segunda-feira, 22 de julho de 2013

Inri Cristo chama papa de "turista" e "artista" argentino


O tristemente caricato Inri Cristo realmente não tem papas na língua, conforme se depreende de sua entrevista ao UOL Tabloide:

Inri Cristo chama papa Francisco de "turista argentino"

Rodrigo Bertolotto

Autoproclamada "reencarnação de Jesus" há 30 anos, Inri Cristo não tem uma opinião muito favorável do Santo Padre em sua vinda ao Brasil. Na entrevista abaixo, para o UOL Tabloide, ele classifica o papa Francisco como "turista argentino".

Célebre por participar de programas de auditório com vestes bíblicas, com direito a coroa de espinhos feita de pelúcia, Inri Cristo fundou a igreja Soust (Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade) em 1982, e mudou sua sede de Curitiba (PR) para Brasília em 2006, acreditando que a capital brasileira é a Nova Jerusalém. Leia abaixo a entrevista com o filho do Homem.

UOL - O que acha da visita do papa ao Brasil?

Inri Cristo - Ele e qualquer outro argentino que vier fazer turismo no Brasil, seja muito bem-vindo. Daí ao erário público bancar as despesas da vinda dele, já é outra coisa. Agora que se fala tanto em precariedade da saúde, segurança, educação... é uma oportuna ocasião de o povo brasileiro refletir se vale a pena gastar a exorbitante soma de R$ 118 milhões para receber um artista argentino. Se o Dalai Lama, nas vezes em que visitou o Brasil, veio patrocinado por instituições budistas, por que o líder argentino tem de ser diferente? Afinal, o Brasil é ou não um estado laico?



UOL - Qual é a sua relação com o Vaticano e a igreja católica?

Inri Cristo - Desde 28 de fevereiro de 1982, quando pratiquei o ato libertário na catedral de Belém do Pará que culminou com a instituição do Reino de Deus sobre a Terra, formalizado pela Soust, não tenho mais qualquer relação com a Madona do Apocalipse. Naquela ocasião rompi os meus derradeiros vínculos com Roma.

UOL - Já pleiteou junto ao Vaticano para ser reconhecido como reencarnação de Cristo? Qual foi a resposta?

Inri Cristo - Em setembro de 1983 estive pessoalmente no Vaticano ratificando o desligamento com aquela que um dia fora minha igreja nascida das palavras ditas a Pedro: "Pedro, tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja". Lá meu Pai determinou que eu proferisse uma sentença de extinção no interior da Basílica de São Pedro: "Seque, árvore enferma, seque! Seque para que a boa árvore que eu plantei viceje e me dê, e aos meus filhos, os frutos que tu me negas".

Não careço ser reconhecido pelos herdeiros da Inquisição, até porque eles estão comprometidos com o império enfermo erigido durante minha ausência na Terra. Eu é que não reconheço nenhum papa, padre, etc uma vez que sou coerente com o que disse há dois mil anos: "A ninguém chameis Pai sobre a terra, porque um só é o vosso Pai, o que está nos céus" (Mateus c.23 v.9), e papa, além de que em espanhol é sinônimo de batata, outrossim quer dizer pai.

UOL - O senhor já foi católico? Qual é a sua formação religiosa antes de se tornar Inri Cristo?

Inri Cristo - Eu sou judeu circuncidado pela Divina Providência... Fui criado por uma família católica a fim de conhecer o espúrio ritual (batismo, catequese, primeira comunhão etc) até para formar o juízo e, investido de conhecimento empírico, responder a contento esta pergunta. Na adolescência tornei-me ateu em relação a esse "deusinho" das religiões até o jejum em 1979, quando meu Pai, Senhor e Deus, Supremo Criador, único Ser incriado, único Eterno, único Ser digno de adoração e veneração, onisciente, onipotente, onipresente, único Senhor do Universo, se revelou e revelou minha identidade, ou seja, que sou o mesmo Cristo de outrora.

UOL - O que achou da mudança de papa após a renúncia de Bento 16?

Inri Cristo - Foi uma mudança interessante, posto que enfim mostrou-se perante o cenário mundial o equívoco, o embuste da infalibilidade papal. O "monarca" desceu do pedestal face ao momento de crise e aos problemas físicos, que são naturais, afinal trata-se de um ser humano; foi levado à reflexão sobre as irregularidades no vulnerável meio onde vive.

UOL - Por que não vai ao Rio para acompanhar a visita papal?

Inri Cristo - Porque não tenho nada a ver com a inusitada visita deste badalado turista argentino, todavia estarei aqui na Nova Jerusalém do Apocalipse (Brasília) acompanhando tudo o que se passa no Brasil e, principalmente, no Rio de Janeiro por esses dias.

UOL - O que achou que vão fazer a via-crúcis na orla de Copacabana com produção feita pela TV Globo?

Inri Cristo - Agora que as vozes da rua estão clamando que a Rede Globo cumpra seu dever de informar, é natural que ela promova essa teatral sessão de sadomasoquismo. Isso já não me atinge, afinal de contas estou acostumado a ver repetirem constantemente as cenas de achincalhe, deboche e violência que os inimigos perpetraram há dois mil anos a mando de Pilatos. E eu vos digo em verdade: esses que se comprazem em participar da via-crúcis são os mesmos que teriam vociferado "Crucifique! Crucifique!". São os mórbidos de plantão.





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