quarta-feira, 10 de julho de 2013

Esfinge de 4.500 anos atrás é descoberta em Israel

Que o mundo anda meio louco, isto todo mundo sabe. Agora o que espanta mesmo é que a arqueologia esteja descobrindo coisas assim, digamos, meio fora de órbita, como uma esfinge em pleno Israel.

A proximidade histórica e geográfica entre Egito e Israel, além de todos os antigos povos que habitaram o Oriente Médio, permite inferir, obviamente, que as duas culturas estejam ligadas por milênios de tradição e intercâmbios de todo tipo, mas soa um tanto quanto rara a notícia de que os restos de uma esfinge acabam de ser encontrados ao norte do Mar da Galileia.

As primeiras informações dão conta de que um grupo de pesquisadores do Instituto de Arqueologia de Israel, escavando o riquíssimo (em História) sítio arqueológico de Hazor, que não por acaso foi declarado pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade, encontrou as patas de uma esfinge.

Não só a datação como a inscrição que estava no artefato indicam que a esfinge estava lá desde o reinado do faraó Miquerinos, a quem, como você já deve ter ouvido, foi dedicada a menor das três gigantescas pirâmides (as duas outras, de Quéops e Quéfren) do Vale de Gizé, cartão postal do Cairo, capital do Egito.

Para se ter uma ideia, a Esfinge de Gizé é considerada por muitos especialistas como o mais antigo monumento feito por humanos, e, apesar de todas as controvérsias que envolvem sua datação, a hipótese mais aceita é de que tenha sido construída durante o reinado do faraó Quéops, que seria o imediato antecessor de Miquerinos, embora haja estudiosos que coloquem o faraó Baka (ou Baefra) entre ambos.

A Grande Esfinge teria sido construído, portanto, por volta de 2.550 a. C. Por outro lado, estima-se que Miquerinos reinou entre 2514 e 2486 a.C., ou seja, 4.500 anos (ou 45 séculos) atrás.

Segundo os arqueólogos, a inscrição nas patas da esfinge recém descoberta diz ainda: "amado pela divina manifestação... que lhe deu vida eterna".

Quanto à esfinge de Miquerinos, ela ainda seria a única que homenageia o faraó da IV Dinastia de que se tem notícia, e a única também a ser encontrada até hoje em terras do outro lado do Mar Vermelho.

Quando Josué conquista Canaã, no século XIII a. C., 1.200 anos após o reinado de Miquerinos, Hazor era provavelmente a mais importante cidade daquela região, já que o seu rei era o "cabeça" de todos os reinos vizinhos (Josué 11:10).

As ruínas de Hazor remontam, portanto, à era do ataque devastador de Josué, mas os arqueólogos não acreditam que a esfinge já estivesse ali desde o século XXV a.C., já que não há qualquer evidência de que - àquela época - houvesse algum tipo de intercâmbio entre os egípcios e os cananitas.

Segundo dizem, é mais provável que a esfinge tenha sido levada a Hazor muito tempo depois, por volta de 1.600 a 1.500 a. C., período da XV Dinastia, em que o Egito foi governado por faraós oriundos dos hicsos, um povo cujas origens estavam de alguma maneira relacionadas com Canaã, atribuindo-se a eles, por exemplo, as deidades Anat e Ba'al, esta última muito frequente no Velho Testamento.

Alguns dias atrás foi divulgada a descoberta do antigo local onde por muito tempo teria estado o Tabernáculo de Siló. 2013 está sendo muito promissor para a arqueologia israelense. Para nossa alegria.

A fonte da informação é o Phys.org.



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