Em anúncio pago publicado hoje nos principais jornais do país (veja abaixo), Silas Malafaia lança um manifesto à nação brasileira defendendo a liberdade de imprensa.
Mesmo que diga no final que "não tenho autoridade para falar em nome de todos os evangélicos do Brasil", Malafaia se apresenta como "representante" de 25% da população brasileira.
Faz uma salada de conceitos como "liberdade de imprensa", "liberdade de expressão" e "opinião pública", dizendo-se, ainda, que "eu mesmo já sofri muito... tão sujeito a ser caluniado, difamado ou incompreendido por meus atos e pelos princípios que defendo". Coitadinho...
(pausa para verter lágrimas pelo perseguido discípulo de Cerullo e Murdock)
Primeiro, é interessante observar que um anúncio pago como este custa milhares e milhares de reais e seria interessante que o Malafaia dissesse de onde tirou o dinheiro para subvencionar a sua publicação maciça, assim como aquele outro anúncio em que criticou a diplomacia brasileira em relação ao Irã.
Será que foi das ofertas de 900 paus do Cerullo ou do milhão de almas do Murdock? Desconfio que não... Afinal, quantas vezes você já ouviu Malafaia - desesperadamente - pedindo ofertas porque não tem condições de manter seu programa no ar? Justo ele que jura de pé junto que "não tô nem aí pra você, crítico!"...
Segundo, "liberdade de imprensa" é um conceito muito diferente de "liberdade de expressão".
A confusão proposital que se faz entre ambas serve apenas a interesses escusos, pois todos nós deveríamos ter direito a ambas, mas a "liberdade de imprensa" se restringe tão-somente a algumas famílias que detêm o monopólio da informação no país e são os únicos a exercê-la de fato. Ai de você, querido blogueiro, se resolver bater de frente com eles...
Se não existisse a internet hoje em dia, certamente ficaríamos sem saber de muitas notícias, e - mais do que isso - não poderíamos nos opor à manipulação de notícias muitas vezes feita por esta mesma imprensa, que de "livre" não tem nada.
Felizmente, a liberdade de expressão tem seu terreno fértil na internet, mas deveria ter também na imprensa conhecida como tal, jornais, revistas, rádio, televisão.
Em terceiro lugar, a posição de Malafaia é política (o que é normal) e partidária, já que a chamada "grande imprensa" está sendo atacada pelo presidente Lula por suas afeições partidárias.
O que Lula quer (e a imprensa teme) é ampliar a possibilidade de informação, e isto inevitavelmente se dará por uma reforma das leis atuais de comunicação.
O que tanto o presidente como boa parte da sociedade querem é justamente MAIS imprensa. Que não fiquemos limitados ao que a Veja publica na manhã de sábado, o Jornal Nacional repercute no sábado à noite e o Estadão e a Folha ampliam no domingo.
É muito pobre e perigoso depender exclusivamente das famílias Civita, Marinho, Mesquita e Frias para discutir o país.
O próprio fato deles publicarem o que querem mostra que há liberdade de expressão no país, que só neste caso - em relação a eles - coincide com a liberdade de imprensa.
Só que, quanto mais acesso à informação, melhor para todos, sobretudo em tempos globalizados e tecnológicos, em que seria interessante, a meu ver, que tivéssemos inclusive canais de televisão abertos em outros idiomas, como inglês e espanhol, e isso não ficasse restrito a quem pode pagar por uma TV a cabo.
Logo, Malafaia está "jogando" do lado da oposição, num oportunismo barato que lhe é conveniente, já que diante das críticas (legítimas) e das difamações (ilegítimas e vergonhosas) que estão sendo veiculadas por muitos evangélicos contra a candidata da situação, de qualquer maneira vai sobrar público para sustentar o seu programa, ao qual ele chama de "ministério", num exemplo claro de a quantas anda o utilitarismo evangélico, ou seja, Malafaia pode continuar vendendo suas "unções" cerullianas e murdockianas à vontade, que vai haver público que se diz "evangélico" para fazer vistas grossas se juntar às suas colunas.
Alguns torcerão o nariz, fingindo cara de nojo, mas desde que o Malafaia jogue no mesmo time deles, pode envergonhar o evangelho sem qualquer limite.
