Só esqueceram de dizer que o templo do "apóstolo" Estevam Hernandes" era ali do lado, no Cambuci, antes de desabar e matar 9 pessoas. A matéria é do Jornal da Tarde:
Na Vila Mariana, convívio pela diversidade religiosa
Vila Mariana concentra igrejas de várias religiões, principalmente perto das estações de metrô; fiéis encontram tanto exemplos de instituições antigas quanto outras que se preparam para ser inauguradas, como o templo Xintoísta
MARICI CAPITELLI
A Vila Mariana, na zona sul, é um bairro abençoado. E a bênção vem de todas as religiões, já que a região tem igrejas, templos e centros para todos os tipos de fiéis. Essa diversificação religiosa, que se concentra sobretudo perto das estações de metrô e na Vila Clementino, vai de instituições estabelecidas há décadas àquelas que se preparam para ser inauguradas. A Subprefeitura da Vila Mariana não tem o número exato de entidades religiosas da região. Mas basta dar uma caminhada pelo bairro para começar a contar.
O início da Rua Estado de Israel, no cruzamento com a Coronel Lisboa, é um dos exemplos dessa diversidade. Lá está o centro espírita Casa do Caminho, que fica em frente ao templo Xintoísta do Brasil e, ao lado deles, a Casa de Oração Comunidade Árabe Aberta – que segue as doutrinas convergentes entre a bíblia e o Alcorão. “Aqui é proibido falar mal de qualquer religião”, diz o pastor Assad Bechara, de 77 anos.
A Rua Domingos de Morais é outro ponto de fé: uma tradicional Igreja Católica, a Nossa Senhora da Saúde, que foi entregue como capela em 1917; seis evangélicas, um centro espírita e a mais jovem, a Happy Science, cujo templo foi inaugurado em maio do ano passado com capacidade para cerca de 600 pessoas. A Happy Science prega justamente a união de todas as igrejas. “É maravilhoso estar num local com essa diversidade”, ressalta a monja Sandra Harada, de 46 anos. Segundo ela, a escolha do local para a construção do templo se deu pela facilidade de acesso. “É uma região muito fácil para se chegar, bem localizada, e que as pessoas conhecem”, explica.
O templo Xintoísta está pronto há mais de dois anos, mas a inauguração ao público deverá ser em agosto, com celebrações aos sábados, às 17h. A proposta é tornar mais próximos dos brasileiros os princípios xintoístas. “Acho muito interessante essa mistura religiosa neste pedaço. Talvez o acesso ao metrô seja a explicação”, afirma a nutricionista Cristina Ono, de 45 anos, voluntária no templo.
No vizinho de frente, a Casa do Caminho, passam em média 500 pessoas por dia adeptas da doutrina espírita. Além disso, cerca de 500 estudantes fazem cursos no centro, que em outubro completará 40 anos. “Deus não nos conhece pela religião que frequentamos, mas pelo que somos”, diz a vice-presidente da instituição e uma das fundadoras, Assunção de Luca, de 79 anos.
Os frequentadores da religião Wicca, conhecida por seus rituais de bruxaria e consagração à natureza, também realizam suas celebrações em um espaço no bairro e onde, no mês passado, realizaram uma conferência. O sacerdote Claudiney Prieto, de 33 anos, afirma que a região acaba sendo um exemplo. “Essa diversidade comprova o que a religião pode tornar para o ser humano o convívio mais tolerante.”
Mas nem todo mundo acredita nessa tolerância. Maria Cristina do Nascimento, de 53 anos, tem o Núcleo de Umbanda Águas da Luz, um pouco mais afastado desse burburinho religioso do bairro. “Existe intolerância, sim, com a umbanda e esse é um dos motivos da pouca representação da religião no bairro”, acredita. Outra causa, segundo ela, é a dificuldade financeira de manter um centro numa região cara. “Na umbanda não mexemos com dinheiro, fica difícil numa área nobre.”
O início da Rua Estado de Israel, no cruzamento com a Coronel Lisboa, é um dos exemplos dessa diversidade. Lá está o centro espírita Casa do Caminho, que fica em frente ao templo Xintoísta do Brasil e, ao lado deles, a Casa de Oração Comunidade Árabe Aberta – que segue as doutrinas convergentes entre a bíblia e o Alcorão. “Aqui é proibido falar mal de qualquer religião”, diz o pastor Assad Bechara, de 77 anos.
A Rua Domingos de Morais é outro ponto de fé: uma tradicional Igreja Católica, a Nossa Senhora da Saúde, que foi entregue como capela em 1917; seis evangélicas, um centro espírita e a mais jovem, a Happy Science, cujo templo foi inaugurado em maio do ano passado com capacidade para cerca de 600 pessoas. A Happy Science prega justamente a união de todas as igrejas. “É maravilhoso estar num local com essa diversidade”, ressalta a monja Sandra Harada, de 46 anos. Segundo ela, a escolha do local para a construção do templo se deu pela facilidade de acesso. “É uma região muito fácil para se chegar, bem localizada, e que as pessoas conhecem”, explica.
O templo Xintoísta está pronto há mais de dois anos, mas a inauguração ao público deverá ser em agosto, com celebrações aos sábados, às 17h. A proposta é tornar mais próximos dos brasileiros os princípios xintoístas. “Acho muito interessante essa mistura religiosa neste pedaço. Talvez o acesso ao metrô seja a explicação”, afirma a nutricionista Cristina Ono, de 45 anos, voluntária no templo.
No vizinho de frente, a Casa do Caminho, passam em média 500 pessoas por dia adeptas da doutrina espírita. Além disso, cerca de 500 estudantes fazem cursos no centro, que em outubro completará 40 anos. “Deus não nos conhece pela religião que frequentamos, mas pelo que somos”, diz a vice-presidente da instituição e uma das fundadoras, Assunção de Luca, de 79 anos.
Os frequentadores da religião Wicca, conhecida por seus rituais de bruxaria e consagração à natureza, também realizam suas celebrações em um espaço no bairro e onde, no mês passado, realizaram uma conferência. O sacerdote Claudiney Prieto, de 33 anos, afirma que a região acaba sendo um exemplo. “Essa diversidade comprova o que a religião pode tornar para o ser humano o convívio mais tolerante.”
Mas nem todo mundo acredita nessa tolerância. Maria Cristina do Nascimento, de 53 anos, tem o Núcleo de Umbanda Águas da Luz, um pouco mais afastado desse burburinho religioso do bairro. “Existe intolerância, sim, com a umbanda e esse é um dos motivos da pouca representação da religião no bairro”, acredita. Outra causa, segundo ela, é a dificuldade financeira de manter um centro numa região cara. “Na umbanda não mexemos com dinheiro, fica difícil numa área nobre.”