A proliferação de falsos profetas que infesta a igreja evangélica brasileira nas últimas décadas, com seus ensinamentos esdrúxulos e práticas exóticas, que promovem a si mesmos e não têm nenhum respeito pela Palavra de Deus (apenas a arranham e deturpam com objetivos escusos) nem pela História da Igreja (já que se consideram os fundadores da sua religião clonada do cristianismo), faz com que surja a pergunta: por que eles não se arrependem de seu erro?
Neste período em que “profetas” e esotéricos de todo calibre marcam a data do fim do mundo, a Igreja (convenientemente) se esqueceu de que o final dos tempos “não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição” (2ª Tessalonicenses 2:3). Parece que a apostasia se apoderou da igreja evangélica não só no Brasil, mas especialmente por aqui. Não é preciso nem listar quem são os apóstatas, pois eles são evidentes para o crente que tem o Espírito Santo e um mínimo de interesse em confrontar as pregações de seus líderes com o que a Bíblia diz. É verdade que a leitura e o estudo bíblicos foram trocados por um prato de lentilhas que agrada o estômago: a repetição exaustiva de lemas, slogans e promessas de riqueza que, no fundo, nada significam. O “filho da perdição” ainda não foi revelado, embora haja vários candidatos ao posto, que obstinada e fingidamente buscam se firmar como o “porta-voz oficial de Deus” para a nossa era, ainda que esta autoafirmação se dê na base do pensamento positivo e da manipulação irresponsável do seu rebanho.
Há um momento, entretanto, em que são obrigados a se despirem de suas ilusões e se encararem de frente no espelho do banheiro e da vida, quando, longe das vistas enganadas e dos palcos do triunfalismo barato, se veem e se reconhecem “coitados, miseráveis, pobres, cegos e nus” (Apocalipse 3:17). Por que será, então, que esses lobos trajados de ovelha não se arrependem de seus malfeitos? Provavelmente, porque, a exemplo de Esaú, já não encontram lugar de arrependimento, mesmo que o procurassem (Hebreus 12:17).
Esaú era um sujeito popular, dinâmico, falador, bem diferente de seu irmão gêmeo Jacó, que era mais calado e dissimulado. Muito provavelmente, se fôssemos apresentados aos dois personagens bíblicos sem saber quem eles eram e o que lhes estava reservado por Deus, nos simpatizássemos mais com Esaú. O próprio irmão Jacó viu que Esaú era incapaz de guardar mágoa, quando o recebeu de braços abertos (Gênesis 33), décadas depois de tê-lo enganado. Para seu triste destino, entretanto, Esaú também era incapaz de se arrepender. Teve uma boa vida, cheio de amigos e de posses, mas não havia mais como voltar atrás de seu ato de desprezar a graça de Deus, talvez por nunca ter entendido o que ela - de fato - significa.
Assim estão nossos Narcisos beijando suas lenhosas faces no espelho, com uma ponta de mórbida satisfação porque construíram impérios, vivem como nababos, e têm um séquito de fanáticos que os adoram e se atirariam ao abismo por eles. Mas – triste sina! - por isso mesmo, não dá mais pra voltar atrás. Como denunciar-se publicamente como um guia cego que não tem como afastar outros cegos da ruína (Mateus 15:14) ? Como reconhecer que desviam os seus seguidores do único e verdadeiro reino da graça de Deus (Mateus 23:13), do qual também se excluem para construir seu paraíso particular e temporal na Terra (Lucas 12:20) ? Como vender tudo o que amealharam com a má fé e dar aos pobres (Mateus 19:21) ? Até Judas Iscariotes, diante desta impossibilidade, devolveu as 30 moedas de prata e foi se enforcar (Mateus 27). O dinheiro cobrado e rejeitado pelo beijo traidor ao menos serviu para providenciar um cemitério para quem não tinha onde cair morto. Já os celeiros dos Judas e Esaús modernos estão por demais abarrotados de bens e de almas, afundados na egolatria desvairada, difícil demais de desapegar, mas o seu espírito se esvaiu, o espelho quebrou, e é tarde demais para reconhecer o erro e pedir perdão.
