quinta-feira, 24 de julho de 2014

Professor muçulmano é morto por defender cristãos no Iraque


Felizmente ainda há quem se levante contra toda a violência que se perpetra em nome da religião contra seus amigos e irmãos, mesmo que tenha que pagar com a própria vida, como fez esse professor muçulmano do Iraque.

A matéria é do IHU:

Muçulmano sacrificou-se pelos cristãos de Mosul

Não aceitou permanecer em silêncio diante da violência contra os cristãos de Mosul, obrigados a decidir entre a conversão ao Islã, o pagamento da “jizya” (imposto islâmico para os não muçulmanos) ou a fuga. Assim, o professor Mahmoud Al’Asali, que ensina leis no Departamento de Pedagogia da Universidade de Mosul, teve a coragem de denunciar abertamente esta forma de brutal limitação que, na sua opinião, vai contra os preceitos do Islã. Um gesto que pagou com a vida: os milicianos do Isil o assassinaram neste domingo em Mosul.

A reportagem é de Giorgio Bernardelli e publicada no sítio Vatican Insider, 21-07-2014. A tradução é de André Langer.

A notícia foi dada pelo sítio caldeu Ankawa.com, um dos mais ágeis e atualizados sobre a calvário vivido pelos cristãos no norte do Iraque. Entre todos os fatos dramáticos destas horas, os que se ocupam do sítio quiseram que não se esquecesse este grande gesto de coragem por parte de um muçulmano. O professor Al’Asali sabia que estava se arriscando muito: em Mosul, todos sabem que em Raqqa, a cidade síria governada há um ano pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante (Isil), são muitíssimos os ativistas que lutam pelos direitos humanos que pagaram com suas vidas por se oporem à intolerância do Isil.

No entanto, Al’Asali não podia permanecer em silêncio. Como muitos outros muçulmanos, que no domingo, em Bagdá, lançaram uma campanha “Eu sou iraquiano, eu sou cristão”, em resposta aos “N” de “Nazarenos” marcados nas casas dos cristãos de Mosul. Alguns deles se reuniram fora da Igreja caldeia de São Jorge com um cartaz em que se podia ler a referida frase. Depois publicaram a foto no Facebook.

Entretanto, estes gestos de valor são sinais que não freiam a loucura dos fundamentalistas do Estado Islâmico. Seguindo com seu projeto de limpeza étnica, os integrantes do Isil publicaram nesta segunda-feira as tarifas da “jizya”, o imposto islâmico “de proteção” que deverão pagar todos os que não são muçulmanos que queiram permanecer ou voltar para Mosul. O número indicado é de 450 dólares por pessoa/mês: uma soma astronômica para os que vivem no norte do Iraque.

Na segunda-feira, chegou também a notícia de outro lugar cristão cheio de história no norte do Iraque e que caiu nas mãos do Estado Islâmico: trata-se do mosteiro sírio-católico de Mar Benham, muito próximo de Qaraqosh, a cidade cristã da planície de Nínive, para onde fugiu a maior parte dos cristãos. Em Mar Benham, a presença monástica começou no século IV. “Obrigaram os três monges e algumas famílias que vivem no mosteiro a abandoná-lo e deixar-lhes as chaves”, contou à agência Fides o bispo sírio-católico de Mosul, Yohanna Petros Moshe. O mosteiro, indicou o sítio Bagdadhope, havia sido reformado em 1986 e converteu-se, a partir de então, em meta de peregrinação para os cristãos e também para alguns muçulmanos.



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