Os padres envolvidos no escândalo pedófilo de Arapiraca (AL) começam a ser julgados hoje, pouco mais de um ano após as denúncias terem se tornado públicas, segundo informa o UOL Notícias:
Padres acusados de abuso sexual a coroinhas vão a julgamento em Arapiraca (AL)
Aliny Gama e Carlos Madeiro
Especial para o UOL Notícias
Em Maceió
Um ano e três meses após a denúncia de exploração sexual de padres de Arapiraca (120 km de Maceió) a coroinhas, os três sacerdotes acusados de pedofilia vão a julgamento nesta sexta-feira (8). Se condenados, os monsenhores Luiz Marques Barbosa, 84, e Raimundo Gomes, 50, e o padre Edilson Duarte, 43, podem pegar de quatro a dez anos de prisão por aliciamento sexual de menores. A denúncia contra os padres foi feita pelo Ministério Público Estadual.
Em abril de 2010, o trio foi acusado de pedofilia por três ex-coroinhas: Anderson Farias, 22, Fabiano Ferreira, 22, e Cícero Flávio, 23. Eles denunciaram que, quando eram adolescentes e coroinhas das paróquias onde os padres atuavam, foram abusados e iniciados sexualmente. Um vídeo divulgado na época mostra o monsenhor Luiz Marques e um dos coroinhas praticando sexo na casa paroquial onde o religioso morava –as imagens chocaram a comunidade católica alagoana.
A denúncia teve repercussão internacional e levou o Vaticano a se pronunciar e anunciar o afastamento dos padres. Os supostos abusos levaram a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pedofilia do Senado a realizar sessão na cidade.
Julgamento longo
O julgamento desta sexta-feira será na Vara da Infância de da Juventude, em Arapiraca, e será comandado pelo juiz João Luiz de Azevedo. Em contato com o UOL Notícias, ele disse que o julgamento deverá ser longo já que existem mais de 15 testemunhas a serem ouvidas ao longo do dia. "Temos que ouvir também os três acusados, as três vítimas. Será um julgamento longo, que pode não ser encerrado nesta sexta-feira. Faremos um esforço para fecharmos no mesmo dia. Caso não dê, marcaremos outra audiência", disse.
Segundo o magistrado, apesar da expectativa da população, a sentença não será proferida no fim do julgamento. Azevedo explicou que terá um prazo de dez dias para dar o veredicto do caso. "É um caso complexo, com mais de 700 páginas até o momento", explicou, citando ainda que o julgamento não será aberto à sociedade nem à imprensa por envolver denúncia contra menores. "O processo corre em segredo de Justiça."
Linha de defesa
Segundo o advogado Edilson Maia Neto, que defende os monsenhores Luiz Marques e Raimundo Gomes, os argumentos de defesa vão se basear em duas linhas, já que há situações diferentes entre os dois acusados.
Flagrado num vídeo praticando sexo com um coroinha, o monsenhor Luiz Marques confirma que manteve relações sexuais, "mas quando Fabiano já era maior de idade”. “No vídeo divulgado, ele tinha 19 anos e a data derruba a acusação de pedofilia”, disse o advogado ao UOL Notícias.
Já em relação ao monsenhor Raimundo Gomes, o defensor explicou que vai defender a tese de inocência completa. “Ele nega qualquer relação sexual ou aliciamento com os ex-coroinhas. Ele é acusado por um crime que não cometeu.”
A situação do padre Edilson Duarte é a mais complicada, já que, durante sessão pública da CPI da Pedofilia, ele confessou que praticou sexo com ex-coroinhas quando eles tinham menos de 18 anos. Ele foi beneficiado com a delação premiada e não foi detido em flagrante no momento em que admitiu o crime.
A reportagem não localizou o padre nem obteve informações sobre quem seria seu advogado. O UOL Notícias também não obteve resposta da Igreja Católica sobre as denúncias contra os religiosos.
Em abril de 2010, o trio foi acusado de pedofilia por três ex-coroinhas: Anderson Farias, 22, Fabiano Ferreira, 22, e Cícero Flávio, 23. Eles denunciaram que, quando eram adolescentes e coroinhas das paróquias onde os padres atuavam, foram abusados e iniciados sexualmente. Um vídeo divulgado na época mostra o monsenhor Luiz Marques e um dos coroinhas praticando sexo na casa paroquial onde o religioso morava –as imagens chocaram a comunidade católica alagoana.
A denúncia teve repercussão internacional e levou o Vaticano a se pronunciar e anunciar o afastamento dos padres. Os supostos abusos levaram a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Pedofilia do Senado a realizar sessão na cidade.
Julgamento longo
O julgamento desta sexta-feira será na Vara da Infância de da Juventude, em Arapiraca, e será comandado pelo juiz João Luiz de Azevedo. Em contato com o UOL Notícias, ele disse que o julgamento deverá ser longo já que existem mais de 15 testemunhas a serem ouvidas ao longo do dia. "Temos que ouvir também os três acusados, as três vítimas. Será um julgamento longo, que pode não ser encerrado nesta sexta-feira. Faremos um esforço para fecharmos no mesmo dia. Caso não dê, marcaremos outra audiência", disse.
Segundo o magistrado, apesar da expectativa da população, a sentença não será proferida no fim do julgamento. Azevedo explicou que terá um prazo de dez dias para dar o veredicto do caso. "É um caso complexo, com mais de 700 páginas até o momento", explicou, citando ainda que o julgamento não será aberto à sociedade nem à imprensa por envolver denúncia contra menores. "O processo corre em segredo de Justiça."
Linha de defesa
Segundo o advogado Edilson Maia Neto, que defende os monsenhores Luiz Marques e Raimundo Gomes, os argumentos de defesa vão se basear em duas linhas, já que há situações diferentes entre os dois acusados.
Flagrado num vídeo praticando sexo com um coroinha, o monsenhor Luiz Marques confirma que manteve relações sexuais, "mas quando Fabiano já era maior de idade”. “No vídeo divulgado, ele tinha 19 anos e a data derruba a acusação de pedofilia”, disse o advogado ao UOL Notícias.
Já em relação ao monsenhor Raimundo Gomes, o defensor explicou que vai defender a tese de inocência completa. “Ele nega qualquer relação sexual ou aliciamento com os ex-coroinhas. Ele é acusado por um crime que não cometeu.”
A situação do padre Edilson Duarte é a mais complicada, já que, durante sessão pública da CPI da Pedofilia, ele confessou que praticou sexo com ex-coroinhas quando eles tinham menos de 18 anos. Ele foi beneficiado com a delação premiada e não foi detido em flagrante no momento em que admitiu o crime.
A reportagem não localizou o padre nem obteve informações sobre quem seria seu advogado. O UOL Notícias também não obteve resposta da Igreja Católica sobre as denúncias contra os religiosos.