Neste período em que “profetas” e esotéricos de todo calibre marcam a data do fim do mundo, a Igreja (convenientemente) se esqueceu de que o final dos tempos “não sucederá sem que venha primeiro a apostasia e seja revelado o homem do pecado, o filho da perdição” (2ª Tessalonicenses 2:3). Parece que a apostasia se apoderou da igreja evangélica não só no Brasil, mas especialmente por aqui. Não é preciso nem listar quem são os apóstatas, pois eles são evidentes para o crente que tem o Espírito Santo e um mínimo de interesse em confrontar as pregações de seus líderes com o que a Bíblia diz. É verdade que a leitura e o estudo bíblicos foram trocados por um prato de lentilhas que agrada o estômago: a repetição exaustiva de lemas, slogans e promessas de riqueza que, no fundo, nada significam. O “filho da perdição” ainda não foi revelado, embora haja vários candidatos ao posto, que obstinada e fingidamente buscam se firmar como o “porta-voz oficial de Deus” para a nossa era, ainda que esta autoafirmação se dê na base do pensamento positivo e da manipulação irresponsável do seu rebanho.
Há um momento, entretanto, em que são obrigados a se despirem de suas ilusões e se encararem de frente no espelho do banheiro e da vida, quando, longe das vistas enganadas e dos palcos do triunfalismo barato, se veem e se reconhecem “coitados, miseráveis, pobres, cegos e nus” (Apocalipse 3:17). Por que será, então, que esses lobos trajados de ovelha não se arrependem de seus malfeitos? Provavelmente, porque, a exemplo de Esaú, já não encontram lugar de arrependimento, mesmo que o procurassem (Hebreus 12:17).
Esaú era um sujeito popular, dinâmico, falador, bem diferente de seu irmão gêmeo Jacó, que era mais calado e dissimulado. Muito provavelmente, se fôssemos apresentados aos dois personagens bíblicos sem saber quem eles eram e o que lhes estava reservado por Deus, nos simpatizássemos mais com Esaú. O próprio irmão Jacó viu que Esaú era incapaz de guardar mágoa, quando o recebeu de braços abertos (Gênesis 33), décadas depois de tê-lo enganado. Para seu triste destino, entretanto, Esaú também era incapaz de se arrepender. Teve uma boa vida, cheio de amigos e de posses, mas não havia mais como voltar atrás de seu ato de desprezar a graça de Deus, talvez por nunca ter entendido o que ela - de fato - significa.
Assim estão nossos Narcisos beijando suas lenhosas faces no espelho, com uma ponta de mórbida satisfação porque construíram impérios, vivem como nababos, e têm um séquito de fanáticos que os adoram e se atirariam ao abismo por eles. Mas – triste sina! - por isso mesmo, não dá mais pra voltar atrás. Como denunciar-se publicamente como um guia cego que não tem como afastar outros cegos da ruína (Mateus 15:14) ? Como reconhecer que desviam os seus seguidores do único e verdadeiro reino da graça de Deus (Mateus 23:13), do qual também se excluem para construir seu paraíso particular e temporal na Terra (Lucas 12:20) ? Como vender tudo o que amealharam com a má fé e dar aos pobres (Mateus 19:21) ? Até Judas Iscariotes, diante desta impossibilidade, devolveu as 30 moedas de prata e foi se enforcar (Mateus 27). O dinheiro cobrado e rejeitado pelo beijo traidor ao menos serviu para providenciar um cemitério para quem não tinha onde cair morto. Já os celeiros dos Judas e Esaús modernos estão por demais abarrotados de bens e de almas, afundados na egolatria desvairada, difícil demais de desapegar, mas o seu espírito se esvaiu, o espelho quebrou, e é tarde demais para reconhecer o erro e pedir perdão.