Esqueça a teologia, o que impera no meio "evangélico" brasileiro hoje é a ideologia utilitária do oportunismo e da conveniência. E isto custa caro, muito caro...
Mesmo que diga no final que "não tenho autoridade para falar em nome de todos os evangélicos do Brasil", Malafaia se apresenta como "representante" de 25% da população brasileira.
Faz uma salada de conceitos como "liberdade de imprensa", "liberdade de expressão" e "opinião pública", dizendo-se, ainda, que "eu mesmo já sofri muito... tão sujeito a ser caluniado, difamado ou incompreendido por meus atos e pelos princípios que defendo". Coitadinho...
(pausa para verter lágrimas pelo perseguido discípulo de Cerullo e Murdock)
Primeiro, é interessante observar que um anúncio pago como este custa milhares e milhares de reais e seria interessante que o Malafaia dissesse de onde tirou o dinheiro para subvencionar a sua publicação maciça, assim como aquele outro anúncio em que criticou a diplomacia brasileira em relação ao Irã.
Será que foi das ofertas de 900 paus do Cerullo ou do milhão de almas do Murdock? Desconfio que não... Afinal, quantas vezes você já ouviu Malafaia - desesperadamente - pedindo ofertas porque não tem condições de manter seu programa no ar? Justo ele que jura de pé junto que "não tô nem aí pra você, crítico!"...
Segundo, "liberdade de imprensa" é um conceito muito diferente de "liberdade de expressão".
A confusão proposital que se faz entre ambas serve apenas a interesses escusos, pois todos nós deveríamos ter direito a ambas, mas a "liberdade de imprensa" se restringe tão-somente a algumas famílias que detêm o monopólio da informação no país e são os únicos a exercê-la de fato. Ai de você, querido blogueiro, se resolver bater de frente com eles...
Se não existisse a internet hoje em dia, certamente ficaríamos sem saber de muitas notícias, e - mais do que isso - não poderíamos nos opor à manipulação de notícias muitas vezes feita por esta mesma imprensa, que de "livre" não tem nada.
Felizmente, a liberdade de expressão tem seu terreno fértil na internet, mas deveria ter também na imprensa conhecida como tal, jornais, revistas, rádio, televisão.
Em terceiro lugar, a posição de Malafaia é política (o que é normal) e partidária, já que a chamada "grande imprensa" está sendo atacada pelo presidente Lula por suas afeições partidárias.
O que Lula quer (e a imprensa teme) é ampliar a possibilidade de informação, e isto inevitavelmente se dará por uma reforma das leis atuais de comunicação.
O que tanto o presidente como boa parte da sociedade querem é justamente MAIS imprensa. Que não fiquemos limitados ao que a Veja publica na manhã de sábado, o Jornal Nacional repercute no sábado à noite e o Estadão e a Folha ampliam no domingo.
É muito pobre e perigoso depender exclusivamente das famílias Civita, Marinho, Mesquita e Frias para discutir o país.
O próprio fato deles publicarem o que querem mostra que há liberdade de expressão no país, que só neste caso - em relação a eles - coincide com a liberdade de imprensa.
Só que, quanto mais acesso à informação, melhor para todos, sobretudo em tempos globalizados e tecnológicos, em que seria interessante, a meu ver, que tivéssemos inclusive canais de televisão abertos em outros idiomas, como inglês e espanhol, e isso não ficasse restrito a quem pode pagar por uma TV a cabo.
Logo, Malafaia está "jogando" do lado da oposição, num oportunismo barato que lhe é conveniente, já que diante das críticas (legítimas) e das difamações (ilegítimas e vergonhosas) que estão sendo veiculadas por muitos evangélicos contra a candidata da situação, de qualquer maneira vai sobrar público para sustentar o seu programa, ao qual ele chama de "ministério", num exemplo claro de a quantas anda o utilitarismo evangélico, ou seja, Malafaia pode continuar vendendo suas "unções" cerullianas e murdockianas à vontade, que vai haver público que se diz "evangélico" para fazer vistas grossas se juntar às suas colunas.
Alguns torcerão o nariz, fingindo cara de nojo, mas desde que o Malafaia jogue no mesmo time deles, pode envergonhar o evangelho sem qualquer limite.
Esqueça a teologia, o que impera no meio "evangélico" brasileiro hoje é a ideologia utilitária do oportunismo e da conveniência. E isto custa caro, muito caro...