
Paulo pede que eles se saudassem com ósculo santo, um beijo que era um cumprimento típico dos países do oriente e que deveria revelar a comunhão e a unidade da igreja de Roma (v. 16). Todas as igrejas de Cristo que Paulo conhecia também os saudavam, felizes por ver que na capital imperial já havia irmãos levando o nome de Cristo ao centro do poder romano. Esta era uma chamada de Paulo à unidade da igreja (v. 17), pedindo que eles evitassem divisões e escândalos num momento crucial para o evangelho, que estava prestes a sofrer a maior perseguição de sua curta história. Certamente, já havia aproveitadores (v. 18) tentando destruir a igreja de Roma ou usá-la para os seus próprios prazeres, pois tudo indica que era formada por pessoas influentes. Entretanto, a fama dos crentes de Roma era a de que eram "sábios para o bem e símplices para o mal" (v. 19) e, portanto, deviam estar atentos para que heresias que já começavam a se formar – como o gnosticismo – não os pegassem despreparados. Terminando a carta, Paulo lhes lembra que, em breve, o Deus da paz esmagaria Satanás debaixo dos pés dos romanos (v. 20), lembrando a promessa de Gênesis 3:15, da inimizade que Deus colocaria entre a mulher e a serpente.
Por fim, Paulo inclui as saudações de seus companheiros de viagem e de ministério. Timóteo estava com ele na época, e foi, junto com Silas (e o próprio Lucas), o principal cooperador de Paulo depois de sua desavença com Barnabé (Atos 15:36-40). Lúcio pode tanto ser o próprio Lucas, numa corruptela do seu nome, como Lúcio de Cirene, um dos profetas da igreja de Antioquia (Atos 13:1). Jasão ou Jasom era, ao que tudo indica, o anfitrião de Paulo e Silas em Tessalônica (Atos 17:5), que os havia protegido naquela cidade. Sosípatro parece ser uma variação do nome de Sopáter, que acompanhou Paulo na viagem à Macedônia (Atos 20:4). Tércio (v. 22) era o escriba (ou amanuense) que escrevia as cartas de Paulo, que, mediante uma saudação de próprio punho, autenticava os originais de suas cartas (1 Cor. 16:21; Gálatas 6:11; Colossenses 4:18; 2 Tess. 3:17). Alguns identificam Tércio como Silas, já que "tertius" em latim significa "terceiro", e a palavra em hebraico para "terceiro", שׁלישׁי (shelîyshîy – se pronuncia shel-ee-shee') , é muito parecida com o nome Silas. Gaio (v. 23) era quem hospedava Paulo em Corinto, e a quem o apóstolo havia batizado (1 Cor 1:14). Erasto, como Paulo indica, era o tesoureiro de Corinto, e impressiona que um homem tão importante já tivesse se convertido a Cristo. Quanto ao "irmão Quarto", nada se sabe, além do nome ser muito comum em Roma, e, provavelmente ele tinha conhecidos na igreja de lá. Por fim, Paulo faz a sua saudação final, procurando relembrar, em poucas palavras, a essência do que havia escrito em toda a carta, ou seja, que Deus era poderoso para confirmá-los no evangelho e na pregação de Jesus Cristo, conforme o mistério que havia sido "guardado em silêncio nos tempos eternos" e que finalmente fora revelado ao mundo por meio das Escrituras proféticas. Há estudiosos, entretanto, que acham que esta doxologia final não combina com as outras cartas de Paulo e que, provavelmente, tenha sido interpolada nos manuscritos originais, o que não tira a beleza e a profundidade com que ela fecha a magistral carta de Paulo aos romanos. Pouco mais de um ano depois, o próprio Paulo estaria em Roma, preso, mas mesmo assim teria autorização para alugar uma casa, na qual morou por dois anos inteiros (Atos 28:30), recebendo pessoalmente os irmãos a quem antes escrevera esta carta, "com toda a liberdade, sem impedimento algum" (Atos 28:31).
FIM