domingo, 1 de junho de 2008

A bolsa velha

Hoje cedo, um domingão de manhã, alguém bateu palmas no portão. Fui atender e lá estava um homem com roupas de mendigo, visivelmente embriagado. Já me preparei para dizer não ao seu pedido de "um dinheirinho" que certamente (na minha visão) ele usaria na compra de mais bebida. Entretanto, para minha surpresa, ele me pediu tão-somente uma bolsa velha. Olhei bem e reparei que ele carregava seus poucos pertences numa sacola de plástico, daquelas de supermercado, já bastante deteriorada. Disse que ia procurar uma, e encontrei apenas uma pequena, que mal tinha sido usada. Saí com a bolsa e lhe entreguei no portão. Ele agradeceu e abriu um sorriso enorme. Não cabia em si de tanta felicidade. Foi embora sem nem pedir um tostão. Ao ver tanta alegria por um gesto tão simples, confesso que me emocionei. Mesmo quando imaginamos que somos imunes a preconceitos de toda ordem, aparece alguém no nosso portão para desafiar o nosso comodismo e lembrar-nos de como um pequeno gesto ou um grande sorriso pode alegrar o dia de cada um.

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