Notícia da Folha de S. Paulo de hoje (acesso para quem tem UOL aqui), informa que o Tribunal de Justiça do Pará não aceitou a instauração de procedimento administrativo disciplinar contra a juíza de Abaetetuba (PA), que segundo a denúncia da Corregedoria daquela instituição, não teria tomado as medidas necessárias para a proteção da garota de 15 anos de idade, que ficou 26 dias sendo seviciada por 20 homens numa cela na cadeia daquela cidade, trocando sexo por comida. Este caso dantesco aconteceu numa cadeia dirigida por uma delegada, que se reportava a uma juíza num Estado governado por uma mulher, ou seja, esperava-se delas algum cuidado maior com as mulheres, mas, ao que parece, a proximidade de gênero não serviu para nada. Ontem, no Jornal da Globo, uma das desembargadoras responsáveis pela decisão, disse que o Judiciário não deve dar ouvidos à opinião pública. Talvez seja o caso da opinião pública repensar seu país e não pagar mais salários aos juízes. Resta, ainda, um recurso ao Conselho Nacional de Justiça, que terá que responder aos brasileiros uma pergunta muito simples: se a responsabilidade não é da delegada, da juíza, nem da governadora, a quem as meninas pobres deste país dirigirão seus gritos de socorro?