gaúchas (CTG), na cidade de Santana do Livramento, a 493 quilômetros de Porto Alegre, tem provocado polêmica em meio aos integrantes do Movimento de Tradições Gaúchas (MTG).
O casamento que contará com 30 casais ao todo será realizado no dia 13 de setembro, segundo confirmou, nesta sexta-feira, a Justiça do Rio Grande do Sul.
Em texto divulgado na página do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG), o presidente da entidade, Manoelito Savariz, diz que o “casamento entre pessoas do mesmo sexo virou moda e parece a coisa mais natural. Se alguém expressa contrariedade com todas essas coisas, é imediatamente taxado de retrógrado, preconceituoso, estúpido, e assim vai. Parece que o correto é aceitar tudo e de qualquer jeito”, escreveu, para em seguida completar que ficam meio a este turbilhão a “maioria de tradicionalistas que entendem ser errado alterar tão rapidamente e tão profundamente os conceitos tradicionais, como família, casamento e respeito”.
Savariz afirma ainda que quando surgiu a polêmica em torno de um casamento homoafetivo dentro de um CTG que a cerimônia ainda não estava marcada, que não tratava-se de um CTG filiado ao MTG e que não era um assunto de interesse cultural.
“Então, por que a mídia colocou o MTG e seus dirigentes no centro da polêmica? Por que tanto interesse em saber ou descobrir o que pensam os tradicionalistas a respeito do casamento gay? Qual o interesse em caracterizar que a novidade e o ineditismo estão no fato do tal casamento ser realizado no interior de um CTG?”, inadagou.
Para alguns tradicionalistas, segundo Savariz, trata-se de um movimento orquestrado de desmoralização do tradicionalismo, ou oportunismo. “Há ainda os que veem nisso tudo um sinal de que o 'mundo está perdido'”.
Ele afirma que não pretende encontrar respostas para seus questionamentos, mas orienta os tradicionalistas a se absterem das críticas, mas completa que “no interior dos galpões e nos ambientes em que se realizam as atividades tradicionalistas, cada um procure se portar segundo o seu gênero, ou seja, os homens tenham posturas masculinas e as mulheres posturas do sexo feminino, tudo segundo a tradição”.
Já a cerimônia agendada para setembro é promovida pela Vara da Família e pelo Cartório de Registro Civil de Santana do Livramento. Segundo o judiciário gaúcho, os casamentos coletivos são realizados para garantir maior proteção à família.