quinta-feira, 17 de julho de 2014

Transformados pelo relacionamento


Artigo de Mateus Prates Mori, que gentilmente autorizou sua publicação aqui:

TRANSFORMADOS PELO RELACIONAMENTO

Já faz um tempo, ao menos na igreja onde congrego, ruminamos conversas intermináveis a respeito de relacionamentos. Porém, convenhamos, no geral, já sabemos o que os homens esperam de uma mulher e o que as mulheres esperam de um homem. Porém, não há como não admitir que há algo de errado conosco. Onde estamos falhando?

Além dos clichês que vemos por aí, ainda bem que, como cristãos, podemos ser autocríticos aplicando o conhecimento de Deus ao autoconhecimento e, consequentemente, a nossa condição desfavorável e indigna. Vejo que o que ocorre é uma antiga tática judaizante: esperar do outro algo que eu não cobro de mim mesmo. Mulheres elencam qualidades que desejam nos homens, como poder de decisão, gentileza, bom-humor, sensibilidade, paciência; e rejeitam defeitos como indecisão (bananice), grosseria, rabugice, indiferença e impulsividade. Homens por sua vez desejam submissão, companheirismo, suporte, admiração e cuidado; e rejeitam rebeldia, ciúmes, fofoca, espírito acusatório e dominação. OK! Sendo assim, como encontrar essa pessoa?

É nessa pergunta que mora o erro. Você não vai encontrar essa pessoa. Isso porque não estamos voltando os nossos olhos para a pessoalidade do relacionamento, e sim para o status do relacionamento. Ora, assim como o Pai nos aceita como somos, assim devemos aceitar aquele(a) que tomarmos a decisão de nos relacionar. O Pai nos aceita em Cristo Jesus e isso gera transformação; de igual modo devemos ser transformados durante o relacionamento.

Por favor, entendam! Não se espantem se eu disser para vocês não mudarem a si mesmos para serem aceitos por alguém. Essa mudança é falsa, mesquinha e egoísta; e digo mais, não procede de Deus e, sim, da sua vontade em ser aceito por alguém. Isso gera um impostor que não consegue se esconder por muito tempo, graças a Deus (caso você seja filho dEle). Não há mudança efetiva que possamos fazer para sermos aceitos. Isso é uma perversão do Evangelho.

Antes, se fomos resgatados do nosso fútil procedimento, especialmente agora não andaremos em novidade de vida, sendo transformados continuamente? Então como alguns de nós esperam que o outro seja formado completamente perfeito e não continuamente transformado rumo ao seio do Pai, através da operosidade da graça de nosso Senhor Jesus?

Sinceramente, estou cansado de escutar os inúmeros deveres e marcas de caráter que um homem e uma mulher devem ter. Onde está o diálogo sincero? Por que cosemos folhas de figueiras para esconder nossas vergonhas? Não deveríamos nos gloriar das nossas fraquezas para que em nós repouse o poder de Deus? Já tenho dito e insisto: você pode até gostar de uma pessoa por suas qualidades, mas, certamente, você a ama por seus defeitos. Verdadeiramente, você nunca será amado(a) porque você é amável; você é amável porque você é amado pelo Pai, em Cristo Jesus.

Então meus amados, não tentem procurar um amor baseado no que a pessoa tem a oferecer, mas no mesmo Cristo que te ama e que está nele(a). Lembremos que esse mistério já foi revelado, que é Cristo em vós, a esperança da glória (Cl 1.27); e não deturpem a referência de relacionamento que não seja nem libertina nem legalista, onde não reside qualquer sombra de relacionamento verdadeiro, mas em unidade de relacionamento com Jesus, sem o qual nada podemos fazer (Jo 15.5).



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